O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

17 de nov. de 2009

REPÚBLICA DA ESPERTEZA

Novo atentado no Afeganistão deixa oito mortos e vários feridos. Logo o país será candidato aos próximos Jogos Olímpicos.

A morosidade da justiça brasileira está se tornando célere na hora de amordaçar a liberdade de expressão na internet. Agora um juiz que tem nome de tempero - Aginomoto, ou coisa que o valha - censurou o blog Prosa & Política, de Adriana Vandoni. Foi a pedido de um desses deputados cheios de processos no lombo.

Nesta terça-feira começa o 42° Festival de Cinema de Brasília. Abre solenemente com o filme "Lula, o filho do Brasil", de Fábio Barreto. Não vi e não gostei.

Nuncanessepaís um filme teve tantos patrocinadores. Tem 15 patrocinadores com quotas publicitárias que varia entre R$ 1 e 2 milhões. Senai, CNI, EBX do Eike Batista meio-dono do Brasil e casamenteiro convicto, além de três inexoráveis empreiteiras que prestam relevantes serviços a obras públicas e algumas do PAC.

Nuncanessepaís o programa Luz para Todos foi tão humilhado. Esse apagão que já deu a Lula o apelido de Fiat Lux, foi causado - segundo o sábio Ediuson Lobão - por um curto-circuito. Até a imprensa internacional levou um choque.

O apagão, na verdade, é apenas mais um fio desencapado nos planos da campanha de Dilma Roucheffe para as eleições de 2010. Lula, tomando café com ele mesmo, bancou o engraçado irônico uma vez mais: "agora tá todo mundo querendo encontrar um culpádo para o apagão". De novo, não viu nada, não sabe de nada. O resto do seu Brasil Da Silva, já sabe quem foi. Não está precisando procurar ninguém.

O governo Lula não sabe onde meter os pés que trocou pelas mãos ao adotar Manuel Zelaya, filho pródigo mal-amado pela população de Honduras. Daqui a 10 dias as eleições serão realizadas e Zelaya não tem onde se meter. Vai ficar - o tempo que quiser e puder - como síndico da Estalgem Brasil Da Silva, em Tegucigalpa.

Lula deu uma entrevista no pleno gozo de sua expressão à Rede TV de São Paulo. O bate-papo rendeu 2 pontos no Ibope. Logo depois, entrou o escrachado programa "Pânico na TV". Os índices de sintonia chegaram a 10 pontos, em seguidinha. Esses telespectadores não sabem mesmo o que humor de verdade.

Hoje, Gilmar Mendes dá o voto de minerva sobre o caso Battisti. O STF é como o futebol. Uma caixinha de surpresas.

16 de nov. de 2009

CASA NOVA PARA DEPUTADOS

Está no jornal O Globo:

Deputados agora querem casa nova

Distante dos escândalos das passagens e da verba indenizatória, a Câmara dos Deputados decidiu retomar suas obras e lançou editais que preveem gastos de R$ 74,5 milhões para a reforma de prédios residenciais e a construção de um novo centro de tecnologia.

As obras nos apartamentos de parlamentares, paralisadas desde junho, deverão consumir cerca de R$ 503 mil por unidade, cerca de 33% a mais do que foi orçado em 2007, quando a Câmara fez a primeira licitação para reforma os imóveis funcionais dos deputados. A empreiteira contratada na época não conseguiu continuar a obra, que acabou sendo paralisada após a Câmara gastar R$ 13 milhões.

RODAPÉ - Tropeiros governistas, apóstolos da doutrina da Governabilidade por Coalizão, já se movimentam para arregimentar votos para 2010. Abriram inscrição na Caixa Econômica Federal, para que os parlamentares se inscrevam no program "Minha Casa, Minha Vida". É uma sacada à altura de seu talento, por pelo menos três boas razões: a) favorece os amigos; b) granjeia novos aliados; 3) desemPACa o projeto que está devendo 1 milhão de residências para os crédulos da paróquia Brasil Da Silva.

GAVETEIROS

Rol de terceirizados está na lavanderia do Senado

Quase meio ano depois de divulgar na internet os nomes dos 5.684 servidores efetivos e comissionados, o Senado ainda guarda no cesto da lavanderia parlamentar a listagem de seus 3.500 funcionários terceirizados.

A Casa do Polvo gasta anualmente R$ 155 milhões com mão de obra prestada por 34 empresas que têm contrato nas gavetas da grande casa de tolerância do Brasil Da Silva. O rol de roupa suja dos terceirizados, está na lavanderia senatorial desde maio. A trouxa enrola 280 parentes de servidores efetivos e comissionados e guarda um monte fétido de suspeitas de acúmulo de cargos.

RODAPÉ - Assim é que deputados e senadores estão bem como gostam: casa e roupa lavada.

L'OSSERVATTORE PIANÍSSIMO

Foto: DIV/Arquivos Implacáveis CEB
Ernest Hemingway não deixaria por menos. Claro que a nossa Fontanna Azzurra também não.

Praxiterapia com a Revista Imprensa
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma


Como a discussão sobre jornalismo continua cada vez mais acirrada a Ala dos Marcha-Lenta na qual me encontro sob tratamento neste ventilado e nem sempre ensolarodo Sanatório da Noticia, cumpri na íntegra a praxeterapia que me foi recomendada.

Assim, no fim de semana que passou, compilei as seguintes entrevistas concedidas com excluvidade à Revista Imprensa que envio, como contrabando, para os outros internos desta casa que não recupera mas agita...

Morte anunciada
Por Pamela Forti, da reportagem, Igor Ribeiro, editor-executivo, Ana Ignacio, da equipe de estagiários

Não são poucos os fatores que, diariamente, castigam o ânimo dos jornalistas. Se ouve de tudo: desde centenas de vagas cortadas nos EUA e na Europa, até a venda de capital de grandes grupos de comunicação, passando pelo literal encerrar de portas tradicionais entre os veículos impressos, como recentemente aconteceu com a Gazeta Mercantil.
Os fatos são nítidos e urgem uma transformação radical do jornalismo, uma completa adequação ao universo digital da web 2.0 e da informação por segundo.

Em sua matéria de capa da edição 250 (outubro de 2009), a revista IMPRENSA investiga sete desses sintomas que indicam a falência do velho modelo jornalístico. A enumeração e análise desses problemas não trafegam pela simples acusação de falhas irremediáveis, mas pela reflexão de soluções que levem à sua superação.
Esse esforço empreendido pela reportagem contou com a colaboração de dezenas de fontes, entre parlamentares, pesquisadores, escritores, empresários, publicitários e, claro, jornalistas.
Parte das valiosas aspas concedidas estão no impresso e, parte, nos links a seguir. São palavras que não só alertam para o frágil momento presente, mas que alentam para a possibilidade de um futuro muito melhor:

ENTREVISTA COM ANDREW KEEN

Visto por muitos como o cavaleiro do apocalipse da internet, Andrew Keen afirma categoricamente que não é contra a tecnologia, mas que seu usuário deve se munir de precauções. É basicamente esse o tom de seu "O Culto do amador", best-seller que verifica como instituições que lidavam criteriosamente com informação e conhecimento estão sucumbindo diante da avalanche de mídias sociais e outras ferramentas digitais da web 2.0. O autor britânico fala, a seguir, sobre alguns dos aspectos preocupantes acerca da sobrevivência da mídia tradicional.

Crise financeira e o “culto do amador”

"Não estou convencido de que teve uma crise de verdade. Assim como o pânico sobre a crise suína, no meu ver, foi exagerado no início, com muitas pessoas morrendo e alta dose de infecção para, depois, se descobrir que era uma versão um pouco piorada da gripe normal.
Nesse universo de novas tecnologias as coisas acontecem e explodem de forma dramática, é essa lógica do mundo da mídia em real time. Tudo que está quente, está fervendo, é massivo. É como no Twitter, tudo é tendência, está no trending topics e, alguns minutos depois, as pessoas esquecem sobre o que falavam tanto e começam a falar de algo novo.

Essa crise global representa um evento de um tempo novo no qual o mundo e a mídia em real time estão fundidos num tipo de experiência surreal, em que viver é como estar numa montanha-russa. Tudo está ficando real time: a economia, a crise, a globalização, a mídia, as pessoas. Tudo está ficando mais e mais a curto prazo. Qual a próxima moda, a próxima gripe, o próximo carro, o próximo aplicativo...? Ninguém mais tenta ter uma visão a longo prazo."

Declínio do impresso

"Todos nós estamos mergulhando na crise dos jornais com eles. Até eu, que sou um grande defensor deles, quando pego um jornal para ler fico impaciente. Não porque não seja bom, mas porque é velho. A ideia disso agora é: se passou de duas horas, é velho! Essa economia em real time vai mudar tudo, vai mudar o jeito que pensamos em nós mesmos, que nós consumimos e produzimos informação. Acho que vai haver profundas ramificações de informação.

Sim, [a transformação que ameaça as mídia tradicionais] é sem volta. Da mesma forma que com a revolução industrial, você não podia voltar à manufatura. Das cidades, você não vai voltar ao campo. Da globalização, você não vai voltar ao Estado de nações. O desafio agora é ir em frente de modo que seja produtivo e se evite cair nas velhas armadilhas do passado. Sem simplificar a situação e usar isso para se dar bem e desprezar as outras pessoas."

Para entender o momento

"Acho que tem três jornais que devem ser lidos para compreender esse momento: The Wall Street Journal, The Finantial Times e The New York Times. Se ler esses três constantemente, você vai ter uma ideia razoável, vai reunir conhecimento o suficiente para digerir essas informações e tentar imaginar o que acontecerá com o mundo, apesar da linha de cada um e do jeito de cada um.

Eu não gostaria de culpar a tecnologia, mas se as pessoas estão achando que podem se informar consistentemente apenas lendo o que se passa na internet, sem procurar informações de qualidade, elas estão se enganando. Tudo bem, há páginas de jornais como os que eu citei, há vídeos da BBC, da CNN e de outras redes, mas tem trabalho por trás disso. E a tecnologia quer nos poupar o trabalho. Por mais que isso tenha suas qualidades, as pessoas devem se esforçar por buscar além disso, sair desse círculo individualista de ignorância, narcisista. Se as pessoas não fizerem isso, estaremos vivendo num mundo cada vez mais tenebroso."

