O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

20 de fev. de 2010

A história do cárcere de Arruda não está sendo fácil. Ago-ra foi transfe-rido da depena-da "sala da direto-ria" que já não tinha nada, para uma bem menor que não tem coisa nenhuma. Nem privada.

O zelo da Polícia Federal deixa a nítida impressão de que segue à risca o velho preceito de Arthur Bernardes "aos amigos, a lei; aos inimigos, o rigor da lei", quando trata de dar cuidados a Zé Beto Arruda, o Garotão do Panetone. Por um princípio de justiça - quié isso, companheiro? - nem ele, nem mesmo os dirceus da vida merecem isso.

Mas, faz tempo que Arruda não saboreia um panetone. Por isso, tudo bem, quem não come não tem tempo ou apetite pra essas coisas. Os seguranças que antes ficavam com ele no quarto, agora se quarteiam do lado de fora. Que dura expectativa de estar atento às convulsões intestinas!

No fundo, no fundo, Arruda não tem do que se queixar - aquele quesito do WC que lá nos confins do Rio Grande, "na pátria pequena que eu tenho no Sul" se chama de patente, é o de menos... - Arruda agora está aprendendo que uma reles latrina, mais que uma privada, "é uma verdade patente; em vez da gente fazer nela; ela é que faz na gente".

E Arruda, em liberdade, fez tudo que tinha que fazer na gente. Essa é uma verdade patente.