Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma
Dizem os pesquisadores que a palavra flamenco foi usada pela primeira vez em 1835. Há os que registram que o termo deriva do árabe fellah (camponês) e mengu (fugitivo), e foi usada como sinônimo de cigano andaluz.
Dizem os pesquisadores que a palavra flamenco foi usada pela primeira vez em 1835. Há os que registram que o termo deriva do árabe fellah (camponês) e mengu (fugitivo), e foi usada como sinônimo de cigano andaluz.
Sustentam ainda a referência de flamenco ao termo "fla-mância" de origem alemã, que significa fogosidade ou presun-ção, e que era aplicada aos ciganos por seu temperamento.
Resumindo, o flamenco é a maneira popular e particular de dançar, cantar e tocar guitarra da região de Andaluzia, no sul da Espanha. A Andaluzia é formada por oito províncias: Sevilha, Granada, Málaga, Córdoba, Jerez, Huelva, Cádiz e Almería. Desde o XVI o flamenco era conhecido em Sevilha, Jerez e Cádiz.
Suas raízes são compostas por diferentes civilizações como a árabe, judaica, hindu-paquistã, bizantina e cigana. A mistura dos diferentes costumes e tradições originou a música flamenca.
O cante (canto) é marcado pela melancolia, pelo fatalismo e pelo sentimento trágico da vida.
O cante (canto) é marcado pela melancolia, pelo fatalismo e pelo sentimento trágico da vida.
Nascia aí o cante jondo (canto profundo). A partir das últimas décadas do século XVIII com a integra-ção ao convívio dos espanhóis surgiram os payos (não ciganos), interessados em conhecer e interpretar a música gitana (cigana).
No final do séc. XIX, a música flamenca com a guitarra já incorporada estabeleceu suas formas tal qual a conhecemos hoje.
Em Sevilha, o Tablao El Arenal é um dos mais tradicionais. E o flamenco não se lê. Se ouve, vê e vive. Os homens não têm barriga – o que é altamente invejável – são elegantes ao dançar, e entram em transe tanto sob o lamento das cantoras e cantores, ou cantaores, como sob frenético ritmo das guitarras e das palmas.
As mulheres são sensuais e com a graça de suas mãos, os movimentos dos quadris e um olhar que despeja convite e faceirice fazem um bem enorme a quem se deixa dominar. Junte-se a isso o som estridente dos saltos dos sapatos no tablado, o taconeo, e o quadro está completo.
Para quem é coroa assistir o espetáculo é um ótimo exercício. pois o ritmo das guitarras, o meneio e olhar das bailarinas mostram quem nem tudo está inerte e há vida dentro e fora do tablado. As mãos são um bom exemplo...
Texto e fotos: Carlos Eduardo Behrensdorf
Texto e fotos: Carlos Eduardo Behrensdorf
De Sevilha, Espanha.