SOMOS O QUE NOS FAZEM
Bolas, se os ameríndios achavam que o homem surgiu de um tronco de árvore animado por Tupã e se a ciência moderna diz que os homens e as mulheres são o resumo da evolução de todas as outras espécies, então eu acho lá o que me der na telha na hora de saber quem é quem nessa sociedade de seres que andam equilibrados sobre duas pernas.
Tanto podem ser machos quanto fêmeas. Basta que se vistam assim ou assado. E de tal forma e com tamanha independência que mesmo de calça comprida podem vestir saia justa. Ou não.
Desde que Adão comeu a maçã e a Eva por sobremesa que o mundo virou bagunça. Foi irmão atrás de irmã; mãe com pai, com filho, com espírito de porco; foi primo com prima; tio com sobrinha; lé com cré; Caim com Abel e coisa e loisa... Uma farra até chegar aqui, onde estamos.
E os caras ainda discutem essa coisa de afetividade: homoafetividade, gente! Por que não fêmenafetividade? É que homo lava mais branco? E por que não, mais preto, mais amarelo, mais judeu, ou palestino? Cara, a verdade é que - para encurtar a história universal - ninguém nasceu nessa vida sem ter uma porção mulher em sendo homem e uma lado macho em sendo mulher. O resto é só uma questão de educação; de formação.
Uma coisa assim tipo ter um filho viciado em droga - dessas comunzinhas que andam por aí, maconha, crack, coca, heroína... O cara só entra nessa porque seus pais andavam sempre muito ocupados; sem tempo para lhes de dicar mais atenção do que davam ao seu trabalho, ao seu lazer, ao futebol de peladeiros, ao chopinho de happy hours, ao tricô das tardes de chá...
Ninguém nasce o que vira depois. O amor dedicado e incondicional de quem nos pôs aqui neste mundo é que faz ou desfaz o que a gente acaba sendo.