Prováveis soluções

"A internet tem que criar mecanismos nos quais as pessoas poderão se encontrar e dividir conhecimentos apesar de suas crenças e teorias serem diferentes. Porque até agora a tendência é de as pessoas procurarem a rede para confirmar aquilo que já pensam. As pessoas não falam umas com as outras num sentido construtivo. Provavelmente esse não é um mal da internet, mas um reflexo de outros problemas da sociedade. Mas a rede amplifica isso, acelera isso e coloca em real time.

É verdade que as pessoas tendem a hostilizar as grandes instituições de mídia. O que acontece muitas vezes é usarem como exemplo um grande erro cometido por um ou outro jornalista, e tomarem isso como base. Mas em todas as carreiras há aqueles profissionais que cometem erros, correto? Os médicos, os advogados, etc. Então não devem se agarrar a isso para criticar a grande mídia, porque ela ainda é fonte para um universo mais confiável.
É verdade que foram levadas, até agora, de um jeito familiar e tradicional que pode ter dado abertura para certas doses de corrupção e desonestidade, por isso devem mudar, devem atravessar essa fase e se modernizar. A grande mídia pode funcionar. Ela produziu muito lixo, mas também muita coisa boa do século 20: produziu o New York Times, produziu "Um Corpo que cai", produziu Rolling Stones e Bob Dylan."

Mídia tradicional incentiva a WEB 2.0

"O próprio jornalismo tradicional colabora com isso de vez em quando. A Time publicou recentemente duas matérias numa mesma edição. Uma era sobre uma pesquisa trabalhosa cujos dados revelavam que talvez no futuro uma média de desemprego de 15% da população seja uma média real e constante. É muito interessante e influente sobre nosso cotidiano, sobre nosso planejamento de vida. Uma matéria muito importante. Ao mesmo tempo tinha uma matéria sobre Facebook, que mostrava como as pessoas usavam essa rede social para bater papo com ex-namoradas. Tipo de coisa estúpida e irrelevante. Mas essa matéria do Facebook era o destaque naquela semana.

Acho que Chris Anderson [autor de "A Cauda longa" e "Free", rival intelectual de Keen], até tem razão num certo sentido que, mais do que dar gratuitamente ou cobrar por um preço mínimo por conteúdo, as novas economias vão ter de criar bens que permaneçam por cima e sejam desejáveis, apesar de seu preço.
Mas ainda assim fica uma questão fundamental sobre como eles vão criar uma subsistência para prover esses bens ou conteúdos, que podem ser muito mais dependentes dessa parcela que decidiu pagar por ela do que se pensa."

ENTREVISTA COM CECÍLIA MATTOSO

Pesquisadora e Professora da ESPM-RJ e da PUC-RJ nas cadeiras de comportamento do consumidor, marketing, marcas e comunicação, Cecília Mattoso trabalhou nas áreas de marketing e treinamento em empresas como Amil Assistência Médica, ACL e Coca-Cola. Hoje também é consultora de companhias como Sebrae, Petrobras e Cimento Mauá. Especializada no impacto que a propaganda tem sobre o consumidor, especialmente de camadas mais pobres, Cecília explica como a verba publicitária tem se utilizado de expedientes alternativos aos veículos tradicionais para atingir seu alvo.

Verbas demídia migram para entretenimento

"De fato entretenimento tem um papel muito grande, mas não quer dizer que essas pessoas não queiram se informar. Pelo contrário, elas dão valor à informação e se sentem bem em estarem bem informadas. O próprio 'Jornal Nacional' tem penetração muito grande nas camadas populares."

Novos formatos para a publicidade

"Hoje a publicidade não tem limite, então a discussão é essa... Até onde a publicidade poderia ir? Tem em estádio de futebol há muito tempo. Supermercados, balão, cartaz em bicicletas, avião passando na praia... São milhões de mídias alternativas e você vai se sentindo consumidor nos lugares mais inusitados.

O break comercial está perdendo muito do interesse que as pessoas tinham. O excesso de informação está cansando o consumidor. Os profissionais de comunicação estão buscando o momento em que as pessoas estão com essa guarda mais baixa. Em que essa vigilância perceptiva está com a guarda baixa. Quando a pessoa, por exemplo, está vendo uma peça, totalmente entretida, e entra um merchandising, e o consumidor está ali totalmente desprevenido. Ou em rádios como Oi! FM, e a marca está entrando em sua vida quando você está mais distraído. Em situações em que você está de melhor humor, você tende a guardar mais aquele produto.

A propaganda invasiva tem cada vez menos interesse. Existe a uma receptividade das pessoas àquela publicidade e querem a notícia também. O problema é que hoje tem como ela obter essa informação dos produtos sem ter que comprar um jornal e buscar os anúncios. Tem, por exemplo, na internet, dá para ir lá e procurar uma promoção. E tem muitos outros canais para procurar, então acaba diminuindo um pouco a verba para mídia noticiosa. Mas ainda tem a questão do hábito, que mantém muita gente nas mídias tradicionais."

Aumento do bellow-the-line

"Tem gente com ideias mirabolantes, especializadas em bellow-the-line, por exemplo, com bicicleta com cartaz atrás circulando na orla, blitze na rua para promover óleo para carro. São ações em locais que chamam a atenção, são inusitadas, mas sempre intimamente ligado ao produto. Não é chamar a atenção por chamar a atenção.
Teve até uma campanha que fez sucesso da [rede americana de TV] CBS, que tatuaram no ovo a programação daquele dia na emissora. Então o sujeito, de manhã, ia fritar um ovo, que americano adora esses cafés com bacon e ovos, e quando ele pegava o ovo tinha a programação da TV escrita nele!
O recall de marca foi altíssimo, não teve quem não percebesse a marca. Essa amplitude gerou uma discussão sobre onde vai parar. No ovo, pode? Na praia, pode? Na escola, pode? Então isso vai suscitar uma discussão ética para não saírem por aí achando que podem fazer de tudo."

Acesso crescente à tecnologia

"Hoje, em comunidades populares, você tem três lan houses por quarteirão ou mais. Ou também no trabalho, mesmo um faxineiro consegue, vez ou outra, ter acesso à internet no trabalho. E vai popularizando o acesso, mesmo não tendo computador em casa. Num estudo em Caxias percebemos que, assim como acontecia antigamente, quando telefone não era comum e as pessoas iam falar na casa do vizinho, o mesmo tem acontecido com internet. Muita gente que tem computador em casa com conexão simplesmente aluga ou empresta para o vizinho usar."

ENTREVISTA COM MIRO TEIXEIRA

Deputado pelo PDT-RJ, Miro Teixeira foi um dos autores da ação que pediu, junto ao Supremo Tribunal Federal, a extinção da Lei de Imprensa, acatada pelos ministros em maio. A seguir, o político e advogado reforça a inutilidade da antiga legislação, ressalta a necessidade de regulamentação da profissão de jornalista e critica a pouca influência que a mídia brasileira tem exercido sobre os anseios da sociedade.

A falta da lei de imprensa

"Eu cito o ministro Carlos Ayres Brito, que usa um bom exemplo. Em 'A Insustentável leveza do ser', de Milan Kundera, Teresa vivia subjulgada pelo marido e, no dia em que se livrou do jugo, sentiu falta daquele peso que lhe arqueava as pernas. Acontece o mesmo com a Lei de Imprensa: tinha-se um peso em cima do qual agora sentem falta.

O Direito de Resposta, como diz a Constituição, existe, e é proporcional ao agravo. E se tem acesso a isso pelo Código para aplicá-lo. Então não tem ausência. Assim como existe o direito de indenização."

Fim do diploma não tem a ver com liberdade de expressão

"O jornalista, raramente, omite opinião. O trabalho em si é lidar com informação noticiosa. Então apresentei um projeto regulamentando a profissão de jornalismo que não se choca com a posição do Supremo. Mantenho o livre exercício de profissão. No serviço público é exigível o diploma, porque é preciso fazer concurso e ter habilitação para o cargo pretendido. Faculto o registro do diploma no Ministério do Trabalho. O jornalista pode ser um free lancer e não vai andar com o diploma debaixo do braço, ele precisa andar com algo que comprove sua qualificação. E o jornalista tem o direito do sigilo de fonte, então é preciso dar garantias para que ele mantenha isso quando necessário. E mantenho o piso salarial.

Se não se rever isso, os grandes veículos não terão problemas, pois continuarão preferindo contratar jornalistas diplomados. Mas em veículos pequenos e cidades pequenas os jornalistas podem ficar sujeitos a fazerem coisas que não dizem respeito a sua função, atendendo à vontade de seu empregador ou do grupo político que controla o jornal."

Medo do silêncio

"Na minha sustentação contra a Lei de Imprensa, lá no Supremo, disse: 'Eu tenho medo do silêncio.' A notícia divulgada pode estar errada, mas pode ser contestada, ela pode ser desmentida. E o silêncio? A falta de protagonismo [da imprensa] vai muito por aí, no silêncio sobre aberrações que acontecem.

O jogo de indenizações e de direitos de resposta intimidaram muito. E essas pessoas ainda estão sentindo o peso daquela personagem do Milan Kundera. Antes, quando existia a Lei, as indenizações eram um terror enorme, em todos os jornais. Nos EUA, foi levado à Suprema Corte, que decidiu contra o agente público. Pois se alguém do governo puder requerer indenização, a mídia perderá seu poder de fiscalizar. Foi no caso 'New York Times vs. Sullivan', onde o juiz William Brennan foi o redator da opinião da corte, que virou uma referência.
As ações de indenização, segundo o entendimento de então, podem ser mais nocivas à liberdade de expressão do que a prisão - elas podem fechar um jornal. 'Esta nossa nação', dizia a decisão 'ficaria completamente desprotegida da fiscalização da imprensa'."

Fábrica de liminares

"É o pior dos mundos. É pior do que a censura da ditadura, que era caso de polícia. Na democracia estamos experimentando a censura disfarçada, travestida de legalidade, por decisões judiciais. Daí fica mais difícil o combate a ela. Porque exige muita explicação. Quando é imposição do ditador, é simples supor, é fácil entender. Em forma de decisão judicial, ganha cara de legalidade, de austeridade, e é terrível! Não existe qualquer possibilidade de interpretação do texto constitucional que remeta a legalidade dessas decisões. E pelo contrário, é clara a Constituição ao dizer que não há censura em hipótese alguma.

