TRAPALHADAS
- A operação de salvamento no sequestro de Eloá e Nayara acabou mal porque a polícia de Santo André não estava sob o comando de Didi Mocó.
- A operação - garantem os chefes de polícia - estava cuidadosamente planejada. Por isso as duas adolescentes foram baleadas.
- Ainda bem que a operação estava cuidadosamente preparada. Se estivesse inteligentemente planejada os policiais é que seriam atingidos.
- A polícia diz que invadiu o apartamento após disparos. De quem, cara-pálida?!?
- Esse Lindembergue, jovem espécimen de corno brabo, merece ser tratado com o cano do mesmo revólver que usa contra os outros. À moda supositório. Sem camisinha.
- Que lindo aquele policial cheio de capacete, colete e o cacete entrando pela janela do apartamento. Parecia um dublé de filme de mocinho. Não levou nenhum tiro.
- As duas garotas foram mal para o hospital. O bandido vai bem, obrigado.
- O mais curioso de tudo é que, depois de quatro dias e quatro noites de sequestro, Lindembergue não tinha nenhum sinal de sono.
- Alguém vai ter que prender a besta magnífica que permitiu a volta da menina de 15 anos - que havia escapado do sequestro - para o apartamento que o corninho furioso invadiu. Esse idiota é um perigo. O corninho, não... A besta!
- Ao primeiro tiro, a polícia cuidadosamente explodiu a porta do apartamento. Nada mais adequado para o resgate de duas meninas que tinham um revólver apontado para elas.
- Assim que a zorra serenou a polícia anunciou solenemente: - Fim do sequestro. Mentira. Fim da picada.
- Agora, só o que falta para completar a cumplicidade com o sequestrador é a polícia se dar por satisfeita porque esse criminoso vai ser estuprado na cadeia. O grande desejo de um desses Lindembergues da vida é, justamente, ser mulher de bandido. Isso não é castigo; é parceria.
- Do jeito como foi realizada a operação resgate em Santo André - alardeada como cuidadosamente planejada - não tem mais volta: a polícia precisa ser indiciada como co-autora do crime.
- Aguarde, vem aí uma greve na polícia de Santo André. Exigem melhor preparo e maior remuneração para operações com risco de vida para as vítimas.
- Zé Serra já admite que a operação policial foi comandada pelas centrais sindicais.
- As centrais rebatem. O sequestro foi cuidadosamente planejado por Serra. É o tipo de campanha que, no Brasil, credencia qualquer candidato a ser presidente da República.
- A assessoria do governador Zé Serra desconfia que aquela camiseta vermelha que o rebelde Lindembergue usava na hora da prisão queria dizer alguma coisa...
- A polícia de Santo André desconfia que o sequestro não teve nenhuma conotação política: o Paulinho da Força nem apareceu. Estava no ronca-e-fuça entre as polícia militante civil e a militar trabalhadora, lá na capital.
- Os paulistas querem saber se foi o Corinthians ou a CUT quem comeu mosca nessa operação policial em Santo André: não colocaram nenhuma camiseta na janela do apartamento.
- O pior no mundo do crime é que os bandidos acabam transferindo para o cidadão de bem todo o seu instinto assassino. Hoje, não há quem não queira que esse sequestradorzinho furioso leve um tiro na boca, outro na virilha e mais um na cabeça. Bem como ele fez com as duas adolescentes.
CONTINUA LINDO...
José Roberto Lourenço, diretor de Bangu-3 foi trucidado com uma saraivada de 70 tiros porque seu carro não tinha a mesma blindagem que protege Ali Babá e os 40 mensaleiros. No dia seguinte José Lourenço foi enterrado com honras militares. Com toda a pompa e circunstância, bem como a sua família sempre sonhou.