TEMPO PARA PENSAR
Nos meus tempos de peladeiro no Gerovital, versão futebolística brasiliense da Charqueada São João, em Pelotas*, a grande sensação das tardes de sábado era um craque tosco, bom de bola e ruim de cuca. Tipo assim o presidente, sem escola; com uma incrível intuição.
Se o marcador – fosse quem fosse – entrasse nele de primeira, tomava o drible sem dó nem piedade. Era lépido, liso e ágil.
Um dia, Flory Machado – o clássico centro-médico do time, descobriu a pólvora: toda vez que o craque da turma dominava a bola, Flory avisava:
- Deixa. Deixa. Não vai nele. Deixa ele jogar. Dá tempo pra ele pensar...
Santo remédio. Dali em diante, ninguém mais entrava de primeira no cara. Davam-lhe tempo para pensar. Não saia nada. Sobrava futebol, faltava cabeça. O craque sumiu. Acabou virando árbitro oficial dos peladeiros.
Com Marta Ainda Suplicy foi assim. Quando lhe deram tempo para pensar no que deveria dizer não soube o que fazer, acabou tomando uma goleada. Vai terminar sendo titular no ministério de Lula.
Se o marcador – fosse quem fosse – entrasse nele de primeira, tomava o drible sem dó nem piedade. Era lépido, liso e ágil.
Um dia, Flory Machado – o clássico centro-médico do time, descobriu a pólvora: toda vez que o craque da turma dominava a bola, Flory avisava:
- Deixa. Deixa. Não vai nele. Deixa ele jogar. Dá tempo pra ele pensar...
Santo remédio. Dali em diante, ninguém mais entrava de primeira no cara. Davam-lhe tempo para pensar. Não saia nada. Sobrava futebol, faltava cabeça. O craque sumiu. Acabou virando árbitro oficial dos peladeiros.
Com Marta Ainda Suplicy foi assim. Quando lhe deram tempo para pensar no que deveria dizer não soube o que fazer, acabou tomando uma goleada. Vai terminar sendo titular no ministério de Lula.
* Pelotas - Minha cidade, minha sorte / De um céu sempre azul / Que olha de frente pro Norte - Uma pátria pequena que tenho no Sul.(Esquina do Aquário, 1981).