Vamos ver se a gente entende... Desde 1985 que o Brasil se livrou do governo da Arena, se libertou do jugo da Redentora. Há 28 anos o País é governado por grandes e inatingíveis redemocratizadores da pátria. Quando outubro de 2014 chegar, serão 30 anos certinhos de poder estabelecido e cuidadosamente repartido.
Recordemos, pois... O primeiro a pegar carona com as Diretas-Já foi o aliado de Lula e Dilma, o ínclito e profícuo Marimbondo de Fogo, Zé Sarney que subiu a rampa que Tancredo ascendeu deitado eternamente; depois veio Fernandinho Beira-Collor, o Ligeiro que até hoje anda aos abraços e queijos com Lula e Dilma; então surgiu Itamar Franco, o Tampão que se ligava bem mais e bem melhor com FHC, o Príncipe dos Sociólogos.
Quando acharam que a democracia estava no ponto e que o Brasil estava mudando chegou da Sorbonne, ele o FHC, velho companheiro de lutas e desditas revolucionárias dos primórdios da redemocratização brasileira prometida por Lula, Zé Dirceu, Zé Genoíno, Dilma e outros republicanos de biografias tão guerrilheiras quanto as histórias que todos eles juntos tinham para contar.
Com FHC foram oito anos de "uma nova História do Brasil". Logo veio Lula, o Breve Metalúrgico que trabalhou pouco na indústria, mas queria e quer se perpetuar no Palácio. Ele precisou apenas subir a rampa em 2002 para implantar o regime do mensalão, uma lucrativa forma de comprar deputados, senadores, partidos e políticos à granel, aliados e opositores e assim se apropriar do País.
Foi então que surgiram as variantes do que Lula mesmo chama de "estratégia de coalizão pela governabilidade", um balcão de negócios cobertos pelos cofres públicos, com o pujante desempenho de consultores, lobistas, palestrantes milionários que ultrapassaram incólumes os oito anos luláticos e se consolidaram nesses dois anos de governo Dilma, a Dilgent@ President@ que, em nada e nem por nada neste mundo diferiu da forma de construção do Brasil da Silva.
O surpreendente agora é que, já esquecidos da velha Arena, madrasta nacional, eles os que têm a cara de um e o focinho do outro - de FHC a Lula e dos dois até Dilma - se fazem de inimigos pelo bem da democracia brasileira, enquanto se acusam de roubalheira, incompetência e da banalização de escândalos, único programa de aceleração do crescimento que sai do papel nesse país.
Na antevéspera de mais uma eleição, eles se acusam mutuamente de tudo isso - corrupção, bandalheira, achaque, enriquecimento ilícito, licitações fraudadas, malfeitorias oficializadas, compra de votos e de eleitores, bandidagem generalizada.
O que não causa nenhuma estranheza é que os dois blocos - de tucanos e demos a governistas tais e quais - estão cheios de razão. A oposição inerte, enfadonha e despreparada, de raízes na sua saudosa Arena, não tem nada a ver com o que FHC pensa de Lula e nem do que ambos acham do governo Dilma.
Então preste bem atenção,!... Quando FHC acusa Lula e Dilma e estes dois devolvem a gentileza a FHC; todos eles têm razão e sabem muito bem do que estão falando. Afinal faz 28 anos que eles mandam e desmandam neste país.
Há 28 anos, nas beiradas dos 30 de poder, quando acusam, quando apontam falhas, quando fazem denúncias graves, não têm e nem podem deplorar nem vilipendiar a ninguém mais do que senão a eles mesmos, os enganadores reformistas do País, os baderneiros inventores da democracia do Brasil da Silva, uma cópia degenerada da malfadada Redentora