NO PAÍS DA COPA DAS COPAS
No Ano da Copa das Copas, o Brasil da Silva se arrasta como antigo e famoso País do Futebol. A pátria anda mal de chuteiras. Os campeonatos regionais, feitos às carreiras, servem mais para sururus de arquibancada do que para espetáculos de domingo que, por aqui, já não é mais dia de futebol.
E então, jogados às pressas, as competições se esparramam pelos estados da República. Tanto é que mal começaram e neste domingo já tivemos uma jornada de clássicos. Teve até uma espécie de Gre-Nal em Porto Alegre que terminou empatado, mas com sabor de uma consagradora derrota para tricolores e colorados.
De resto, em Minas, o Cruzeiro bateu o América; no Rio, o Vasco empatou com o Nova Iguaçu; no Paraná, o Sub-20 do Atlético ganhou do Coritiba; em São Paulo o Palmeiras empatou como Audax, o São Paulo perdeu para a Ponte Preta... Como se vê tudo isso agora é clássico no Brasil da Silva, sede da Copa do Mundo.
Mas nada disso teve mais atrativo e emoção do que assistir-se nessa tarde de domingo a mais uma exibição de gala do flamante Corinthians, de Mano Menezes. Não é por nada não; é que o Corinthians não é um time, não é uma paixão; é mais que isso, maldição.
Depois que o Cara fez o lobby que viabilizou o PAC - Plano de Azarão do Curingão, começou a surgir o Itaquerão e a desaparecer o Timão. E se foi Tite e veio Mano.
Mano é um Black Bloc do esporte; um depredador de equipes de futebol. O Corinthians tá que é um desmanche de carros usados e abusados, tem peça solta pra tudo que é lado.
Foto/Reproução/Jovempanonline
O time deu pra apanhar até da própria torcida, sempre tão organizada quanto fiel e apaixonada. Em todo caso, como a eqiuipe tem um técnico mascarado, com medo dos cidadãos de bem que usam camisetas corintianas, ela entrou em campo nesta domingueira disfarçada de Penharol.
Nem o time uruguaio foi um dia tão amarelo e preto quanto o Corinthians foi neste domingo de sol paulistano contra o garboso Mogi Mirim, do velho mestre Rivaldo.
Ah sim, o jogo! Pois, até que enfim, sucesso!
Depois de quatro derrotas seguidas e merecidas, finalmente Mano Menezes já ostenta a notável invencibilidade de uma partida. Tá, a gente sabe, não foi vitória; foi um aguerrido e heroico empate em um golaço para cada lado.
Mas o ataque de Mano não fez gol; o zagueiro do Mogi marcou contra. Parece pouco, mas foi um jogo fora de casa. Um jogo, não... Um empate; para o lanterna do grupo, um empataço! E contra o Mogi Mirim!
O Corinthians já era a cara do Cara. Com a Maldição do PAC do Itaquerão, tem hoje a máscara do Black Bloc do esporte e o fardamento do Penharol. Agora vai.
RODAPÉ - A camiseta que o Corinthians surrupiou do Penharol, de Montevidéu, tem tudo para ser procurada pelos detonadores de rojão: parece um caixa eletrônico atraindo meio mundo "vem pra cá você também; vem!".