O juiz Fausto Martin De Sanctis da 6.ª, meteu a Vara da Fazenda Pública em São Paulo e determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) e do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC Bancoop 1 ), que tinha como cotistas os fundos de pensão da Petrobrás (Petros), e do Banco do Brasil (Previ).
A envaretada, decorrente de um inquérito que corre em segredo de Justiça, foi a pedido da Polícia Federal que já não aguentava mais os rumos daquela investigação sobre eventuais atos de gestão fraudulenta da tal carteira.
A Bancoop também tenta dar o troco a inquérito no Ministério Público Estadual, que escrafuncha acusações de uso de recursos para campanhas eleitorais de candidatos do partido do governo Lula, vulgarmente conhecido como PT.
O tesoureiro do dito cujo e ex-presidente da Bancoop, João Vaccari Neto, é bem capaz de ser ouvido na CPI das ONGs no Senado etambém em uma CPI estadual, já que ambas dizem que investigam o caso. A decisão do juiz rebelde saiu no dia 9 deste glorioso mês de abril.
A investigação dos Intocáveis sobre o que há de fundo na Bancoop 1 começou em 2008, logo depois da compra de cotas pelos fundos de pensão das estatais. A Fundação dos Economiários Federais (Funcef), abrigo de previdência dos empregados da Caixa Econômica Federal, fez um aporte de R$11,2 milhões no fundo de investimento. Petros e Previ despejaram, respectivamente, R$ 10 milhões e R$ 5 milhões no FIDC. É fidecê mesmo, não fodacê.
Lá pelas tantas, numa assembleia de cotistas, no mes do desgosto de 2009, os fundos de pensão e os outros investidores aceitaram encerrar suas participações no FIDC ao receberem da Bancoop os valores correspondentes apenas à metade da rentabilidade-alvo da carteira, que chegou a ser de 12,5% ao ano, acrescido da variação do Índice Geral de Preços ao Consumidor (IGPM).
Aí, então, Funcef, Petros e Previ informaram que o acordo coalizado com a Bancoop deu margem à uma rentabilidade de 6% ao ano mais correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os n´[umeros estão na fronteira de lucratividade fixada pelos fundos, e negaram irregularidades nos investimentos.
Dizem os advogado muito bem pagos da Bancoop que a entidade está "absolutamente tranquila" com a quebra de sigilo. E deitam falação: "A Bancoop vem sendo auditada há dois anos por auditora independente, o fundo é fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a mesma medida foi tomada há dois anos pela Justiça estadual, que não constatou nenhum problema".
O RCA Victor - Porta-voz do dono da corretora Planner, responsável pela gestão financeira do FIDC, Artur Figueiredo, também se revelou calmo e sereno. "A abertura dos dados é apropriada. Vai demonstrar que tudo o que foi feito estava dentro do regulamento".
Pelo ínclito Figueiredo, os recursos do fundo, administrados pelo Bradesco, foram pagos somente à Bancoop e, posteriormente, aos investidores, sem qualquer chance de terem sido repassados a terceiros.