Conversa fiada
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma
O outono chegou por aqui com cara de inverno.
Roma fica mais velha sem a luz do sol e as folhas caem dos plátanos transformando velhas escadas e calçadas em armadilhas escorregadias.
Como na vida, a possibili-dade dos escorre-gões na tentativa de ir em frente é diária.
Menos mal que o samba já ensinou que se houver uma queda o negócio é levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. A expectativa da volta me aquece.
Não tô nem aí pro frio e pra sombra. Como aprendi com um motorista paraibano na Manchete - Chico - "Quem espera sempre alcança; treis veis salve a esperança".
(Carlos Eduardo Behrensdorf - de Roma)
ROTEIRINHO BÁSICO DE SEVILHA
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Sevilha/Espanha
La Giralda é o campanário da Catedral de Santa Maria de Sevilha uma das maiores igrejas do mundo nos estilos gótico e barroco.
A torre já foi a mais alta do mundo, com seus 97,5 m de altura. Hoje é a torre mais alta de Sevilha e uma das mais altas da Andaluzia.
A torre do primeiro de dois terços é um minarete um dos símbolos mais importantes da cidade medieval.
O mesmo arquiteto, Jabir, que construiu a Giralda também construiu torres semelhantes no Marrocos.
A torre da Mesquita Koutuba em Marrakesh serviu de modelo para a Giralda e a Torre Hassan em Rabat. A torre do relógio do Feery Building em São Francisco também é baseada na Giralda.
Depois de visitar a Catedral vale a pena ir ao rio Guadalquivir que é o quarto maior da Península Ibérica, após o Tejo, o Ebro e o Douro, e o maior da Andaluzia banhando cidades espanholas como Córdova e Sevilha.
Tem o comprimento 657 km dos quais não mais do que 100 km são navegáveis, desaguando no Oceano Atlântico próximo de Sanlúcar de Barrameda.
O seu nome vem do árabe al-wādi al-kabīr, O Rio Grande ou Grande Rio, como preferir. Quem visita Sevilha não perde um passeio de barco pelo Guadalquivir que corta a cidade.
Vale a pena ver a cidade do rio passando por ela junto com ele. O turista volta o rio não.
O centro da cidade é limpo mesclando o moderno e o antigo, o comércio é forte e o grande número de restaurantes, cafés, confeitarias faz a festa do colesterol.
Nada que um bom copo de vinho não neutralize. Afinal de contas ninguém vive só de alface e berinjela. Há uma praça, a de San Salvador, que é uma verdadeira festa durante a noite reunindo jovens em bate-papo, drinques e paqueras. Elas e eles enchem a praça numa melodia amiga para quem já percorreu muitas estradas: a melodia dos jovens encontros.
Repito que uma passada por Sevilha inclui uma noitada no Tablao El Arenal um dos mais tradicionais quando se fala em flamenco. Os bailarinos não têm barriga – o que é altamente invejável – são elegantes ao dançar, e entram em transe tanto sob o lamento dos cantos como sob frenético ritmo das guitarras e das palmas.
As mulheres são sensuais e com a graça de suas mãos, os movimentos dos quadris e um olhar que despeja convite e faceirice, fazem um bem enorme a quem se deixa dominar. Junte-se a isso o som estridente dos saltos dos sapatos no tablado, o taconeo, e o quadro está completo.
Para quem é coroa é um ótimo exercício, pois o ritmo das guitarras, o meneio e olhar das bailarinas mostram quem nem tudo está inerte e há vida. As mãos são bons exemplos... (Texto e foto Carlos Eduardo Behrensdorf, Sevilha, Espanha).