O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

25 de set. de 2008

BRASIL d' EFICIÊNCIA
Os Jogos de Pequim terminaram. O que não pode terminar é o noticiário a respeito da participação dos 188 atletas e da delegação do Brasil Paraolímpico na China. Claro que o baú de medalhas é importante, mas o essencial é perceber que há, determinado, forte e vencedor, um Brasil d' Eficiência que faz do esporte o mais ágil e saudável fator de inserção social. Cada notícia a respeito de um atleta portador de deficiência, carrega nas entrelinhas, a mensagem de que não há limites que possam nos superar dentro das nossas próprias limitações. Como o gol para Parreira e Zagallo no futebol, um baú cheio de ouro, prata e bronze é apenas um detalhe para o Brasil Paraolímpico.
CONFESSO QUE PEQUIM...
Para quem coloca a glória de uma vitória acima da grandeza do ideal esportivo de Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin, o quadro de medalhas do Brasil Paraolímpico nos Jogos de Pequim, deve ser um torturante band-aid no calcanhar. A essa altura, comparando as 47 medalhas paraolímpicas - 16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze - com o escasso acervo trazido pelo mundo olímpico brasileiro, alguém deve estar confessando: - Pequim em pensamentos, palavras e obras! Só confessar, no entanto, não livra nenhuma alma do purgatório. Para botar um pé no limbo é preciso arrependimento. Para chegar às alturas, é necessário trabalho sério, profissional, sistemático e organizado.
A persistirem os sintomas, o CPB deve ser consultado.
NOVO
Nas medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil Paraolímpico no Atletismo, na Natação, no Judô e no Fut-5 de Cegos, não houve nenhuma novidade. Houve, certamente aquelea emoção renovada que sempre nos causa o déjà-vu. Novidade houve, sim foi na Bocha. Dirceu Pinto foi buscar o ouro lá no fundo do cofre. E, para que não digam que não se falou de flores, Eliseu Santos deu o ar da graça e voltou da China com o brilho do bronze no peito e no olhar.
Dirceu José Pinto - fez 28 anos agora, no dia 10 de setembro. É portador de distrofia muscular, o que o coloca na Classe BC4 para as competições de Bocha. Sua técnica é Carol Lemos. Desde 2002, quando começou a praticar o esporte, ele vem acumulando sucesso: no Parapan de 2005, em Mar del Plata, foi medalha de prata; em 2004 e 2005 foi bicampeão brasileiro. Agora, em Pequim, teve a ousadia de pegar o ouro e trazê-lo para o Brasil.

Eliseu dos Santos - é paranaense, tem 32 anos de idade, sua deficiência é distrofia muscular. Jogando Bocha pertence à Classe BC4. Segue sempre atentamente as instruções do seu técnico Dailan. Em 2005, quando fazia fisioterapia em Curitiba foi convidado parea jogar Bocha. De lá pra cá não dá mole para os seus adversários: foi o segundo colocado na Copa do Mundo do Canadá, trazendo uma medalha inédita na modalidade para o Brasil. Contabiliza na sua sala de troféus a medalha de bronze que ganhou no jogo de duplas, na Copa América; e mais: tem o título de campeão brasileiro de 2006. Chegou de Pequim com a medalha de bronze.