O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

19 de fev. de 2009

L'OSSERVATORE PIANÍSSIMO

Carlos Eduardo Behrensdorf
Da Roma
Falando de tudo um pouco informo que os painéis esculpidos pelos italianos Lorenzo Ghiberti e Filippo Brunelleschi em 1401 para a porta do Batistério do Duomo de Florença estão expostos no Palácio Borromeo, sede da embaixada italiana junto à Santa Sé, em comemoração aos 80 anos da criação do Estado do Vaticano, a partir de hoje, quarta-feira, 18 de fevereiro.

Tentei uma caminhada até lá o que leva um pouco mais um pouco menos do que vinte minutos. Ocorre que o vento é forte e o frio anda beirando 1° ou 2° por volta das 14:00horas. Detalhe: não há uma nuvem no céu, o sol domina numa boa mas não tá fácil.

Por isso, dei meia volta, volver, e retornei para o apartamento de onde escrevo estas linhas nem sempre bem traçadas, na verdade, a praxiterapia recomendada pelos médicos de plantão permanente neste nosocômio, como insiste o diretor deste Sanatório em chamar sua benemérita e filantrópica instituição. Assim sendo, vamos jogar um pouco de conversa fora.

Pois bem, as obras nunca saíram do Museu Nacional de Bargello e são consideradas o início do Renascimento. A iniciativa de exibir os painéis representa "a importância que a Itália atribui à relação com a Santa Sé", como afirmou a Embaixada italiana.

As comemorações são alusivas aos 80 anos da assinatura do Pacto de Latrão e aos 25 anos do Acordo de Modificação da Concordata. O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e o primeiro-ministro do país Silvio Berlusconi também estarão expostos...

Voltando as obras recomendo uma busca na internet para ver as maravilhas douradas que afugentaram com luz as trevas da Idade Média. Desculpem se volta e meia apelo para algum clichê rococó. Na verdade, alguns deles são irresistíveis...

Desde ontem, por motivos óbvios, aumentou o número de caravanas de turistas alemães que caminham alegremente pelas ruas romanas. A Praça de São Pedro fica logo ali, é só atravessar o Tibre e preparar as maquininhas digitais. Não há possibilidade de nenhum deles entoar cânticos com o seguinte refrão: “Ão! Ão! Ão! O Papa é alemão”.

Assim sendo, vamos ao que interessa. Para não perder a mínoria insistente que lê este espaço totalmente dessarrumado, aqui vai uma síntese super sintetisada que fiz com pesquisas em sites da Internet e também da Wikipédia. Se houver alguma coisa confusa desculpe, mas é vacilo meu.
Assim sendo, senhoras e senhores, como vocês, O VATICANO!

O Vaticano é uma cidade-estado, o menor Estado independente do mundo, localizado na zona norte de Roma. Ele existe porque é a residência oficial do Papa e a sede da Igreja Catolica e da Igreja Católica de Rito Latino, a maior, mais conhecida e numerosa das 23 igrejas sui-juris que constituem a Igreja Católica.

A Santa Sé (Sancta Sedes), ou Sé Apostólica, do ponto de vista legal, é distinta do Estado da Cidade do Vaticano. O termo cidade do Vaticano é referente ao Estado, enquanto Santa Sé é referente ao governo da Igreja Católica efetuado pelo Papa e pela Cúria Romana.

Vaticano era uma figura da mitologia romana que "abria a boca do recém nascido para que ele pudesse dar o primeiro grito, o primeiro choro". Era também o nome de uma das sete colinas de Roma onde se erguia o Circo de Nero. Lá São Pedro foi martirizado e sepultado.

O Vaticano foi dado pelo Tratado de Latrão, assinado por Benito Mussolini e o Papa Pio XI em 11 de Fevereiro de 1929. As terras tinham sido doadas em 756 por Pepino, o Breve, rei dos francos. Durante um período de quase mil anos, que teve início no império de Carlos Magno no século IX, os papas reinavam sobre a maioria dos Estados temporais do centro da península itálica, incluindo a cidade de Roma, e partes do sul da França.

No processo de unificação da península, a Itália gradativamente absorveu os Estados Pontifícios. Em 1870, as tropas do rei Vitor Emanuel II entram em Roma e incorporam a cidade ao novo Estado. Em 13 de março de 1871, Vítor Emanuel II ofereceu como compensação ao Papa Pio IX uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano, um bairro de Roma onde ficava a sede da Igreja.

O papa, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando conservar o poder da Igreja, recusa-se a reconhecer a nova situação e considera-se “prisioneiro” do poder laico. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do novo reino.

Essa incomoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão Romana, só terminou em fevereiro de 1929 quando Benito Mussolini e o Papa Pio XI assinam o Tratado de Latrão, pelo qual a Itália reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarado Estado soberano, neutro e inviolável.

Em 12 de fevereiro de 2009 o Papa Bento XVI participou das comemorações pelo 80º aniversário da fundação do Estado da Cidade do Vaticano.
O chefe de Estado eleito em um colégio de cardeais denominado “conclave” para um cargo vitalício, detém no Estado do Vaticano os poderes legislativo, executivo e judicial, desde a criação do Vaticano pelo Tratado de Latrão, em 1929.

