O ALVO

Venina Velosa da Fonseca, não tem uma perna grossa e outra seca, mas nem por isso pode ter tanta corrida para deixar de ser um belo alvo para os seus mais recentes desafetos.

Ela confirmou à Justiça, nesta sexta-feira, que toda a diretoria da Petrobras sabia dos desvios que hoje reduzem a estatal a um ninho de corruptos e propineiros.

Venina, a Bonitona Rebelada, queixou-se, uma vez mais, que está sendo ameaçada de morte. E nisso que ela está dizendo, você acredita, ou ela vai ter que desenhar?!? Já faz tempo, mas nunca é demais lembrar que para essa pandilha de sevandijas, Celso Daniel vive!

NÃO É BURRICE

Nesta mesma sexta-feira, antevéspera natalina, em que Venina confirmava o teor dos e-mails e das mensagens enviadas à presidência da Petrozona, Graça Poster dizia a repórteres tomadores de café, que a coisa não foi bem assim.

Ela teria recebido e-mails com recados ininteligíveis e que não sabia e não sabe até agora o que é mesmo que a “empregada” Venina Velosa queria dizer com o horripilante termo “esquartejamento de projetos” e com eufemismos tipo “ineficiência de licitações”.

Que droga... Cá pra nós, achar que essas duas expressões não querem dizer nada e nem sequer mereceram um princípio de investigação dentro de uma empresa que lida com bilhões de reais e centenas de espertalhões, pode mesmo não ser burrice. Mas não deixa de ser descaso, desleixo, irresponsabilidade ou prevaricação.

FALTAVA UM QUE JÁ ERA

Ontem repassei a listagem que vazou e foi editada pelo jornal Estado de S. Paulo, com os finórios do Petrolão que terão direito a foro privilegiado. Deixei escapar o nome do falecido tucano Sérgio Guerra.

Ele teria pedido – segundo o delator Paulinho da Petrobras – 10 milhões de reais para melar a CPI no ano passado. Isso, antes de bater as botas, é claro.

Agora o PSDB não se importa que ele seja investigado, até às últimas consequências, doa a quem doer – seja lá o que isso signifique. 

O pior de tudo é que o rol de roupa suja que vazou, teria mais dez ou 12 implicados de alto coturno, inclusive – dizem – um governador recentemente eleito. O vazador já está sob suspeita de ser um alcaguete seletivo.

A CALHAR

Esse vazamento da lista de suspeitos graúdos do Petrolão veio bem a calhar para Dilma Coração Valente & Seletivo. Ela agora tem razões de sobra para não convidar figuras que lhe vinham sendo enfiadas goela abaixo pelos donos da chamada base aliada. A pegadinha é justamente essa lista de dez ou doze figurões que ficaram no banco de reservas. Amanhã ou depois, Dilma vai saber que tirou pra dançar um capenga desafinado. E olha que ainda vem por aí a lista de Alberto Youssef, recentemente promovido de doleiro a delator premiado.

O SILÊNCIO DOS INOCENTES

Todos os políticos que apareceram nessa lista, ainda incompleta, de citados como corruptos e propineiros, alegam inocência. Mas, lá no Tremembé ou na Papuda, todos os presos também juram que não sabem de nada, não viram nem ouviram nada, não fizeram nada. Assim que saírem de lá, quites com a sociedade, podem se candidatar à Presidência da República. A ficha vai estar limpa. Mais limpa que a de Maluf, o deputado Maluf.

EX-PADRINHOS

Com essa listagem que vazou, Renan Calheiros e Ciro Gomes perdem o poder de pressão sobre Dilma Vana na hora de emplacar ministros e aspones de primeiro escalão. Já não são nem sombra dos padrinhos que sempre foram nessa República dos Calamares.

O FAZ-TUDO

O carismático Gilberto Carvalho, ex-seminarista, mala preta de Lula da Silva, portador dos melhores recados, trocou a sala contígua à de Dilma Vana no Palácio, por uma boca-rica de conselheiro do Sesi, sem deixar de ocupar  o cargo de conselheiro do Sesc nacional. Ele vai integrar também o time da Gerência de Crises do PT. É um verdadeiro Sílvio Santos do PT – tem tempo para fazer de tudo um pouco na vida. Sem o velho charme do Homem Sorriso.

NA GARGANTA

Uma coisa é certa, o Petrolão acabou com a ameaça da volta da CPMF. Seria desgaste demais para Dilma a volta do famigerado imposto de achaque ao cheque. O fim da CPMF vai continuar atravessado na garganta de Lula.