O ARQUIVO
Do jeito calmo e sereno com que os policiais de Santo André contam a história oficial da atrapalhada operação de resgate das meninas, Nayara vai deixar de ser a única testemunha ocular confiável e acabar como a principal suspeita.
ENTRELINHAS - Nayara escapou da violência de Lindembergue, da explosão da porta e do tiro na boca. A polícia de Santo André já está ficando desconfiada.
Ninguém se espante se, de repente, a recuperação do ferimento à bala que Nayara sofreu na boca porque os policiais comeram mosca, não venha a se transformar num irreversível e letal quadro de, digamos, infecção hospitalar.
ENTRELINHAS - Em boca fechada não entra mosca.
RODAPÉ - Há quem acredite que Nayara corra perigo. Não pelo ferimento com arma de fogo; sim pela queima de arquivo.
Deu no Estadão: "Nayara não falará com a polícia no hospital, diz Secretário".
RODAPÉ - Se eu fosse o pai dela não deixava. Ela é menor e pode ir de novo atrás dos conselhos dos mesmos policiais que a mandaram de volta para o cativeiro. Mais ainda: aquele filho que o coronel ia colocar na Operação Trapalhada é que deveria ser ouvido.