ÁLBUNS DE FIGURINHAS
Meu Deus, a velha mania!
É impressionante como coisas do tempo do Epa! ainda dão resultado no meio e na alma do simplório povo brasileiro.
Álbum de figurinhas, é uma dessas manias mais caquéticas que nostálgicas que ainda pegam os brasileiros pelo pé. E pelo bolso.
Agora é a vez do Álbum da Copa das Copas. A propaganda é tanta que todo mundo já está achando que colecionar e trocar a figurinha do Felipão pela cara do Zé Maria Marins é um barato.
Esse golpe de marketing infanto-juvenil que fascina os adultos de boa índole é do tempo em que São João XXIII e São João Paulo II ainda eram seminaristas.
Quando criança, lá no século passado, eu entrei no conto do álbum. E até que era uma coleção pretensamente instrutiva: Álbum Balas Atlas. Falava sobre a geopolítica brasileira de então, gloriosos Anos-50.
Gastei todas as minhas mesadas da semana, não comprei Gibi durante um ano e só ia às matinês do cine Avenida para trocar figurinha por figurinha. Não aprendi nada.
Não aprendi e ainda fiquei me mordendo de inveja porque quem ganhou a flamante bicicleta de prêmio foi o meu vizinho de porta, logo ele um guri esperto que me passava pra trás na hora de trocar o Café Filho pela figurinha do Plínio Lemos, governador do Amazonas...
Hoje, o Álbum da Copa não dá nada; só tira. Vai ensinar o quê? Talvez valha para mostrar que já está pra lá da hora de trocar-se o Guido Mantega pelo contador da sua empresa que faz milagres para o seu avô não passar por sonegador.
Taí ó, eu trocaria a figurinha do Guido Mantega pela do Leão desdentado. Elas por elas. Que nada, trocaria até cinco por uma e ainda daria de inhapa uma garbosa figurinha do Delúbio Soares, sorrindo sem medo de ser feliz de uma boa piada de salão.
Como a Copa das Copas vai terminar em seguida e, no embalo, já vêm aí as eleições, não se admire que amanhã ou depois seja lançado o Álbum do Brasil da Silva. O que vai ter de figurinha fácil vai ser uma festa!
Desde já troco uma dúzia de Delúbios por uma só do Zé Genoíno; dou meia dúzia de Zé Dirceus por uma de Roberto Jefferson; negocio de má vontade uma de Marta Suplicy por uma de Dilma Vana e as duas por uma trinca de Fidel, Evo Morales e Nicolás Maduro.
A de Lula dou de graça para quem quiser e gostar, desde que o felizardo se proponha a doar a figurinha para o museu Hugo Chávez, lá na Venezuela. Se o cara não concordar, troco Lula por uma farda de doutor honóris causa.