O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

14 de fev. de 2011

Pendurando as chuteiras...

Comovente a triste saída de Ronaldo Fenômeno dos estádios de futebol. É um vencedor derrotado pelo tempo; pelas lesões, pelas dores, pela constantes recuperações. A vontade e a determinação foram vencidas pelo peso do corpo.

Os endocrinologistas que cuidaram de Ronaldo deveriam pendurar as chuteiras também. Pelo menos aqueles que tratavam das suas gorduras localizadas, seus famosos pneus, sua barriga de chope.

A obesidade pesou muito mais que todas as contusões que esse craque fora de série padeceu ao longo de 18 anos de uma fantástica jornada pelos campos do mundo afora.

Ronaldo sempre foi um exemplo de força de vontade e determinação. Como se explica o fenômeno de nunca haver derrotado a obesidade? Ronaldo vivia de dieta e não conseguia perder peso. Onde foi que ele errou; ou quem foi que errou com ele e por ele?

Seu tipo sanguíneo foi considerado devidamente? Por que não deram certo dietas como a de carboidrato? Tinha Ronaldo falta de carboidrato na alimentação?  Ou seria carboidrato em demasia? Por que nem toda carga diária de exercício físico emagreceu Ronaldo?

Há resposta para isso? Se há, então os endocrinologistas - se é que os havia na convivência cotidiana com Ronaldo - pecaram por erro crasso, ou por omissão. Esses especialistas já deveriam ter pendurado as chuteiras muito antes de expor Ronaldo Fenomeno ao melancólico adeus que hoje ele dá aos gramados. Tardiamente, para sua trajetória fenomenal.

Se, no entanto, na retaguarda médica que sempre acompanhou a carreira desabalada de Ronaldo Fenômeno, não estavam escalados endocrinologistas, então quem precisa pendurar as chuteiras são os cartolas que cuidaram de sua vida esse tempo todo.

Pelo que representou para o futebol de todos os tempos, Ronaldo Fenomeno não merecia ter um fim de carreira como aqueles que não souberam parar: Romário, Edmundo, Túlio Maravilha, Roberto Dinamite...