O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

5 de dez. de 2010

Intromissão ou Colaboração

Uma coisa é Lula intrometer-se no governo Dilma, outra é desempenhar o papel de fiscalizador que cabe a cada cidadão brasileiro - mesmo aqueles que não tenham dois seguranças, dois carros à disposição, dois motoristas e as facilidades todas que o Brasil concede a um ex-presidente. Ainda mais quando são ex-bipresidentes, como é FHC e como Lula já é, antes mesmo de pegar o boné.

A melhor campanha para a sua volta ao Palácio do Planalto, em 2014 - ao invés de garantir cargos de ministros e aspones nos tres Poderes - será aliar-se ao TCU que tanto detesta, para saber as razões pelas quais as obras do PAC-1, PAC-2 e PiriPACs não andaram, não andam,  e pior do que isso, estão cheias de irregularidades e maracutaias. Isso não seria intromissão; seria colaboração.

Quando Zé Dirceu foi defenestrado pela janela dos fundos do governo, logo deu um jeito de mostrar que a máquina administrativa era burrocrática e lenta. O quê fez? Montou uma consultoria. Hoje é o consultor que mais agiliza projetos, planos e propostas oficiais no Brasil.

Lula, como não gosta do jeito que age o TCU, poderia montar uma empresa não-governamental de auditoria e, nesse quatriênio de gozo, transformar-se no mais ágil e eficaz auditor do País. (*)

Galeria pluvial construída pelo PAC carioca que o PAC não sabia.

Poderia começar descobrindo como é que foram construídas aquelas gigantescas e confortáveis galerias pluviais pelos operários do PAC no Rio de Janeiro, sem que a mãe, o pai e a avó torta do Plano de Aceleração do Desenvolvimento não tivessem conhecimento. Foi por ali, bem embaixo do nariz de Cabral e das barbas de Lula que escaparam mais de 400 chefões do narcotráfico.

Entrada e saída franca de uma galeria pluvial do PAC no Rio.

É pouco provável que Lula oriente nesse sentido a sua temporada de férias da Presidência da República. Isso demanda trabalho sério. Lula é galhofeiro e não trabalha com carteira assinada há mais de 30 anos. Quem não está acostumado, estranha.

(*) - Suas auditorias, para seu desgosto e azia, inevitavelmente, seriam monitoradas pelo temível e inócuo Tribunal de Contas da União, já que - com toda certeza - sobreviveriam de financiamentos governamentais, como de hábito acontece com as ONGs, só no Brasil.