O direito à informação é uma luta dos cidadãos! O que falta é tempo. Estamos no enfrentamento de uma questão cultural. As autoridades de um modo geral se consideram intocáveis. Uma herança de outras épocas. Então vencer uma luta cultural demanda tempo, que vai ser até mais rápido do que eu pensava. Rapidamente vai chegar ao Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, onde, tenho certeza, será definitivamente impedida [a liminar contra o Estadão]. Está havendo uma cautela para não suprimir instâncias judiciais, do primeiro grau, pelos tribunais, até chegar ao Supremo, de onde surgirá uma súmula vinculante, eu não tenho a menor dúvida. Mas são 26 casos, o do Estadão é o mais notório."

ENTREVISTA COM FÉLIX XIMENES

Ele é o porta-voz brasileiro de uma das empresas mais amadas e odiadas pelos jornalistas mundo afora: Google. Diretor de comunicação da multinacional de tecnologia digital, Felix Ximenes atesta que o exercício pleno da atividade jornalística continua fundamental, mas seu modelo de negócio precisa de reformulação urgente. Explica porque a mídia tradicional permaneceu datada e que paradigmas da web 2.0 poderia seguir para tentar adequar-se aos novos tempos.

Google não produz, só indica

"Jornalismo deve continuar sendo exercido. A necessidade é revisar o modelo de negócio. Parques gráficos são caríssimos, e a distribuição está cada vez mais cara. É uma continuidade da crise dos anos 1980. E a internet mudou a expectativa do usuário. Adversário maior que é o tempo, a velocidade.
Os mecanismos de busca, principalmente, se mostraram eficazes para encontrar essas coisas, com um baixo custo de produção, com ferramentas que se mostraram um modelo econômico muito viável, principalmente o Google. Mas nós não geramos nem agregamos conteúdo, só indicamos onde ele está.
Qualquer webmaster de um grande site de notícias pode fazer um comando de poucas linhas que tira o seu portal das buscas do Google. Mas ninguém faz isso porque reconhece que damos um grande número de pageviews."

Matérias on demand

"Ninguém achou nenhum modelo de negócios que responda a crise dos veículos norte-americanos. A grande pergunta é se tem um usuário que está disposto a pagar por conteúdo on-line. O que observamos no desenvolvimento de tecnologia, participando dessa discussão toda, é o surgimento do que alguns novos executivos têm chamado de 'atomização do consumo de mídia'. Então muita gente queria ouvir uma música, mas não queria comprar o álbum inteiro.
A Apple inventou o iTunes e disse assim: 'toma, aqui está a música que você quer por 0,99 centavos'. E isso foi um sucesso comercial. A mesma coisa aconteceu com vídeos, on demand, trechos curtos, que diminuiu aquele medo da indústria de cinema, aquele fantasma da pirataria.
Talvez seja do interesse dos veículos em vez de vender a assinatura, o conteúdo inteiro, vender sob demanda. As matérias que atraírem o leitor seriam pagas separadamente, através de um serviço feito para aquilo. Mas é mais um modelo para se pensar, a gente não sabe ainda como vai ser.

O modelo de imprensa baseado na produção física e na consumação física está em crise. Há uma exigência do consumidor de notícia na internet por sensibilidade, customização e democratização - não quero só receber conteúdo, mas também fazer e comentar conteúdo."

Publicidade na internet

"A Google distribuiu 5 bilhões de dólares no ano passado aos parceiros de conteúdo pelo sistema do AdSense. Além disso, os produtores de notícia podem ter os próprios sistemas de banners, players e outros anúncios interativos. Há um universo enorme de novas possibilidades de publicidade on-line que os veículos não estão atentos ainda. E isso tem menos a ver com a produção jornalística do que com a atividade comercial e publicitária.

Esse fator comercial ainda é muito incerto, mas é fato que o jornalista vai continuar sendo o grande intermediador e mobilizador da sociedade. O problema é que a imprensa ainda busca se agarrar a um modelo de negócio que está sendo questionado e ainda não mergulhou para encontrar novas respostas sustentáveis, e aparentemente tem vários.

Temos notícias de parceiros de conteúdo ou de grupos de parceiros que hoje vivem exclusivamente da renda gerada pelo AdSense. No Brasil são casos isolados. Mas nos EUA, na Europa ocidental e no leste europeu é uma realidade bem estabelecida."

Jornalismo é insubstituível

"O valor do conteúdo jornalístico é inestimável. Posso encontrar um bom texto no site de uma empresa, mas sem a credibilidade que transmite o jornalista, que vai além do tino para notícia, mas tem também o timing e o faro para encontrar o que é relevante. Isso conquista o respeito do leitor.

É animadora a clareza que o Chris Anderson tem para falar desses fenômenos. Então faz sentido que nenhum leitor queria pagar por toda notícia que consome on-line, mas esteja predisposto a pagar por um conteúdo Premium, que é do interesse pessoal dele ou fundamental para seu negócio. E esse é mais um modelo que pode ser uma saída.

Hoje a gente vê poucas ações inovadoras nessa área. Ou porque [as empresas da velha economia] não acharam ainda ou porque simplesmente não mudou. Espero que muita gente boa esteja pensando nisso para o sucesso de todos nós, porque há demanda por conteúdo de qualidade na internet. O jornalismo sempre foi muito bom em comunicar, mas talvez nem tanto em ouvir do seu leitor. E a sociedade está aí, querendo participar. Então ou damos um jeito de botar esses caras a bordo, ou eles vão zarpar sem a gente."

ENTREVISTA COM EDUARDO ARIENTE

Além de mestre em direito pela USP e professor de deontologia e legislação do jornalismo na Escola de Comunicação e Artes da mesma universidade, Eduardo Ariente tem envolvimento antigo com questões pertinentes à legalização de rádios comunitárias e quebra de monopólios de grupos de comunicação.
Além desses assuntos, o advogado fala sobre os problemas trabalhistas que a queda do diploma poderá causar e da pouca efetividade que a legislação sobre concessões de rádio e TV tem no país.

Falta da Lei de Imprensa

"É fato que, a não ser para o direito de resposta, o Código Civil e o Código Penal poderiam ser aplicados sem problema. Agora discute-se em botar teto nas indenizações, como tinha na Lei, porque só se prevê que seja adequada ao dano sofrido.

Direito de resposta tinha especificações que não existem fora da Lei de Imprensa. Só a Lei Eleitoral é tão detalhada nesse aspecto. Agora vai depender da criatividade do juiz, desde que seja adequado e proporcional. Bom senso todo mundo precisa ter, não tem que ter uma lei te dizendo para ter bom senso. E tem outra, se tiver um caso que envolva o Twitter, por exemplo, vai ter direito de resposta específico? O juiz que vai determinar de acordo com aquilo. A lei sempre vai vir depois da tecnologia, não adianta.

O problema no Brasil é que os juízes costumam ser muito positivistas. Eles precisam de lei. Se estão tomando medida e não tem lei específica, se sentem desconfortáveis."

Diploma: o buraco é mais embaixo

"Se estivessem de fato preocupados com liberdade de expressão, iam mexer na questão do monopólio dos meios de comunicação, em concessão de rádio e TV, participação de políticos nas eleições por meio de veículos de comunicação. Esse negócio de diploma é secundário. Não altera absolutamente nada. É perfumaria, bobagem. Há questões muito mais sérias para serem debatidas de que pouco se fala.
Os efeitos disso são questões delicadas, como monopólios intactos e uma degradação, precarização da regulamentação dos profissionais de comunicação. Querem legitimar a desregulamento da profissão à custa da ausência de pagamento de direitos trabalhistas.
Estamos muito acostumados a exigir ética do jornalista, do indivíduo.
Deveríamos começar a cobrar isso dos veículos. E se é para discutir ética, porque eles não começam a dar o exemplo regularizando direito trabalhista? Fazer o Ministério Público do Trabalho começar a mover ação contra as empresas de modo que parem de contratar profissionais sob o manto de Pessoa Jurídica, como se fossem mero prestadores de serviço.
É fraude. Não se pode terceirizar a atividade fim da empresa. Mas o mercado de trabalho para os comunicadores está tão difícil, que esses profissionais se submetem a essas circunstâncias."

Grande mídia e informação sob controle

"Os grandes meios de comunicação se beneficiam de leis que têm de ser modernizadas. Eles fazem o que querem, e o governo não toma medidas eficazes. Tem um decreto de 1983 que é a popular gambiarra: se a concessão tiver vencida, ela pode continuar a funcionar até que seja apreciada. Então tem concessão vencida há dez, 12 anos aqui em São Paulo, com base nesse decreto.
Era necessário um órgão governamental que gerenciasse isso com maior rigor. A Anatel só cuida de parte técnica. Se dá um problema grande, como prestação de serviço, ela costuma passar para o Minc, e daí fica pulando de um para o outro. Então, para adequar esses abusos, precisava de outro mecanismo, específico.

O ponto é: tem que quebrar monopólio e propriedade cruzada. Esse é o único modo possível de se falar em liberdade de expressão. Só assim daremos espaço para sociedade civil, governo, empresários e todos outros interessados falarem. E isso não existe no Brasil.

Como diria Hebert Marcuse, você não precisa depor um governo democrático para instalar um Estado ditatorial. Você pode fazer isso num sistema capitalista tranquilamente. E uma das maneiras de fazer isso é controlar a informação.

Tem gente que se desculpa dizendo que aqui tem liberdade de expressão. Que eu posso ir lá montar um blog ou você fazer um jornal que todo mundo tem direito. Mas isso é bobagem. Quando a gente fala de comunicação, é sobre a capacidade de mudar comportamentos em escala. Ou seja, usando a televisão e o rádio no Brasil. Liberdade de expressão quem tem é dono de veículo. E só."

ENTREVISTA COM LARYY ROTHER

O estadunidense Larry Rohter foi correspondente do New York Times no Brasil entre 1999 e 2007, além de ter trabalhado no país também pelo The Washington Post e pela revista Newsweek. Para o jornalista, a influência do Estado sobre a imprensa é algo que sempre existiu e que hoje é quase banal. A seguir, Rohter fala sobre essa relação de poderes, problemas com Lula, crise nos jornais impressos americanos e o papel do jornalismo hoje.