Tecnicamente é uma monarquia eletiva, não hereditária. Pode-se considerar o Vaticano como uma autocracia, porque todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário), estão concentrados na figura do Papa, que não possui qualquer órgão que fiscalize seus atos como governante, e, por ser considerado sucessor de São Pedro, não deve prestação de contas a ninguém, considerando-o um emissário de Deus na Terra.

A Cúria Romana é efectivamente o governo do Estado e a gestão administrativa, pelo que o seu chefe, o Secretário de Estado, tem as incumbências equivalentes às de um Primeiro-Minisgtro. Outros cargos políticos encontram-se sob designações diversas nos diversos órgãos da Cúria Romana.
Formalmente constituído em 1929 com a configuração atual, o Estado do Vaticano administra as propriedades situadas em Roma e arredores que pertencem à Santa Sé.


O Estado do Vaticano, com o estatuto de observador nas Nações Unidas, é reconhecido internacionalmente e foi admitido membro de pleno direito das Nações Unidas, em Julho de 2004, mas abdicou voluntariamente do direito de voto.

O Estado tem os seus próprios embaixadores ou representantes, um jornal oficial (Acta Apostolicae Sedis), uma estação de rádio, e uma força militar denominada Guarda Suiça. Emite autonomamente moeda (desde 2002, o euro), selos e passaportes.

A Santa Sé estabelece com muitos Estados tratados internacionais (concordatas), para assegurar direitos dos católicos ou da Igreja Católica naqueles Estados. Muitos foram assinados quanto os Estados se laicizaram, como forma de garantir direitos para a Igreja e permitir sua existência em tais países.

O Estado do Vaticano, com o estatuto de observador nas Nações Unidas, foi admitido como membro de pleno direito em Julho de 2004, mas não requereu direito de voto. GeografiaA área do Vaticano é de 0,44 quilômetros quadrados. Está situado no meio da capital italiana, Roma. Por isso, não possui área costeira. A defesa do país é da responsabilidade da Itália, enquanto que a segurança do Papa fica a cargo da Guarda Suiça.

Fora da Cidade do Vaticano, o Estado possui 13 edifícios em Roma e Castel Gandolfo (a residência de Verão do Papa) gozando de direitos extraterritoriais. Partilha a 3,2 km de fronteira com a Itália.
O Vaticano não possui nenhum recurso natural. É fundamentalmente urbano e nenhuma das terras está reservada para agricultura ou outro tipo de exploração de recursos naturais. Assim, o desenvolvimento urbano é otimizado para ocupar menos de 50% da área total, ao passo que o resto é reservado para espaço aberto, incluindo os Jardins do Vaticano.

O território possui muitas estruturas que ajudam a fornecer autonomia ao Estado soberano: linhas ferroviárias, heliporto, correios, estação de rádio, quartéis militares, palácios e gabinetes governamentais, instituições de ensino superior, cultural e de arte, e algumas Embaixadas.

A economia do Vaticano é baseada na captação de donativos das igrejas pertencentes à Igreja Católica, Apostólica e Romana no mundo inteiro. Essa arrecadação supre fundos para as despesas do Vaticano com a evangelização e os programas sociais que desenvolve no mundo inteiro. O país mantém um canal de donativos conhecido como "Óbulo de São Pedro”", no qual o doador remete os fundos diretamente ao Vaticano.

Outra forma de captação de recursos é com o turismo no complexo dos "Museus Vaticanos". Não há outro lugar no mundo com tanto valor artístico e intelectual concentrado como no Arquivo Secreto do Vaticano, na Biblioteca Apostólica Vaticana, e nos acervos de arte (pintura, escultura e arte sacra) das igrejas romanas.

Por acordo com a Itália, representando a União Européia, a unidade monetária do Vaticano é o Euro. O Estado tem a sua própria concepção de moedas e notas de euros, que têm aceitação na Itália e em outros países da Zona doEuro. O Vaticano não tem uma casa de emissão própria. A Itália efetua a cunhagem, que não pode ser superior a 1 milhão de euros anuais.

A população vaticana é composta além do Papa, por Bispos, Cardeais, Arcebispos e outros funcionários importantes da Igreja Católica. Existe um número reduzido de cidadãos comuns. A maioria dos funcionários estáveis é italiana. Um número considerável é suíço e o restante originário de diversos países. A lingua oficial é o latim, utilizado em documentos oficiais e em rituais cerimoniais. A língua falada é o italiano.

No Vaticano é que estão obras e monumentos como a Basílica de São Pedro, a Arquibasílica de São João Latrão, a Praça de São Pedro, a Capela Sistina e a coleção do Museu do Vaticano.
O palácio onde reside o Papa tem 5 mil quartos, duzentas salas de espera, 22 pátios, cem gabinetes de leitura, trezentas casas de banho e dezenas de outras dependências destinadas a recepções diplomáticas.

Guarda Suiça é o nome que recebe o grupo de soldados contratados para proteger o Papa. Foi criado no século XV. Dos fogões vaticanos saíram receitas famosas como como os ovos beneditinos (um capricho de Bento XI), a lagosta com trufa branca (habitual nas coroações do Renascimento), a musse de faisão ao molho chaudfroid (prato preferido de Pio VI) ou o maçapão de água de rosas (uma iguaria na Idade Média).

RODAPÉ - O texto da nossa Fontana Azzurra hoje foi diagramado em P&B para que você possa acessar com um clique os tags sublinhados e de cor diferenciada. Bom proveito.