A esperteza de políticos, governantes, mensaleiros e seus aloprados contagiou de tal maneira o espírito do povo brasileiro que ele não só aguenta calado a chantagem dos flanelinhas, como se torna seu amigo e companheiro. Pagar propina é cultura nacional.
O MANDÃO
Lula, nessa correria de fim de mandato, com a azia à flor do peito pela proximidade do melhor desemprego do Brasil, já no primeiro dia de janeiro, mostrou quem é que manda nessa joça e que vai continuar mandando. Ele desautorizou publicamente ao agora ministro de Dilma, Guido Mantega que na véspera disse que os cortes de verbas atingiriam no ano que vem até mesmo as obras do PAC. Lula saltou fora das tamancas e mandou dizer que "não é para cortar um centavo do PAC". Falou assim, desse jeito mesmo, como se alguma coisa do PAC tivesse necessitado de dinheiro para não ser concluída. De qualquer maneira, nem é bom pensar se a primeira-presidenta resolver cortar o tal centavo que Lula já disse que é sagrado.
COM A BARRIGA
A paulista de Santa Catarina, Ideli Salvatti é nomeada nova relatora do Orçamento. Isso quer dizer nada mais, nada menos que vão empurrar as ONGs com a barriga verde.
Ontem em Belo Horizonte, numa reunião do conselho curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), sua primeira-presidenta Tereza Cruvinel defendeu a criação de um órgão para regular conteúdo de rádios e TVs. E, do alto do cargo que ganhou de bandeja, sentenciou: "Como jornalista, acho que precisamos de alguma regulação. A liberdade de imprensa é sagrada, mas outros direitos precisam ser preservados." Pois é, o servilismo contagia. Isso é apenas o fruto da convivência com Franklin Martins - O Tesourão. A EBC que ela dirige trabalha não como uma empresa de comunicação, mas de Correios. Manda recados do governo. A Empresa Brasileira de Correios, a sua EBC, - dela e de Lula - já é regulada pelo governo. É a que menos precisa de regulação, já está acostumada à censura prévia. Sua linha editorial é a história oficial. O que essa máquina dos companheiros bons e batutas precisa é de uma boa regulagem. Não bate bem. Essa coisa de se dizer no meio de uma frase "como jornalista" deixa a proposital impressão de que fala em nome da categoria. Fala, não. Fala, isto sim, em nome da EBC de Lula, seu amo e senhor. Ainda bem que, por enquanto, os veículos da EBC dão traço de audiência.