Relação estado e meios de comunicação

"Acho que sempre existe uma tensão entre a nossa responsabilidade como jornalistas em informar o público, o eleitorado e o desejo de um governo em controlar o fluxo de informação e sempre apresentar a melhor imagem possível da obra e das forças daquele mesmo governo. Alguns governos ou governantes realmente vão além do permitido no sistema democrático.
Quando eu era correspondente na Venezuela acompanhei as primeiras tentativas do Hugo Chavéz em sufocar uma imprensa livre e o que estamos vendo hoje com o Globovisión é o reflexo mais recente dessa tendência autocrática. O episódio com o Clarín e o casal Kirchner obviamente mostra como essas tensão existem na sociedade Argentina.

Não sei quem foi o responsável no último incidente na redação do jornal Clarín, mas suspeito que foi o Néstor Kirchner e não a atual presidenta, porque acho que ela é mais astuta nesse jogo político, acho que não faria uma coisa tão boba. Mas seja quem for o responsável, é preocupante o que aconteceu.

No caso do Sarney com o Estadão foi muito exagero. Eu estranho um pouco o Sarney tomar uma posição dessas, porque ele é raposa, veterano do jogo político e tomou uma atitude estranha e obviamente antidemocrática. Até que o Estadão tenha plena liberdade de publicar as matérias que tem recorrido é censura, disfarçada não sei, pra mim continua sendo uma censura sem disfarce."

Caso com Lula

"Acho que foi o próprio presidente que reagiu [contra polêmica matéria de Rohter que em 2004 destacou os hábitos etílicos do presidente]. Não sei se isso é uma manifestação de uma política de Estado ou espasmo autoritário de um governante, acho que foi a segunda. Acho que foi um episódio isolado, no meu caso. Sei que a imprensa brasileira sofreu pressão e continua sofrendo pressões do governo nas mais diferentes modalidades.

Eu tenho que dizer uma coisa sobre Fernando Henrique Cardoso: ele aguentou a crítica com uma serenidade que eu achava impressionante. Com o PT é um pouco diferente, porque ele acha que é dono da verdade, que o PT aponta o único caminho correto e qualquer crítica é mal intencionada, antipatriótica, ou parte de uma campanha de difamação dirigida pelas agências de inteligência dos EUA, como alegaram no meu caso. Que bobagem.
Claro que eu sabia que o governo não ia gostar da matéria, mas as dimensões que a situação tomou, isso sim me surpreendeu, a ordem de expulsão foi uma surpresa desagradável. Já fui preso duas vezes na ditadura do Pinochet, no Chile, fui expulso de Cuba durante a crise de Mariel em 1980, tive desavenças com o governo chinês quando era correspondente lá e aqui no Brasil durante a ditadura, em 78, quando andei fazendo uma investigação da guerrilha do Araguaia em Marabá o governo do Geisel tentou me prender.
Fui preso também no Panamá, na ditadura do general Moriega. Estava cobrindo manifestação na rua e me prenderam, me ameaçaram etc. O jornalista incomoda. E quando esta fazendo um trabalho que incomoda, às vezes os governantes acham que a solução é prender ou expulsar. Acho isso, não vou dizer normal, mas acontece. E o jornalista tem que aprender a viver com isso. Agora é sempre importante contornar um episódio desses."

Situação dos jornais americanos

"Está sombrio. Nós estamos vivendo algumas dificuldades [no New York Times], mas nosso compromisso é com a qualidade e uma cobertura ampla do país e do mundo continua intacta. Mas você vê que outros jornais estão fechando sucursais no exterior, reduzindo o número de correspondentes em Washington e nas capitais dos estados por necessidade econômica.
Não sei como vai ficar. Na verdade acho que as redes de televisão estão sofrendo mais e as revistas semanais também. Chego aqui no Brasil e acho impressionante ver como uma revista como Veja continuar com tantos anúncios e os jornais também. Dos quatro mais importantes, nacionais, parece que só o JB está sofrendo muito, muito mesmo. Ver um jornal no domingo ou no sábado e ver a fartura dos anúncios me dá inveja."

Papel do jornalismo

"Tem mudado. Com o surgimento desses novos mecanismos, sobretudo a internet, o processo mudou e o leitor tem mais possibilidades de conversar com o jornalista, o editor. Virou um processo muito mais interativo, eu acho. Mas sempre haverá a necessidade de um jornalismo bem feito.
Você pode falar de plataforma, mas a necessidade em si nunca vai desaparecer numa sociedade democrática. Que existe uma crise, existe, mas seria catastrófico falar no fim do jornalismo. O bom jornalismo sempre vai encontrar um canal de se expressar. E o leitor que valoriza a informação sempre vai encontrar uma maneira de ler aquele jornalismo, seja num site, num jornal."

ENTREVISTA COM DERRICK DE KERCHOVE

Doutor em língua e literatura francesas pela Universidade de Toronto, Canadá, o belga Derrick de Kerckhove é considerado o herdeiro intelectual de um dos mestres das teorias da comunicação, o canadense Marshall McLuhan. Uma de suas mais significativas pesquisas fala sobre a forma como a mídia pode revolucionar a maneira de se pensar e de se adquirir conhecimento, tema abordado a seguir entre questões que tangem as velozes mudanças por quais passa a comunicação social.

Morte do jornalismo

"O jornalismo perde terreno rapidamente para a mídia pessoal, como todas as extensões da mídia tradicional na internet, como o YouTube e a ITV, ao invés dos telejornais. Os números contam a história. Nós gastamos cerca de seis horas em frente a uma tela. A TV representa apenas duas horas desse total, contra 4,5 de uma década atrás. A internet equivale a três horas por dia; a última hora corresponde à tela dos telefones celulares.

O jornalismo não está morto ainda, mas está em processo de mudança. Há uma coisa chamada 'jornalismo cidadão', uma espécie de sistema de alerta para as comunidades em situação emergencial. Blogs também estão atuando como um tipo de jornalismo postiço e espontâneo.
De qualquer maneira, ainda há a necessidade de ter uma mídia principal, porque as pessoas continuarão precisando de uma diretriz, de formadores de opinião além dos blogs e editoriais, além dos twitters."

Acesso permanente

"As pessoas querem personalizar suas fontes de informação, com dados disponíveis on-line, para compor suas 'notícias sob demanda', em qualquer lugar, a qualquer hora e em qualquer plataforma. Eu também penso que qualquer coisa on-line está tecnicamente acessível de modo permanente, assim como um pensamento está tecnicamente acessível o tempo todo em seu cérebro, mas aparece apenas quando requisitado. Isso pode ser uma definição de 'noticiário'."

Imprensa e poder

"Eu acredito veementemente na necessidade do jornalismo de ficar longe da interferência dos governos ou negócios. [O jornalismo] precisa prestar atenção no que é dito nos blogs e no Twitter. A internet atua como um tipo de mídia 'underground', paralela. A idéia aqui é sustentar um genuíno jornalismo democrático, encorajando um constante diálogo entre os cidadãos e o noticiário oficial.

O jornalismo ainda tem o poder, mas o perderá para o Twitter se ele se submeter às pressões do governo, como é o caso de muitos países nos dias de hoje. Uma imprensa objetiva é uma condição sine qua non para a democracia."

ENTREVISTA COM CIRO MARCONDES FILHO

Jornalista, sociólogo e tradutor, Ciro Marcondes Filho é também professor titular da ECA-USP, coordenador do Núcleo de Estudos Filosóficos da Comunicação (Filocom) e autor dos livros "Ser jornalista" e "Dicionário da comunicação". Com base em seus notórios trabalhos nas áreas de comunicação e jornalismo, Ciro falou à IMPRENSA sobre credibilidade e as novas formas da notícia.

Mudanças de paradigma

"Evidentemente, o jornalismo continuará. É equivocado pensar que o aparecimento da internet e a o afluxo exponencial de informações vindas dos mais diferentes pontos e pessoas fará desaparecer a atuação do profissional de imprensa. O que mudou, efetivamente, foi o procedimento de captação. Hoje, o jornalista busca menos, sai menos à procura de fatos, porque afinal a sociedade tecnológica os fornece largamente.

Antes de a internet explodir, já havia as assessorias de imprensa e as estratégias dos profissionais em relações públicas que abasteciam continuamente as redações com material semipublicitário, semijornalístico. Hoje esse movimento simplesmente inundou de tal forma a prática jornalística que tornou os profissionais desacostumados a sair à caça de informações. Elas vêm automaticamente.
Pode-se dizer que isso tornou o repórter mas preguiçoso, menos 'batalhador' pelo novo. Seu perfil efetivamente mudou e ele se tornou mais adaptado às condições tecnológicas. Não obstante, o grande público não fica sem o jornalista porque, primeiro, não pretende montar sozinho seu jornal; segundo, necessita de alguém que faça por ele a triagem entre as informações interessantes e aquelas que são mero lixo; e, terceiro, continua a existir a necessidade de ouvir uma opinião informada para pensar e agir.

O jornalismo é um sistema muito flexível e muito adaptável. Nos atuais tempos, ele se reinventa como operador de notícias on-line, o que não existia antes. Compete com blogs, sites, twitters, e toda sorte de fornecedores de informação, mantendo-se e superando-os pela distinção de produzir notícias confiáveis e assinadas. Diferente dos outros, ele ainda goza do prestígio de 'ser do ramo', de ser especialista na produção do novo e das novidades."

Acesso à informação

"O usuário normalmente tem condições de obter as informações que procura. Basta digitar uma ou duas palavras no Google que já aparecem milhares de páginas a respeito. Mas não tem condições de dar sequência a isso, de trabalhá-las, de fazer com elas uma síntese ou uma elaboração maior. Ele só chega à porta de entrada mas não avança nos cômodos dessa imensa construção.
Porque não foi escolado para isso, porque não tem a formação e o treinamento para filtrar, sintetizar, realizar uma notícia. Os usuários sabem brincar, apostam no lúdico da internet, não querem ter esforço; como diz o Gonzaguinha, eles só querem ser felizes. Mas a informação mesmo eles obtém da imprensa, prêt-à-porter.

