A Chifrada

Essa forma desfacetada e escancarada de Lula mandar em Dilma, privando-a da tarefa de escolher e formar seu próprio ministério, avacalha um dos pontos mais fortes e emotivos da campanha que comoveu o eleitorado feminino: "a vez da mulher na Presidência do Brasil".

Em plena meia fase de transição, as crédulas eleitoras já começam a perceber que, na mais profunda tradição, elas foram traídas.

A tal "hora da mulher" era pura lábia. Elas caíram em mais uma reles cantada; era só conversa mole pra rês dormir; meras preliminares para uma grande chifrada nacional.

Dilma, a mulher escolhida a dedo por Lula, já se convencem agora femininas e feministas, não era coisa nenhuma "uma mulher pronta para presidir o Brasil". Nem aqui, nem em Cachaprego.

A submissão de Dilma - a Criatura, às vontades de Lula - o Criador, é a mais clara e grotesca prova dessa trairagem. Dilma não manda nada. Lula é o Cara. O governo é macho. As mulheres, novamente, foram as últimas a saber.