A oposição brasileira ainda não descobriu como contra-atacar a estratégia de comunicação e construção de imagem do governo. A tarefa não é fácil. O governo é especialista no assunto e não se importa o quanto falem mal dele, desde que falem. Confia na fragilidade da memória do povo, na sua submissão política e nos seus defeitos morais. O governo cobre seus escândalos com novos escândalos. Banaliza a imoralidade.
Repete mil vezes cada mentira até que pareça verdade. Usa, simultaneamente, vários meios e veículos de comunicação, atingindo o alvo mil vezes por dia. Você mesmo já foi ferido pelos estilhaços daquele selinho colorido “Brasil de Todos”, pelos discursos do PAC, pela cantilena do “não vi nada, não sei de nada, não fiz nada”, pela desprezível trairagem do “não fui eu; foi ele”!
A oposição não sabe como lidar com a técnica eficaz que o governo usa para transferir para seus opositores os próprios defeitos. O governo responde ataque com ataque. Quando não pode evitar o noticiário que chama de “pessimista”, inventa seu próprio bloco de más notícias para distrair a atenção e desviar o foco: olha aí o Senado sendo trocado pela PTrobrás.
É assim que o governo vai nocauteando a oposição que só está em pé porque se segura nas cordas. O governo bate tanto que o contra-ataque do adversário não consegue eficiência, nem ressonância, pois o público já perdeu o interesse pela luta.