O fato de as informações da internet serem gratuitas não inviabiliza o jornal, exatamente porque estão 'a granel'. As pessoas pagam para obter o serviço daqueles que trabalham essa informação e as buscam em pequenas quantidades mas já elaboradas. Alguém faz o trabalho do meio de campo. Essa é - como sempre foi - a função do jornalista."

Níveis de credibilidade

"Nos tempos atuais, chamados por alguns de 'pós-modernos', toda informação, todo saber, toda tradição, em suma, toda a cultura encontra-se em 'crise de credibilidade'. É o sinal dos tempos. A constatação de que não existe verdade, que a objetividade é uma farsa, que nada é apresentado de forma realista, porque o 'real' não existe, tudo isso assinala uma época em que só nos deparamos com versões. Além das versões não há nada.

Mas, naturalmente, há níveis de incredibilidade. Os políticos talvez sejam a classe com menor credibilidade porque visivelmente escondem os fatos, burlam as leis e a justiça, enganam descaradamente a opinião pública. Mas também outras instituições com os bancos, grandes empresas, as igrejas, as escolas, as universidades, a família, todas elas com sua credibilidade reduzida num mundo em que a seriedade no informar, a honestidade do trabalho é ridicularizada.

Afinal, nos dias de hoje, em quem se pode acreditar se até mesmo nas relações íntimas, intersubjetivas, passionais, o jogo e a farsa predominam? Só sobrevive um princípio ético de cada pessoa, aquele que é supervisionado pelos valores e que tem que prestar contas à consciência de cada um: o de poder olhar sem os óculos mutiladores dos preconceitos, das opiniões preformadas, que falsificam qualquer sinal do mundo externo sem que estes sequer possam aparecer e se mostrar."

DE EXTRADIÇÂO, DISTRAÇÃO E APAGÃO...

Foto: R. Stuckert/PR
Lula, do Brasil Da Silva, estava por acaso neste domingo lá pela Itália. Sem outras coisas para fazer, se encontrou com Massimo D’Alema, ex-primeiro-ministro italiano e líder do Partido Democrático, de esquerda. D’Alema - depois de trocar segredos de liquidificador com Lula, falou para os jornalistas que para o presidente brasileiro o caso Cesare Battisti está nas “mãos do Judiciário”. D'Alema buzinou no ouvido de Lula a sua posição e a de seu partido que, casualmente, coincide com o que pensa toda a Itália: a favor da extradição. Lula não tá nem aí. Desempenha com perfeição o papel de um presidente legal.

Não se iluda, o sorriso público de Dilma Roucheffe é plástico. Íntramuros ela continua botando os cachorros em todo mundo. Até mesmo aqueles tradicionais cabos eleitorais de luxo que podem tanger seus currais eleitorais levam o tradicional chga pra lá da ditatorial apóstola de Lula do Brasil Da Silva. Se já tivesse em mãos e na cabeça, Lula lançaria agora mesmo o Plano B para 2010. Como não tem, o terceiro mandato deixa de ser apenas uma idéia.

O irônico da candidatura da mãe do PAC, poste preferido de Lula para 2010 é que, muito mais do que bater de frente com FHC, esse governo combateu o regime militar. Agora quer impor uma sargentona na presidência da República.

Nesta quarta, Gilmar Mendes decide se tem medo de Genro - o Tarso de Lula na Justiça. Está nas suas mãos o destino de Cesare Battisti - o criminoso condenado à prisão perpétua na Itália, sob a luz do Direito romano - uma das bases mais sólidas dos códigos de justiça no Brasil.

Dilma Roucheffe tem sorte. Os mais de 40 chefes de Estado que se reuniram para preparar o encontro de dezembro, em Copenhague, onde e quando o mundo vai debater o clima, chegaram à conclusão de que não deve sair da Cúpula um documento definitivo sobre as mudanças climáticas. Assim é que o pessoal vai para lá cupular, cupular, cupular sem chegar a coisa alguma. Sorte de Dilma, pois - apesar de todo o aparato, equipamento e instrumentalização do governo colocados na sua bolsa Kelly para assuntos aleatórios - ela mal seria ouvida, porque a heroína brasileira reconhecida mundialmente em assuntos de meio ambiente, se chama Marina Silva. Em Copenhague a turma ia ficar cupulando e andando para o que a desconhecida enviada de Lula iria dizer ou fazer. O banho fica pra depois.

O governo de Goiânia acaba de montar uma operação limpeza contra pedintes de outras cidades. Pronto, resolvido o problema: mendigo, agora, na capital de Goiás, só com certidão de nascimento registrada em cartórios locais. Não demora nada, vem aí a carteirinha de mendigo.

Semana passada, num dos intervalos de almoço em horário de expediente da Casa Civil, Dilma Roucheffe radicalizou num encontro em Guarulhos com prefeitos petistas, e botou na mesa a sucessão em pratos limpos: “O que se jogará no ano que vem é o confronto entre dois Brasis. O que terminou em 2002 e o de 2009 e 2010″. O poste preferido de Lula para 2010, evidentemente, falava da campanha eleitoral para o próximo ano que já começou. É que os tucanos não são DEMOníacos, do contrário estariam dando risada. O Brasil, desde 1500 é um só.

15 de nov. de 2009

REPÚBLICA DA ESPERTEZA

Faltam duas semanas, menos um dia, para as eleições em Honduras. Manuel Zelaya continua chefiando a Hospedaria Brasil Da Silva, em Tegucigalpa. Este será seu mundo até que o novo presidente hondurenho assuma. No dia seguinte, Zelaya vai continuar com seu chapelão de caubói, seu colete de couro e cuecas idem, prontas para lavar os dolares de sua sociedade com babacas como Hugo Chávez e figuras ridículas como Celso Amorim que é alvo de chacota aqui, em Caixa Prego, na OEA e na ONU. Em Honduras, ninguém fala nele. Nem em Zelaya.

Depois da peremptória declaração de Edison Lobão - A Voz do Dono, de que foi a intempérie que causou o apagão, dona Dilma Roucheffe já pode, agora sim, basofiar sem medo de errar: "Nunca mais teremos apagão neste país"! Todo mundo sabe que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Cá pra nós, mas em matéria de apagão, até agora ninguém sabe quem sabe menos sobre o microincidente energético: Lula, Dilma, Genro, Lobão ou a oposição em peso. E ninguém foi perguntar coisa alguma para o Caetano Veloso, nem para o Paulo Coelho.

Além da humilhação insíntrica, uma coisa ainda está doendo profundamente no orgulho dos vascaínos: ser campeão da Série-B... E a duras penas.

Battisti faz greve de fome e envia carta a Lula. Só um poquinho aí: a) por quanto tempo essa greve? b) a carta foi em mãos? c) quem vai ler?

Fifa suspendeu Diego Maradona do futebol por dois meses. Foi por causa das frases ofensivas que dirigiu aos jornalistas quando conseguiu a classificação para a Copa do Mundo. A Argentina agradece, mas acha pouco.

Resta aos torcedores argentinos a expectativa de que Maradona volte a dar entrevistas antes da Copa na África. Como daquela cabeça não pode sair mais nada do que lhe escorre pela boca, esta é uma boa perspectiva de que ele seja afastado definitivamente do futebol. Única chance de um bom desempenho para a seleção da Argentina.

Não é por nada, mas o futebol do Uruguai anda tão confuso que ele só tem uma saída para organizar melhor a sua seleção: contratar Diego Maradona como técnico.

Semana passada, autoridades sanitárias da Venezuela, informaram ao Ministério da Saúde do Brasil que há 30 ianomanis com gripe suína na Amazônia. Ninguém alertou que os índios são brasileiros.

Uma coisa não se pode negar: o governo Lula é bem relacionado na vida. Lula, Edison Lobão e Dilma Roucheffe, diante do apagão, não titubearam: terceirizaram o problema, entregando-o nas mãos de Deus. Isso não causa nenhuma surpresa. Um cara que bota Cristo e Judas no mesmo saco, tem que se dar muito bem com o Pai do Universo.

A GRANDE QUESTÃO & O BUSTO

Foto: Jornal El Heraldo/Tegucigalpa

Inda que mal pergunte, será que Manuel Zelaya só tem aquele colete, ou suas cuecas também são de couro?!? Essa é hoje a grande questão lançada pelos simpatizantes do clone hondurenho de Ratinho, do SBT. Seus seguidores só pensam nisso. O resto vai às eleições. Zelaya será agraciado com a hospedagem permanente e para todo o sempre na Estalagem do Brasil Da Silva, em Tegucigalpa. Merece um busto de bronze no Itamaraty.

LULA DE NOVO

Tudo é falso. Ou nada é o que parece: o cabelo, pelo linfoma; o olhar, pela plástica; o sorriso, pelo botox; o olfato, pela flor que não se cheira; o tato, pelo gênio irascível; a alma, pelo cilicone que se esparramou pelo todo, da cabeça aos pés. Não há, na ótica de Lula do Brasil Da Silva, perfil mais adequado do que esse para ocupar o seu lugar em 2010. Zé Dirceu já disse - e depois calou a boca, porque o núcleo duro do Poder não gostou - Dilma é o Lula de novo.

BOLA GENÉRICA

O SÁBADO FOI DO SÃO PAULO E DOS TRAPALHÕES
Moisés Pereira

Nada é menos definitivo do que o futebol; a bola é sempre surpreendente e quando menos se espera, acontece, embora a máxima do Barão famoso: “De onde nada se espera é que não sai nada mesmo”.

Já estava preparado para dizer que o Grêmio começou a perder o jogo quando entrou Herrera e passou a jogar com dois jogadores a menos. Explico: há uma incompatibilidade entre os atacantes argentinos e o futebol do Grêmio em 2009, ou será que contratamos os piores do decadente futebol platino nesta temporada?!?

E não é que no final, quando o Grêmio jogava com nove, dois expulsos e os dois citados trapalhões, aconteceu o inusitado?... Exatamente Max Lopes e Herrera coroaram as trapalhadas com o gol do empate. Quase a repetição da “Batalha”, aquela, de constrangida memória.

O Cruzeiro repete-se e “morre” na praia, como aconteceu na Libertadores, embora seu técnico Adilson seja o mais cortejado do momento, inclusive pelo Grêmio. Só Freud para explicar essa atração por perdedores.

