Há coisas no Brasil da Silva que, pela des/propositada repetição ficam banais e se incorporam à pele do brasileiro como se fossem muito naturais.
O processo das campanhas eleitorais - sejam lá do nível que forem: municipais, estaduais, majoritárias - é uma das aberrações que doem na alma de quem não se deixa enfeitiçar pelo canto das sereias.
É com excrescências assim que a gente vai se acostumando e acaba caindo na vala comum que faz desse país uma "nação exótica" aos olhares do mundo inteiro.
Como é cada vez maior o risco de ovação e tomatada nos comícios de rua; como é cada vez mais crescente o perigo de apupo e vaia nos palanques que vão além da claque, todo o "esforço" de politização e conscientização do eleitorado é concentrado no famigerado horário gratuito de televisão.
Triste povo que se deixa convencer e levar pela mais descarada propaganda enganosa, ofensiva e degradante que transforma os eleitores em vacas de presépio, de um Brasil que os políticos e suas facções de legendas escabrosas transformam num imenso curral eleitoral.
Agora mesmo, nessa prolongadíssima antevéspera de 2014, o que se discute em política está longe de toda e qualquer ideologia partidária, longe de ser qualquer coisa parecida com um governo de fato - que passe pelo menos por perto do que seja ordem e progresso.
Hoje, a questão dos politicantes e governantes está a oceanos de distância do que seja prestar à nação os devidos serviços essenciais: saúde, educação, transporte, segurança, salário digno, moradia, higiene, infraestrutura básica, previdência e igualdade social.
O que eles perseguem e contabilizam são os segundos, os minutos de exposição nas telas de TV que invadem as mais recônditas salas dos lares e bares brasileiros, até aqueles lugares dos que não têm terra para plantar um pé de couve, mas tem uma aparelho de TV pra dizer de seu.
Os marqueteiros são os donos da festa. E já fazem as contas de cabeça, antecipando - pelo tempo de folguedos na TV - quem será o próximo presidente dessa República dos Calamares.
Assim é que hoje, Dilma Vana estaria reeleita. Não é por nada mais, não.É que ela teria mais da metdade dos 25 minutos destinados ao massacre televisivo dos brasileiros. mesmo que não conte com o içado PSB, a campanha petista pela permanência de Dilma no Palácio, terá duas inserções diárias em três dias de cada semana, bastando para tanto manter o acumpliciamento do PSD e do novel e garboso PROS.
Aécio Neves conta hoje com quatro minutos de exposição, desde que conte com o precioso tempo do DEM e do Solidariedade.
A dupla Marina Morena/Eduardo Campos, vai desfrutar de pouco menos de dois minutos de gozo semanal.
E é isso então que o povo já não sente mais na consciência. Banalizaram a alma política dessa nação exótica, aos olhos do mundo politizado e orgulhoso de saber o que quer e o que precisa para ser feliz.