Nuncanessepaís se viu tamanha facilidade para desdizer hoje o que acabou de dizer ontem. Fica a impressão de que, quando está longe do Brasil - como é a Cisjordânia - Luiz Inácio Lula da Dilma pensa que o mundo é só ali, onde ele está. Diante da péssima repercussão que a distribuição de royalties vem causando e, com medo, de que a petrolagem respingue no seu poste preferido, Lula se contradisse: “Minha vontade era não votar os royalties este ano, pois sabia que era um ano político e que em ano de eleição todo mundo quer fazer gracinha. Disse que era para deixar para o ano que vem, pois tudo isso é para 2016.”
Assim é que até parece que não foi ele mesmo e a sua eleita Dilma Roucheffe-da Casa Civil e do governo que insistiram que o Congresso votasse, em regime de urgência, a distribuição dos royalties do pré-sal. E olha que não faltou quem os desaconselhasse com relação a esse tiro no pé. Agora, como de hábito, Lula tira o corpo fora e aponta o dedo duro para os outros: - Não fui eu, foram eles!
Dessa vez não dá para encarnar o Pôncio Pilatos e simplesmente lavar as mãos. Não é água; é petróleo. Vai pintar sujeira.