Se Joaquim Barbosa não tivesse o pavio tão curto, não teria se precipitado fazendo de um magistrado uma estrela cadente para colocar o juiz Bruno Ribeiro atucanando a execução das penas dos mensaleiros que já tomaram conta do sistema carcerário no Brasil da Silva.
Fosse mais sutil do que expedito, Joaquim Barbosa gozaria logo, logo o prazer de ver Zé Dirceu e sua facção amargando a ira do Comando Vermelho, PCC e bandos similares do crime organizado dentro do presídio da Papuda.
É que ninguém ainda foi lá na barra do mais alto tribunal de justiça do País e disse para o presidente do Supremo que essas regalias todas, esse regabofe descarado, essas visitinhas íntimas, essas excursões de deputados e senadores e até de uns que outros governadores à vida de cárcere dos companheiros bons e batutas estão pegando mal para o prestígio das facções criminosas mais antigas da rede presidiária do País.
Comando Vermelho, PCC e genéricos estão se sentindo desmoralizados dentro de cada cela, de cada cubículo sem ar condicionado, sem comidinhas especiais, sem chuveiro quente, sem cama para dormir...
Não é nada, não é nada, os meliantes veteranos já não têm como explicar porque Dirceu, Genoíno e sua caterva mensaleira chegaram por último no avião e já foram logo sentando nas poltronas que ficam perto da janelinha.
Então, é disso que a gente tá falando: Joaquim Barbosa deveria deixar o barco correr. O crime organizado - só para mostrar quem é que manda na cadeia - acabaria em dois tempos com a alegria dos mensaleiros. Era vapt-vupt e o sistema penitenciário do Brasil logo estaria com a ficha bem mais limpa. E muito ladrão de elite usando aliança de barbante no dedo anular, adereço emblemático de quem tem noivo lá dentro.
Joaquim Barbosa, ao trocar Ademar Vasconcelos por Bruno Ribeiro na execução das penas dos malfeitores condenados no mensalão, apenas prolongou a vida boa e livrou a cara de quem já estava na alça de mira das facções criminosas mais antigas da Papuda.