Ontem foi o dia de Arruda: a Câmara dos Panetones aprovou o seu processo de impeachment e o Supremo decidiu que ele continua preso. Agora, ele tem 20 dias para apresentar sua defesa ao Legislativo do DF e todo o tempo do mundo para continuar encarcerado.
É o seguinte: quanto mais demorar a operação de investigação das acusações contra ele e seus propineiros, quanto mais andarem à cata de pistas, quanto mais tiverem dúvidas a seu respeito, mais tempo ele terá para escrever suas "memórias do cárcere".
Arruda ontem foi goleado por 9x1 pelo Supremo. O gol contra do Tribunal foi marcado por Tofolli, aquele que não tem notório saber do jogo. Quanto ao desempenho dos demais julgadores, todos estiveram no mesmo diapasão, tipo assim samba de uma nota só: um misto de displicente sonolência com imponente sapiência. Tudo rima e é verdade.
O jogo na Câmara Distrital foi um dois-toques, rápido e rasteiro; já no STF foi cheio de firulas e delongas. A prolixidade foi a grande tática para fazer cera e ganhar tempo regulamentar na mídia. No final, os juízes não deram nenhum acréscimo.