Luiz Inácio Lula da Dilma, colocando-se acima da Constituição e do próprio compromisso assumido há oito anos com o país e seu povo, concedeu-se mais uma folga do cargo de presidente da República e foi passar um fim de semana exercendo as funções de cabo eleitoral da postulante Dilma, em São Bernardo do Campo.
Nesse weekend ao lado da pré-candidata ao Palácio, Dilma Roucheffe, o presideus criticou o discurso dos tucanos durante o pré-lançamento do nome de Zé Serra para a corrida presidencial, em Brasília.
Lula, em férias presidenciais e Dilma já com ares de presidente participaram de um providencial encontro de centrais sindicais promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, lá em São Bernardo. O que menos falaram foi de metalurgia.
Lula, fez questão de dizer que estava de folga; que sua presença naquela cúpula não tinha nada a ver com suas atividades à frente da Presidência da República. E das alturas de seu poder infinito, muito acima da lei, da ordem e progresso avisou que a assessoria do Planalto não se envolveu no cerimonial e nem no credenciamento de imprensa.
Altivo e soberano, Lula - o Folgado mostrou-se sem qualquer receio de possíveis multas da Justiça Eleitoral.
Sem medo de ser feliz, encarou a legislação eleitoral e gargarejou explícitamente a respeito das eleições de outubro e de seu poste predileto: "Quem aqui está convencido que vai votar na Dilma?", quis saber.
Os 800 gargarejadores sindicalistas que ali folgavam a sonhada chance de ver e ouvir seu amo e senhor de perto, levantaram os braços. Aí, Lula tripudiou: "Mesmo assim, eu vou reforçar". Repetiu a provocativa pergunta. A platéia, agradecida, repetiu a cena.
Nuncanomundo das democracias, se teve notícia de que um presidente de qualquer país tenha trocado a dignidade de seu cargo pela insignificante função de um mero cabo eleitoral.