O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

6 de set. de 2008

Pois bem, morreu Fausto Wolff. Morreu como viveu: de tudo um pouco. Levou a vida na gandaia. Debochou do mundo. Em fins de 1980, lá pelas 11h da noite de uma sexta-feira carioca, sentou na mesa do Garota de Ipanema em que eu tomava todos os chopes que passavam, na companhia do jornalista Sérgio Oliveira - o Serginho Maracanã e do então cariucho Carlito Juruá. Contou e ouviu histórias de tudo que foi jeito. E, já diretor de O Pasquim, hebdomadário que mais deixa saudade na minha geração, abandonou sob as bolachas úmidas que portavam nossos copos, uma confidência: - Logo que cheguei aqui no Rio eu andava matando cachorro a grito. Não comia ninguém. Uma dia, bem antes da turma do happy-hour chegar, ao invés de usar o banheiro dos homens, entrei no das mulheres. Enquanto desaguava o que tinha que desaguar, escrevi na parede com letras redondinhas: "O Fausto Wolff é o selvagem mais bem dotado que já esteve na minha cama. Ass: Soninha". Diz a lenda que foi, a partir dali, que por bom tempo ele comeu todas as meninhas que bem quis e escolheu no Baixo Leblon. Fausto Wollf enganou a vida e a morte até os 68 anos. A esta altura deve estar lamentando, lá em cima com o Juruá, ter partido antes de fazer um badalado 69.