"Parabéns. Nota dez. Bom de visual, de leitura e informação.
Abraço. Edgar Lisboa".
MANCHETES DO DIA:
Diga logo: aonde é mesmo que você quer se esconder?!?
QUEBRA DE BRAÇO - Eis que Ombudsman, o Implacável, volta a atacar. Leiam-no: "Pior do que votar, certo ou errado, é não votar. Infelizmente não inventaram outra forma de escolha dos mandatários. . . Pena que haja tanta indiferença na participação do povo. Ótimo para os pontuais compradores de voto e marqueteiros de plantão. Sou do tempo de que se sonhava e votávamos sem medo de ser feliz.Ainda não deu certo, mas quem sabe um dia". . .
Ombudsman é um bom brasileiro. Ciente de seus deveres cívicos. Eu já sou pra lá de Bakunin. De qualquer maneira, meu caro Ombudsman, e com todo respeito: queria ver você dando uma de Crivella lá no Complexo do Alemão; ou no centro de São Paulo escolhendo entre Marta, Kassab, Geraldão, Soninhas e Malufs. Não creio que, um dia, eu possa votar bem. Primerio, vou ter que esperar que o voto não seja obrigatório; depois que os partidos sejam obrigados - eles, sim - a exigir folha corrida dos seus candidatos a candidato.
A ORQUESTRA DO SILÊNCIO
A quem poderia interessar, nesses Jogos da China, um mergulho no escuro para um superstar como Clodoaldo Silva, ou uma travada brusca na trajetória de Ádria dos Santos, até então a estrela mais veloz da história paraolímpica brasileira?
Que tipo de indução pode ter sofrido o enorme contingente da mídia brasileira que esteve na China, para que não se desse conta de que, a par de todas as informações revestidas de ouro, prata e bronze, havia o avesso da notícia no ostracismo a que foram relegados Clodoaldo e Ádria - duas das mais brilhantes figuras do Brasil Paraolímpico?!?
Que jornalismo obtuso e desinteressado é esse de não falar nem bem nem mal de quem, há tanto tempo - como esses dois deuses das piscinas e das pistas - vêm abastecendo de boas notícias as páginas de jornais e revistas; as telas de TVs, os espaços de rádio?!?Em que lugar se meteram as mãos que, de Sydney a Atenas e de lá para cá, se estendiam ávidas à cata de pauta e de autógrafos e se contorciam em afagos ao ânimo dos vencedores?!?
O mundo da informação é sim um sanatório da notícia: os repórteres lá na China se deixaram furar por eles mesmos. Esta é a porção tragicômica do abandono de Ádria e Clodoaldo em Pequim: ficou guardado com eles o furo jornalístico que seu isolamento não deixou vir à tona.
Há muito mais do que um simples descuido nessas barrigas jornalísticas: há um obscuro e orquestrado avesso da notícia. O jornalismo bailou lá em Pequim.
O Sanatório da Notícia recebeu de Rafael a seguinte mensagem com relação a esta matéria:" Isso é a famosa politica do interesse, devido a isso deixamos de ser 4º para ser o 9º valeu a pena?".
Oi Rafael, "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena". E o Brasil não desceu. Subiu do 14º em Atenas para o 9º lugar em Pequim, entrando no grupo Top Ten mundial.
Pergunta: COMO isso aconteceu? Resposta: Naturalmente... Agora é só deixar eternizar. .
Pergunta: POR QUE você faz assim? Resposta: Na verdade eu não precisei me esforçar para chegar até aqui, além da "força" da inércia.
Pergunta: ONDE essa coisa vai parar?
Resposta: Sabe que eu não sei, mas se eu souber a tempo prometo dizer.
Ana Tércia Venâncio Soares
Portadora de degeneração macular, a paulista Ana Tércia de 28 anos de idade passou a praticar o atletismo há apenas dois anos, incentivada pelo esposo. Ela pertence à Classe T12. Tem uma medalha de ouro no revezamento 4x400, conquistada nas pistas do Mundial da Ibsa, em 2007. No nacional de Uberlândia-2008, Ana conseguiu medalhas de bronze em três provas. Esta foi sua primeira Paraolimpíada. Tem muito chão e muito sucesso pela frente.
Terezinha Guilhermina, a nova deusa paraolímpica brasileira nas pistas do mundo inteiro, conquista a medalha de ouro e lança o Brasil para o grupo Top Ten do mundo paraolímpico. O Comitê Paraolímpico Brasileiro alcança assim a meta traçada nesses quatro anos que decorreram da Paraolímpiada de Atenas para os Jogos de Pequim. O Brasil é hoje uma das dez maiores potências mundiais do esporte paraolímpico. Vem da China trazendo 45 medalhas: 15 de ouro, 13 de prata e 17 de bronze. No ranking do continente americano, o Brasil é o terceiro colocado. Tem a sua frente apenas Estados Unidos - 3º no ranking internacional - e Canadá, 7º classificado no mundo.
A reclassificação do demolidor de recordes Clodoaldo Silva, de nadador da classe S4 para a S5 - uma categoria de competidores com menores dificuldades - levou o Brasil a perder pelo menos seis medalhas de ouro nesses Jogos. Imbatível na S4, Clodoaldo - como sempre fez -levaria o Brasil nada menos de meia dúzia de vezes ao lugar mais alto do pódio. Com isso, ao invés de 15 ouros, os brasileiros contariam 21 medalhas. Com esse estoque de ouro, o Brasil Paraolímpico de Vital Severino Neto, Renausto Amanjás, Andrew Parsons, Sérgio Gatto, Carlos Vieira e a Família CPB, estaria com sua equipe de superstars paraolímpicos, ocupando agora um legítimo e merecido 5º lugar no ranking mundial.
Pelo amor de todos os santos, tragam Luxemburgo de volta à Seleção Brasileira! Do contrário, já sem mais o que fazer diante da TV, só nos restará torcer pelo governo Lula.