Tancredo Neves - o melhor presidente que o Brasil não teve - morreu antes de subir a rampa. Deixou como herança bendita, Zé Sarney.
Aí veio Fernandinho Beira-Collor e, nascido à beira mar chegou Itamar, o Franco para quem pão é pão de queijo, queijo.
De lá pra cá, a Redentora teve seus rastros apagados de vez: subiu a rampa lépido e faceiro, ninguém mais do que Fernando Henrique Cardoso que, de esquerdista, subversivo e exilado virou Príncipe dos Sociólogos instalado no Palácio do Planalto, onde reinou por oito longos anos. É de FHC que as contas são feitas a partir de agora.
Fernando Henrique passou o cetro para Lula da Silva que, de breve metalúrgico tornara-se perpétuo sindicalista para chegar aos céus, todo poderoso, como presideus do Brasil.
Deixou como herança bendita, Dilma, a primeira-presidenta para assim manter-se de qualquer forma no governo que retomará dentro de quatro anos para mais uma temporada de oito no poder.
E assim é que, a chamada esquerda brasileira não tem do que se queixar do jeito que o Brasil está ficando.
Com oito anos de FHC, oito de Lula e a estréia de Dilma temos, neste domingo de janeiro 16 anos, um mês e seis dias de governo popular, democrático e bem fornido de escandalos e corrupção. Com os quatro de Dilma e mais oito de Lula outra vez, o Brasil chegará sem medo de ser feliz, a 28 anos de domínio dos "pobres" sobre as elites brasileiras.
São oito anos a mais, bem mais além daquele velho sonho guerrilheiro de perpetrar 20 anos de poder. nesse meio tempo, FHC se sustenta com palestras nacionais e internacionais, remuneradas ao módico preço de US$ 200 mil, um pouco mais, um pouco menos dependendo da cara do freguês.
Lula já se turbina para cobrar, pelo menos R$ 300 mil por apresentação - afinal dólar é moeda "deles lá" e Lula é Brasil até debaixo d'água, por isso o seu dinheiro é o Real, brasileirinho da Silva, inventado - pasmem! - por um plano urdido por FHC.
Dilma, ainda não está ligada no assunto. Digamos que isso, por enquanto, é um pequeno apagão para ela. No dia em que devolver a cadeira para Lula, a então ex-primeira-presidenta vai pensar no caso.
O diabo é que, com esses pequenos cachês por espetáculo, os três passarão a ser hostilizados pelos pobres que, como eles mesmos ensinam, devem ser inimigos da elite.
