Ciro Gomes meteu o dedo no gatilho de sua metralhadora giratória e apontou para o governo Lula e seu empenho pela colocação de um poste no Palácio do Planalto no ano que vem. Ele disse poucas e boas, todas com fundo de verdade, na entrevista que concedeu ao portal iG:
Ciro diz que Lula "navega na maionese" e que presidente se acha o "todo-poderoso"
Colaboração para a Folha
Ciro Gomes, deputado federal pelo PSB e até ontem (22) à noite possível candidato à Presidência, disparou ao ver o partido retirar apoio à sua candidatura: "Lula está navegando na maionese". Em entrevista ao portal iG, o pessebista fez referência ao "apoio desmedido" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sua pré-candidata, a ex-ministra petista Dilma Rousseff.
"Ele está se sentindo o todo-poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz 'Presidente, tenha calma'. No primeiro mandato eu cumpria esse papel de conselheiro, a Dilma, que é uma pessoa valorosa, fazia isso, o Márcio Thomaz Bastos fazia isso. Agora ninguém faz", disse.
A entrevista vai por aí afora, ou adentro. E Ciro acaba dizendo coisas que o presideus Lula e seus apóstolos precisam ouvir. Por exemplo: "Lula não é Deus". Meio Zaratustra, assim falou Ciro, revelando suas desconformidade com o bedelho lulático dentro do seu próprio partido.
Logo adiante, Ciro alerta para o que chama de "atuação indevida de radicais do PT" e antevê e avisa que a candidatura da postulante Dilma poderá sofrer revezes em razão dos aloprados e seu jeito de agir: - Sabe os aloprados do PT que tentaram comprar um dossiê contra os tucanos em 2006? Veremos algo assim de novo.
Na entrevista, Ciro diz que com ele entre os presidenciáveis entrariam em pauta, durante os debates, as principais questões a serem solucionadas nos primeiros anos de mandato do novo presidente da República. E profetizou: - Em 2011 ou 2012, o Brasil vai enfrentar uma crise fiscal, uma crise cambial. Como estamos numa fase economica e aparentemente boa, a discussão fica escondida. Mas precisa ser feita.
Com tudo isso e por tudo isso, daqui a cinco dias, Ciro Gomes deverá capitular. Antes que termine o dia 27, não será mais candidato. Seus eleitores devem migrar para Serra, Marina Morena e, com menor entusiasmo, para Dilma. O estrago foi feito.