O meu eleito, Galo mineiro do Celso Roth sucumbiu em Curitiba afastando-se da briga pelo título. O campeonato em seu equilíbrio sugere que resultados não mais surpreendam. Os jogos são disputados no limite, o que permite que aquele que perde poderia ganhar, e vice versa. Não há uma superioridade confiável, se é que me entendem.

Enquanto isso o São Paulo confirmando uma vitória previsível sobre o Vitória assume no sábado a liderança do Campeonato e mantém a chama acesa para mais um título.

Num universo de mediocridades parece-me que o São Paulo é o time que reúne melhor equipamento, o que pode ser determinante na decisão do título.

Como dissemos no início que nada é mais suspeito do que o futebol e a bola, não será surpresa se o Flamengo fizer valer a mística de campeão e o seu Imperador Adriano chegue triunfalmente em dezembro.

Resta o Verdão, do rabugento Muricy, agora mais contido, talvez consciente das limitações de seu elenco e por isso menos cotado para ultrapassar o disco final na ponta.

Se o sábado foi do São Paulo e dos trapalhões platinos, esperemos o domingo, até porque teremos uma segunda feira para analisar mais uma rodada do certame de pontos corridos mais encruado de todos os tempos aqui na pátria tupiniquim.

A BOLSA OU A VIDA!

=Diga, entre as mazelas da Educação e o descalabro na Saúde Pública, qual das duas você prefere? As provas - sem provas - do Enade e do Enem, agradam? O corredor dos hospitais e o atendimento no postinho da esquina, vão bem? Obrigado. Você é como ele, não viu nada, não sabe de nada... Que bom que você é assim. Muito obrigado, mesmo. Você, como ele, não fez nada.

=O governo continua imbatível no quesito criação de slogans. Tudo tem um rótulo que serve como solução para enfiar nossa goela abaixo. Luxo é Lixo; Luz para Todos; Brasil - Um País de Todos; Minha Casa, Minha Vida; PAC da Segurança; PAC do Crescimento; Cota Racial, Cota Social; Enem, ProUni; Fome Zero; Bolsa Transporte, Bolsa Presídio, Bolsa Comida, ... E, então a gente vai de bolsa em bolsa: Bolsa Beira-Collor, Bolsa Sarney, Bolsa Calheiros, Bolsa Barbalho, Bolsa Congresso Nacional, Bolsa Três Poderes, Bolsa Kelly... É o tempo do A Bolsa, ou a Vida. Basta um slogan e tá tudo dominado.

=Cesare Battisti entra a semana em greve de fome. Pena que a semana não tenha 365 dias. O cara assassinou quatro pessoas, na olímpica modalidade do crime comum, a Justiça italiana o condenou, em todas as instâncias, a prisão perpétua e o Brasil Da Silva - sob os auspícios do causídico roxo Genro, o Tarso de Lula - quer porque quer ficar com ele por aqui. Há quem desconfie de que amanhã, ou depois, seus serviços sejam necessários para manter a governabilidade brasileira. O futuro pode ser agora.

=E se a greve de fome do velho camarada, companheiro bom e batuta de Genro - o Tarso de Lula, Cesare Battisti for mesmo um sinal de arrependimento? Quem sabe ele vai fazer mesmo uma greve de fome de fio a pavio, sem pão, sem água, sem soro na veia?!? Espero que seja isso mesmo. Uma autanásia bem que poderia ser a sua redenção. Alô, alô Supremo Tribunal Federal! Protelem por uns trinta dias a decisão que Battisti tanto espera. Um mês é mais do que suficiente para que se faça justiça ágil e eficaz nesse país.

=Espera-se agora que o ínclito ministro Gilmar Mendes, voto de minerva no caso do terrorista italiano, não economize tempo para ler e reler o processo de extradição do amigão de Genro, o Cesare Battisti. É tudo que os familiares das pessoas que ele matou na Itália, em nome do PAC de lá, esperam dessa gloriosa "greve de fome total" do bandidão comum que se vestiu com o manto de terrorista político. Pelo menos, uma vez na vida, ninguém vai reclamar da morosidade da Justiça no Brasil.

República da Esperteza

Lula do Brasil Da Silva anda meio cabreiro. Já não sabe o que fazer para acabar com os raios que provocam apagões e as enchentes que desabrigam milhares de pessoas que perdem seus lares, seus barracos e - assim já é demais! - seus títulos de eleitores. Nessas horas, seus apóstolos, não servem para nada.

Quanto maior for o número de encargos eleitoreiros que colocar à disposição de Dilma Roucheffe, mais Lula do Brasil Da Silva vai ter que pensar em um Plano-B para as eleições do ano que vem. A Casa Civil está ao abandono - sua chefe não pára mais em casa; como mãe do PAC, empacou; no papel de síndica do "Minha Casa, Minha Vida", desandou; como responsável pela energia que o país deve ter, apagou; como religosa ecumênica, faz horas que não vai a um culto e já desistiu da Missa das Dez aos domingos; como Dilma Paz e Amor, tem surtos de amnésia, a bela vira fera e mostra as garras. Toda vez que precisa arregaçar as mangas para trabalhar, encontra outras coisas para fazer... O terceiro mandato está cada vez mais perto.


Outro fim de semana em Paris. Que coisa mais chata! Nada mais monótono do que, ao invés de portar uma bolsa Kelly, andar com Sarkozy à tiracolo.
Às margens plácidas do Sena, jogo de cena era mato. Essa compra de caças Rafale, helicópteros, submarinos, vai ter que ser por lá mesmo. Ou Lula não terá coragem de olhar outra vez nos olhos o marido de Bruna, a quem prometeu mundos e fundos entre um sorvo e outro de estrelas.
=Pronto, o culpado pelo apagão já foi identificado. Trata-se do maior concorrente de Lula do Brasil Da Silva: Deus. Lobão disse que foi o raio de um toró e nisso, desdisse Dilma que, em março, desafiou os astros exibindo-se toda: "apagão não cai do céu, apagão é não investir em geração e transmissão". O diabo é que, quando Lobão uiva emite o som da voz do dono. E o dono está com ele e não abre: "Se alguém pergunta para mim: presidente, pode acontecer alguma coisa outra vez? Eu digo: a única chance de não acontecer nada neste País é se Deus quiser que não aconteça". Foi o que ele gargarejou assim que o país saiu do ar. Em assim sendo, o que pode fazer um simples deus brasileiro contra o Deus do universo?!? Melhor deixar esse papo de lado e dar um pulinho à Cidade Luz que lá não tem apagão. E de quebra, aproveitar para falar um pouco sobre clima - já que a sombra de Marina Morena Silva assombra.
=O Sanatório da Notícia é que insiste nesse tema. Fica por aqui só relembrando coisas. Deus não tinha se metido ainda nessa questão energética brasileira. No tempo de FHC o apagão foi causado por um pássaro. Este agora foi causado por raios e trovoadas. E estamos conversados. Imagine se Lula iria se lembrar de que há coisa de dois anos o MST dinamitou uma torre de transmissão lá no Sul! Melhor processar a Natureza.
=Pensando bem, a especialidade do governo é apagão. Tem apagão por tudo que é lado: na máfia das ambulâncias; na violência urbana; apagão no PAC; no MST; na ociosidade gerada pelo Bolsa-Família; na humilhação do Fome Zero; na farsa do "Minha Casa, Minha Gente"; no aparelhamento do Estado; nas lavanderias de Dudas, Delúbios, Valérios; apagão nos sanguessugas; nos vampiros; nos aloprados; nos dossiês de Mercadante e de dona Dilma; nos mensaleiros; na Saúde; na Educação; nas rodovias; nas CPIs da PTrobras, das ONGs, em todas elas; nos abraços e queijos com Sarney, Beira-Collor, Renan Calheiros; na história da famíglia Sarney; nos Barbalhos, Vavás, Freuds e Lorenzettis... Nenhum governo no mundo é mais especializado em apagão do que o governo da República da Esperteza.

BOLA GENÉRICA

ELI DANILO E JORGE
Moisés Pereira
De São Paulo

No retorno de Brasília domingo passado estive em São Paulo visitando Tatiana, minha filha, jornalista, editora do Portal do IG.
A Tati está descobrindo São Paulo e de certa forma extasiada com suas atrações de lazer, culturais, musicais, gastronômicas e de toda ordem, ainda mais comparativamente a nossa província dos casais açorianos.

Não por acaso proporcionou-me conhecer um boteco temático sobre futebol localizado na Rua Aspicuelta no Bairro de Vila Madalena, um dos redutos da boemia paulistana.

Refiro-me ao Boteco São Cristóvão, nome em homenagem ao time carioca dos cadetes, devido à proximidade com instalações do Exército.
O São Cristóvão no antigo futebol carioca alcançou algumas façanhas, como o título de 1926 e rivalizava com o Olaria, time de botão do Dr. Pedro Curi, de Pelotas que eventualmente era campeão do antigo Torneio Início, evento que startava as competições anuais e que as novas gerações desconhecem.

Mas vamos ao Boteco São Cristóvão cujo proprietário herdou um acervo fotográfico extraordinário (3.000 itens) das edições da mídia impressa de 1940 até os nossos dias - flâmulas, cachecóis, placas, cartuns, escudos, dos grandes eventos do futebol brasileiro, dos grandes craques e de flagrantes históricos.

É um local onde se respira futebol, pode-se adquirir camisas retrô dos grandes clubes brasileiros, e conviver, dependendo da sorte, com ídolos do passado. Hoje, o acervo é atualizado pelos freqüentadores que doam símbolos das conquistas de seus times que são expostas nas paredes e teto da casa, para gáudio de alguns e de outros nem tanto.

Foi o meu caso que tive que suportar um cachecol no teto, vermelho, com a mensagem “Campeão de tudo”. Ninguém merece.
Ainda no futebol de antanho chamou-me atenção a placa “Eli, Danilo e Jorge”, homenagem ao trio médio do Vasco da Gama de 1950. Nada mais justo que reconhecer a sabedoria dos idosos, eis que eu dizia que o trio era Eli, Danilo e Bigode e o provecto editor do Sanatório tinha convicção de que era Jorge o lateral esquerdo.

Falando em Vasco, vibrei com o título da segunda divisão, até porque fui vascaíno de 1950 a 58 no Super Super, mas depois de descobrir o Grêmio não precisei torcer pra mais ninguém. Aliás, título da Série-B que não é conquistado com sete jogadores em campo não vejo muita razão pra comemorar.

