QUEM TEM MEDO DE IMPEACHMENT?

E então até o Zé Cardozo, ministro da Justiça da Dilma, saiu da toca para perguntar "que credibilidade tem Eduardo Cunha?". Ora, deve ter pelo menos mais credibilidade que Dilma Vana, sua patroa. 

E assim é que, todas as figuras do governo, uma a uma, vêm cumprindo a missão kamikaze de lutar para transformar o impeachment de uma presidente que pedalou à vontade, que não conseguiu até hoje fechar as contas do ano passado, num duelo pessoal contra um presidente da Câmara que está sendo o que sempre foi.

E nem é Eduardo Cunha quem está pedindo o impeachment da Dilma; quem pede e quer o impeachment é a sociedade brasileira cansada e indignada de tantos escândalos, incompetência e tanta lama. E então, só para voltar ao centro da questão, inda que mal pergunte: quem tem medo de impeachment? E inda que bem responda, em verdade e à moda antiga: quem não deve, não teme.

NÃO SE ILUDAM,
ELE MENTE SEMPRE

Não se iludam, tudo que Lula diz, jamais é o que ele está dizendo. Lula é um arauto compulsivo de inverdades. Hoje, bem depois que o trio petista cumpriu ordens e votou pela degola de Eduardo Cunha, na Comissão de Étitica, Lula surge numa bem iluminada coletiva de imprensa no Rio de Janeiro e desvia a atenção do país transformando o processo de impeachment da sua criatura, numa luta pessoal, numa briga de dois ranhetas: Dilma x Cunha.

E enquanto la nave va, ele sai dos holofotes da Lava Jato que nunca antes na história desse país chegou tão perto dos seus calcanhares. Faz bem para os planos de Lula que todos os olhos e ouvidos se voltem para o impeachment e esqueçam Lula e seus bumlais.

Mas Lula é mesmo assim, mente compulsiva e compulsoriamente. E de tal forma se acostumou a isso que ele transforma suas mentiras em verdades absolutas de tanto contá-las para si mesmo. Lula não merece nenhuma credibilidade, porque desde que subiu a rampa pela primeira vez, em 2002, ele esgotou o seu estoque de verdades. Ele nunca diz uma mentira que amanhã ou depois não dê um jeito de provar.

E, enquanto ele não fizer seu acordo de delação premiada, por favor, não prestem a menor atenção no que ele diz; e se assim mesmo vocês não resistirem à tentação, não acreditem numa palavra do que ele diz. Traduzam sempre o que ele esconde e guarda para quando for preciso botar a culpa nos outros.

2 x 0
O ministro Celso de Mello, decano do Superior Tribunal de Justiça meteu o segundo gol nos pedintes de anulação do processo de impeachment aberto no Parlamento. Ele recusou ontem o segundo mandado de segurança da base aliada que foi pras cucuias. Por enquanto está 2 x 0 para a Justiça. É mister que se continue perguntando: quem tem medo de impeachment?

POIS É
De vez em quando até um senador,mesmo que seja do bloco aliado à governança de Dilma, diz alguma coisa que preste. Ontem, o senador Ciro Nogueira, do Piauí e do PP sigla companheira, boa e batuta, disse à boca pequena que "Impeachment não é para tirar presidente; é para botar presidente". Pois é.

TIRANDO O VICE
O PT, uma vez mais e como de hábito, está dependente do PMDB nessa história do impeachment. E, pelo distanciamento de Michel Temer, dá para perceber claramente que ele está prontinho, prontinho para tirar o vice que ele carrega antes do epíteto de presidente.  

SEM MUNIÇÃO
Mesmo que a história do impeachment fosse transformada num duelo ao sol entre os sombrios Cunha e Dilma, ela não teria bala na agulha para se manter em pé. Nem ele.