O Brasil Da Silva e a Brasília De Arruda estão sob a análise genial dos profetas do acontecido e arquitetos de obras prontas.
O que não falta é peru dando peruada. Querem descobrir o que vai na cabeça dos juízes que, comuns já ninguém descobre, imagine estando ministros do Supremo, último guardião da Constituição-Cidadã de 1988.
Querem traduzir também o que vai na alma do parlamento distrital brasiliense, viciado em panetone e outros banquetes que saboreiam na vida pública como se estivessem na privada.
Orra, meu! O placar de 9x1 é, como diria Aracy de Almeida, "aquele que não resta a menor dúvida". O gol contra foi de quem não tem notório saber jurídico.
Os demais foram votos técnicos, públicos e notórios, sobre um pedido de liberdade que pecou na origem. Pecar é o vício. Maldito vício oficial.
Já a agilidade com que os distritais meteram o pé no acelerador da máquina que pede a cabeça de Arruda, não é de estranhar. Todos se aconchegam agora para impedir a intervenção federal que faria uma devassa e acabaria com a boca rica dos devassos que devoram panetones como se fossem pizzas.
Não houve nenhuma nobreza nos dois momentos que culminaram com Arruda na cadeia, condenado ao serviço forçado de carregar o fardo de um impeachment nas costas.
Os supremos ministros do país, cumpriram a sua obrigação de julgar a letra fria da lei; os distritais apenas defenderam a parte que lhes toca nesse latifúndio de propinas, panetones e pornochanchadas.
Mas, aguarde! O prisioneiro Arruda adverte: a Carta Magna de 88 nem se compara à Carta na Manga que tenho guardada. Como se vê, nem tudo está perdido.