Além do futebol que é o mote do espaço, destaca-se um chope da número 1, muito bem tirado e petiscos de degustar de joelhos. Fiquei na Sardela, canapés de aliche, e uma linguiça espanhola. Tudo “light”. Recomendo tudo.
Para completar o deleite da noite uma banda de jazz ao vivo com interpretações empolgantes. Enfim um Boteco de tirar o chapéu. É boa essa Tati. . . Grande indicação e companhia.

14 de nov. de 2009

VASCO - Nem pior, nem melhor!

Sou vascaíno desde 1948. Sei o que é carregar uma cruz nas costas. Pensei que nada se comparava à triste aventura de atravessar a Era Calçada/Eurico Miranda. Tinha pela frente no entanto, pior do que a queda para a Série-B, a trajetória pelo campeonato que arrasou a história do Vasco da Gama.
O Sanatório da Notícia recebeu uma carrada de mensagens baixando a lenha no seu cruzmaltino editor "por menosprezar a Segunda Divisão do futebol brasileiro".

Só para lembrar e a título de suíte, o texto indignatório era o seguinte: "O mais humilhante é o Vasco voltar para a Série-A como campeão da Série-B. Isso não é título que se leve pra dentro de casa".

É aqui e agora que o editor se farda e entra em campo para, sem aquecimento prévio, ir batendo sua bolinha. Seu texto vai entrando pelas beiradas. Marque-o de cima:

Para início de conversa, não há vascaíno que agüente calado um título de campeão conquistado em do América, de Natal. Bolas, como isso, o Vasco se igualou ao Corínthians. Algum cruzmaltino já tinha se visto numa situação tão constrangedora quanto esta?!?

Pra gente continuar com o papo, o que a gente quis dizer aqui no Sanatório é que os Grêmios - de Moisés Pereira, os Botafogos - de Behrensdorf e os Fluminenses de qualquer um, não venham amanhã, ou depois, alegar que se sentem honrados com a chance de disputar a Segunda Divisão, seu destino iminente nesse Brasileirão-2009.

Do Fluminense até se pode entender estertores desse tipo, afinal para quem já andou pela Terceira e virou a mesa, pode-se imaginar que tal vexame seja apenas mais uma nobre experiência. E merecida. Do Botafogo, só o susto que anda passando, já basta para satisfazer qualquer torcedor do Vasco. Do Grêmio, qualquer colorado se encarrega. Ninguém melhor para isso do que Paulo Autuori.

O Sanatório não desmerece a 2ª Divisão, só acha que no futebol, como na Selva Amazônica, as coisas só estão nos seus devidos lugares com cada macaco em seu galho. Bolas! Por genéricas que o sejam! depois dessa vergonheira nunca mais se pode dizer que "Vasco é Vasco; o resto é o resto"! Acabou o encanto, acabou o charme. Ficou só o veneno: o Vasco retorna à elite como o lastimável campeão do resto.

E, então, para fim de conversa: O Vasco não volta nem melhor, nem pior que o resto. Volta - que horror! - igual ao resto.
RODAPÉ - Assim como Nova Iorque e o mundo nunca mais foram os mesmos depois da queda das torres gêmeas, São Janurário e o Vasco, pós-Segundona jamais voltarão a ser o que sempre foram.

13 de nov. de 2009

L'OSSERVATTORE PIANÍSSIMO

Sardana em Barcelona
Carlos eduardo Behrensdorf
De Barcelona

A dança mais conhecida da Catalunha é a Sardana, de Empurdà, ao nordeste, possivelmente de origem grega ou púnica. Dança-se com os dançaires (dançarinos) unidos pelas mãos, formando um círculo. A música toca uma cobla, um conjunto de músicos que tocam instrumentos principalmente de sopro, como a tenora ou o flabiol.

Os passos da dança são contados e depen-dem de cada sardana. Por isso em cada círculo há alguém que indica as mudanças de passos. Para que tudo dê certo é preciso saber quantos são os passos dados, os que faltam e o compasso da música.

Diz a Historia que a Catalunha tem muita relação com Cuba desde o século XIX.

Registra-se que grande parte da burguesia cubana que se exilou em Miami, depois da Revolução Socialista de 1959, era descendente de catalães.
Também muitos catalães foram marinheiros nos navios que lutaram durante a Guerra de Independência de Cuba. Na Catalunha há dois tipos de música com influência cubana:

La Habanera, que é cantada em Empurdà com acompanhamento de acordeão e violão, e que fala de pescadores ou de amores com mulatas durante a Guerra;

a rumba catalã, própria dos ciganos do bairro de Gràcia, em Barcelona, e que é o mais parecido à música latino-americana que existe na Catalunha.
Pois bem, aproveito para dizer que quando passei por Barcelona em outubro último, tive a sorte de ver o povo dançando sardana na Praça da Catedral. Velhos e moços, homens e mulheres de todas as idades em plena harmonia de mãos dadas dançando sua música em sua terra.
Os músicos eram aplaudidos ao final das execuções e também saudavam os dançarinos. Vá confraternizar assim lá em Barcelona. E como sempre ocorre nessas ocasiões, nos intervalos quem não dança, conversa ou tira fotos. Foi o que eu fiz. (Texto e fotos de Carlos Eduardo Behrensdorf, Barcelona).

República da Esperteza

DEGRADANTE - O mais humilhante para a história do Vasco da Gama é voltar para a Série-A como campeão da Série-B. Isso não é título que se traga para dentro de casa.

MALAS PRETAS E BRANCAS - É muito cômodo para a crônica esportiva deixar que a torcida chame o árbitro de ladrão. NessA baba de futebol que se salva apenas pelo regulamento eletrizante, os apitadores são meros carregadores de malas. Fica mais fácil achar que as falhas gritantes são apenas técnicas e não de fundo moral.

JOGO DE CINTURA - Lá no Supremo Tribunal Federal deu empate de 4x4 no clássico caso Cesare Battisti. O apito final está na boca do juiz Gilmar Mendes. Ninguém fala em mala. Lá a toga é que é preta.

APAGÃO NO SALÃO - O poste de Lula do Brasil Da Silva saiu da moita. Vociferou que não disse o que tinha dito e chamou todo mundo de burro. Botou a boca no trombone e remendou agora que "apagão sempre pode existir". Mas, como sempre, sargenteou contra FHC: "Racionamento como em 2001 não vai existir... Racionamento é barbeiragem". Assim é que ficam todos sabendo: a barba já foi feita por FHC. Faltava só cabelo e bigode.

PERNAS CURTAS - Esse apagão apagou a chama de Dilma Roucheffe como "grande administradora" com a qual os marqueteiros, apóstolos do grande mestre vinham torrando a paciência da população brasileira. O apagão queimou a língua de muita gente boa. No dia 29 de outubro, no programa da Radiobrás Bom dia, Ministro, a Mãe do PAC e poste preferido de Lula para 2010 balaqueou: “Nós também temos uma outra certeza, que não vai ter apagão. É que nós hoje voltamos a fazer planejamento”. Bem antes, no mês de março, ao comentar a inauguração do terminal de gás natural liquefeito, na Baía de Guanabara, Lula gargarejou cheio de si: “Podemos dizer ao povo brasileiro que nós não corremos risco de apagão em hipótese alguma no Brasil”.

CRUZES, O SINAL! - O apagão veio como revolta da natureza. Deus não gostou nadinha quando Lula botou seu filho Jesus com Judas no mesmo saco. Na verdade, Deus só mostrou que entregar o sistema "interligado" para os afilhados de Sarney, era persignar-se com o sinal da incompetência, da insensibilidade e do descaso para como País. Cruzes!

OS DONOS - Do alto de seus super-poderes Lula pode até tentar contestar os desígnios naturais do Pai de Jesus, mas não pode esconder de ninguém que a administração e condução do sistema energético interligado é obra e graça de Dilma com o clã Sarney. Proprietários de fato da Eletrobrás - que neste período realizou apenas metade dos investimentos que deveria cumprir no setor - Dilma Roucheffe e o grupo Sarney, súditos do grande mestre, são donos absolutos do glorioso blecaute.

FOI VOCÊ! - Você viu só o jeito que Dilma Roucheffe reapareceu para falar sobre o apagão?!? Acho que ela estava braba com você. Pelo que se notou, ela acha que a culpa é sua. Dela é que não é. Bota essa dona de presidente, bota.

NÃO, FREUD, NÃO! - Mas o pior de tudo nesse troço de apagão foi que lá num evento sobre meio ambiente, na Amazônia, Lula pespegou uma citação que só ele ouviu Freud dizer: "Eu já disse várias vezes: Freud dizia que tinha algumas coisas que a humanidade não controlaria. Uma dela era as intempéries”. Rapaz!!! Um dia, Lula do Brasil Da Silva ainda vai ter tempo e saco para ler Sigmund... E aí é que mora o perigo!

FIM DE PAPO - E, desmentidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que descartou qualquer possibilidade de que o apagão tenha sido em razão de raios e trovoadas, os apóstolos do mestre Lula foram ao seu encontro. Terminada a reunião, Lobão do ministério de Dilma e Sarney nas Minas e Energia, resolveu o maior apagão dos últimos tempos no Brasil, falando para os jornalistas com a voz do dono: - Apagão é assunto encerrado. Não se fala mais nisso!

BENGALADA - Lula do Brasil Da Silva já bateu o martelo. E foi na cabeça dos aposentados. O aumento dos velhinhos será o que ele quer que seja e pronto. Aposentado e pensionista não são, nem nunca serão o que é para Lula um bolsa-família desses que não trabalham, nunca trabalharam e nem querem trabalhar, para ganharem - como eles ganharam - 10% de mão-beijada. Em 2010, enfie sua bengala na urna.

DUAS LEGIÕES - A legião de aposentados e pensionistas, com seu grupo de afinidade, é maior que os 15 milhões de bolsa-familiares ociosos que garantem a popularidade em qualquer pesquisa. É só botar isso nas urnas e está pelada a coruja!

