Maletas assim, todo mundo encontra nas boas casas do ramo. Mas, para grampear alguém, basta um gravador de bolso e dois plugs para fazer a gambiarra.
GRAMPOS SEM PRURIDOS
Alexander Graham Bell e Guglielmo Marconi estão tendo frouxos de riso com essa epidemia de grampos que assola o Brasil. Desde que um inventou o telefone e o outro descobriu o rádio que o grampo é a forma mais ágil e corriqueira de fazer reportagens. Aquelas gravações mostradas pelo “Fantástico” da Rede Globo e, à toda hora, por outros programas de rádio e de TV, com jornalistas de estúdio entrevistando fontes no outro lado do mundo, ou atrás da porta, não passam de grampos bisbilhoteiros levados ao ar como grande truque de comunicação instantânea. Em raríssimas e horrorosas exceções, os interlocutores chegam a se dar conta, antes que já tenha sido tarde, de que estão sendo gravados ou levados ao ar por um expedito e eventual repórter. Hoje, pela manhã, a CBN Brasil reproduziu a gravação grampeada de uma balconista de loja de produtos eletrônicos do interior de São Paulo. Ela deu o preço e as condições de compra e venda de uma maleta de grampo, na ilusão de que se tratava de um cliente. Não sabia que estava sendo explorada pelo jornalista que, se esforçava para mostrar que no Brasil todo mundo pode ser grampeado, por qualquer um. Inclusive pelos veículos de comunicação.