TERCEIRO MANDATO - Sem Plano-B para o fracasso de Dilma Roucheffe como figura popular que patina nos mais de 40% de rejeição em qualquer consulta de opinião, Lula do Brasil Da Silva avalia com seu ego o tipo de estratégia para consumar o terceiro mandato. Embora despótico, não quer parecer antidemocrático. E esse é o seu único e grande dilema. Mas, tem toda a estatura para repetir o simpático ditador Getúlio Vargas. Só não vai chegar a ser um perfeito Peron brasileiro, porque nem em casa nem na Casa Civil, suas musas chegam aos pés de Evita e Isabelita. Peron à meia-boca, Lula já é.

A DITADURA DO VOTO - Lula e seus apóstolos conseguiram consagrar o voto como o pior lado da democracia. O que sempre foi tido e havido como a arma do povo contra os delinqüentes da política, hoje é apenas um instrumento para proteger os que se apropriam indevidamente da coisa pública. O voto vem em forma de referendo popular, de plebiscito; vem com a máscara do segredo, vem com a marca da cooptação, da troca, do toma lá-dá cá... O voto hoje não vale nada. É apenas o salvo-conduto para os que mandam e desmandam no país.

SEM EFEITO COLATERAL - Audálio Dantas, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e ex-deputado federal, lança dia 28, na Livraria da Vila, na Alameda Lorena, o livro "O Menino Lula - A história de uma infância sem alegria". Esse, se for capaz, Lula pode ler sem medo de ter azia.

12 de nov. de 2009

REPÚBLICA DA ESPERTEZA

No governo FHC o causador do apagão era um pássaro; esse agora não era um avião... foi o Super-Homem.

A culpa é do TCU. Causou o apagão nas obras irregulares do PAC.

Para o governo Lula Do Brasil Da Silva o apagão foi culpa da natureza. Deus ficou brabo quando Lula misturou o filho d'Ele com Judas.

Está bem o TCU apagou as obras monitoradas pela Mãe do PAC., mas quem promoveu o apagão no PAC da Segurança que o Genro, Tarso de Lula na Justiça, há quase dois anos, prometeu concluir em um ano?!?

Agora só falam em Lula pra cá, Lula pra lá; gripe suína pra cá, gripe suína pra lá... Que saudade do Itamar Franco e da gonorréia! (À la Juca Chaves).

Quando responsabilizou "a natureza" pelo apagão no Brasil Da Silva, o apóstolo Lobão botou a culpa no Deus que não é brasileiro. No fundo, no fundo, ele acha que o Criador quis se vingar daquela blasfêmia lulática que colocou Jesus Cristo e Judas no mesmo saco.

Seja lá em que lugar do mundo for, se exigir trabalho, esse governo sofre um apagão.

A propósito, diga aí qual é o programa de governo em que dona Dilma Roucheffe foi escalada para ser monitora, mãe, avó, madrinha ou afilhada que deu certo até agora. Peça para dona Dilma apresentar o relatório de cada um deles. Dossiê não vale.

No governo ninguém diz nada sobre a causa do apagão do Itamaraty lá em Tegucigalpa. É segredo de Polichinelo: Manuel Zelaya.

Assim que soube do apagão, Hugo Chávez resmungou todo invejoso: "Lula é que é feliz. Lá ele não precisa pedir pra ninguém levar lanterna pro banheiro quando for fazer xixi"!

E, afinal, quem é que vai apagar o Zé Sarney?!?

O apagão tirou a estudante de saia curta dos holofotes. Os obscurantistas da Uniban, enfim, venceram!

Pensando bem, nesse caso da garota de saia curta, o reitor da Uniban fez o Conselho Universitário ser tão irrevogável quanto Aloízio Mercadante. O líder do PT no Senado já pensa em mover uma ação contra a universidade.

Lula é a 33ª pessoa mais poderosa do mundo, diz a revista Forbes. Essa revista vai ter que se explicar. Quem são esses 32 farsantes que se meteram na frente?!?

Microproblema para o Mico de um Microcéfalo

Se o apagão é, como relaxou e gozou Genro, o Tarso de Lula na Justiça - um "microproblema", ele é um microcéfalo. Foi mais uma de suas declarações, no mínimo, patológicas.

O apagão atingiu dezoito estados brasileiros; deixou mais de 60 milhões de pessoas às escuras em mais de 800 cidades; estudantes, gente boa, trabalhadores, dividiram a escuridão da noite e os riscos da madrugada com bandidos, traficantes, assaltantes por todos os cantos do país; quase 4 milhões de pessoas ficaram sem água em São Paulo e no Rio de Janeiro por um dia e meio...

Ainda não houve máquina de calcular suficiente para avaliar o prejuízo de comerciantes, de industriais, de consumidores que dependem da refrigeração de seus produtos, seus alimentos; de hospitais e pacientes, que dependem da energia elétrica para a conservação de seus medicamentos e para a garantia de vida e sobrevida. Nem tampouco para calcular os problemas causados em salas de cirurgia; nem os estragos provocados em bares, restaurantes, frigoríficos; muito menos em quanto foram afetados os estoques de mercados, supermercados que estimam - ou lastimam - assim por baixo, terem perdido entre 70% e 80% de suas reservas perecíveis.

As máquinas da indústria, no entanto, já revelaram que o prejuízo do "microproblema" do microministro da microjustiça do microgoverno foi macro no setor: mais de R$ 300 milhões.

Depois de mais esse mico, Genro merece uma microurna nas eleições do ano que vem quando é, uma vez mais, candidato de si mesmo ao governo do Rio Grande do Sul - como se não tivesse feito um microgoverno por lá.

RODAPÉ - O Dobermann é de uma raça programada para que seja um cão agressivo. Foi criado para bancar o guarda. Tenta proteger sempre seus donos. Seu temperamento ousado, agressivo é genético. É microcéfalo. O cérebero fica apertado na caixa óssea, o que causa a sua constante agressividade.

O Apagão, o Poste e o Terceiro Mandato

Lula do Brasil Da Silva querendo desviar as atenções do fato de que o seu poste preferido, Dilma Roucheffe, era a ministra das Minas e Energia que defendeu a atual estrutura energética brasileira - disse que o apagão só precisa "ser bem esclarecido pela imprensa". Pronto, está tudo resolvido. A culpa é dos jornalistas que não noticiam as coisas do jeito que o governo Lula do Brasil quer que sejam noticiadas.

Enquanto isso, especialistas dos jornais de todas as partes do mundo dizem que o apagão foi negligência e incompetência no monitoramento do sistema energético brasileiro.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico no Brasil foi criado em 2004, durante a gestão da então ministra de Minas e Energia, dona Dilma Roucheffe.

Para o governo Lula do Brasil Da Silva o apagão não passa de mais uma herança do governo FHC.

O apóstolo Genro, o Tarso de Lula na Justiça diz que se trata apenas de um "microproblema". É a versão "marolinha" que herdou do divino mestre.
Div/MME

Para o súdito Lobão, o apagão que afetou dezoito estados brasileiros foi causado por "descargas atmosféricas". Com isso, o ministro que hoje ocupa o lugar que já foi de dona Roucheffe, trata de evitar ventos contrários ao seu soberano, ao mesmo tempo em que tenta protegê-lo do raio que o parta.

Entrementes... Dona Dilma Roucheffe nem toca no assunto. Quer mais é saber em que hora será realizada a próxima missa das dez e cuidar da agenda ambiental que vai levar embaixo do braço para entrar no clima do encontro de domingo em Copenhague.

Já para a oposição (!?) o apagão não foi novidade. Era coisa mais do que esperada...

Assim-assim com os tucanos, o presidente do PPS, Roberto Freire, chamou o governo Lula de "incompetente" na gestão do sistema elétrico. Ele ironizou o poste preferido de Lula para 2010, ao considerar como uma "azarada coincidência" - o fato de Dilma Roucheffe, ter declarado há coisa de duas semanas que um novo apagão não voltaria a acontecer no País.

E foi dizendo: "A ministra Dilma, que é a 'gerentona' do sistema elétrico, que o mudou, deu aquela declaração, negou chance de novo apagão. Essa é a maior declaração de incompetência com uma grande coincidência".

Para Roberto Freire, independente da causa que ocasionou o blecaute, a situação é o retrato de uma péssima e equivocada gestão. "Não estamos em um processo de crescimento em que haja estrangulamento de energia. Autoridades da área disseram que estamos sob um sistema seguro, mas isso atenta contra o bom senso".

O apagão refletiu também na imprensa internacional: O The New York Times diz que o problema foi gerado pela usina de Itaipu. A rede de televisão CNN garante a mesma coisa: foi falha da Itaipu.

Só para não entrar em choque com os jornalistas estrangeiros, Lula do Brasil Da Silva já tem a desculpa na ponta da língua: - Se foi isso, então foi a parte paraguaia que errou.

O diário francês "le Monde" discorda: "a maior parte da energia gerada em Itaipu é brasileira".

Para o Sanatório da Notícia o apagão é mais que uma conspiração da natureza contra a candidatura da apóstola Roucheffe ao lugar do seu divino mestre; trata-se de mais um golpe de marketing da facção dos aloprados do PT que não aceitam Dilma como a luz no fim do túnel. Para eles, a mãe do PAC é só um poste. Querem porque querem o terceiro mandato de seu amo e senhor.

Esse pode ser o pior reflexo do apagão. Lula já viu que seu poste preferido não tem luz própria. Não vai entregar assim, de mão beijada para Zé Serra, essa fábrica de maracutaias e descalabros organizados da República da Esperteza. O golpe do referendo, seus similares e genéricos, já estão na primeira gaveta. Qualquer coisa, é só chamar o Hugo Chávez para dar um jeito nisso tudo.
RODAPÉ - Um simples e-mail apócrifo pode fazer com que a República da Esperteza volte ao normal, sem quaisquer conseqüências, como de hábito. Ele revela a verdadeira causa do apagão. O chefe, terminando o expediente, recomendou para o estagiário que foi o último a sair de Itaipu, na terça-feira: - Quando sair, apaga tudo!

11 de nov. de 2009

DILMA É PARAGUAIA

Foi só dona Dilma Roucheffe basofiar na semana passada que com Lula e depois de Lula, nunca mais haveria "apagão" no país para que o Brasil Da Silva mergulhasse em escuridão total.

Não é só a binacional Hidrelétrica de Itaipu que é meio falsa; a ministra também é paraguaia.