O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

22 de fev. de 2010

Poder & Cães

Bateu vontade de falar sobre o que o governo mais gosta: poder. Então, basta-me um ponto de apoio que moverei a Terra.

Fico olhando essa fauna que se reúne em Conselhos, Simpósios, Fóruns, esses Woodstocks ambulantes que, mesmo sendo governistas e afilhados do poder, continuam prometendo mudanças.

Fico olhando e sinto pena. Nem eles gostam do que eles mesmos estão fazendo; melhor, mandando fazer. Porque eles adoram o trabalho. São capazes de ficar dias e dias parados, vendo os outros trabalharem.

Até aqui, me acho estranho. Pareço até um deles. Disse que falaria de poder e só falo de clones piorados dos hippies de 69 - os que viravam o mundo de cabeça pra baixo e só tratavam de paz e muito amor, bicho. E muita gandaia. E olha que o FHC nem havia inventado os cartões corporativos e Lula nem pensava em aperfeiçoá-los.

Não, não sou um deles. Até aqui estou falando mesmo de poder. De um poder. Nesse caso, o Flower Power. Bem diferente, em tudo e por tudo, desse poder ambicionado pelos luláticos de hoje, o Poder pelo Poder, nem que seja a paus e pedras.

Mas isso foi só pra não dizer que não falei de flores. Falei até das que não se cheira.

E então falando nisso, é possível um partido ter um plano de 20 Anos de Poder, sem ser despótico, totalitário, ditatorial?!?

Terá sido então um poder sem regras, ou um poder desregrado. Daqueles em que, quem pode, pode; quem não pode se sacode.

E aí, me acende a chama de que algum dia será provável num Brasil já não mais Da Silva, que a esperança vença o medo. Esse poder de causar azia ninguém me tira. Isso é poder, bicho.
É disso que estou falando.

O presideus Luiz Inácio Lula da Dilma, por exemplo, só consegue me provocar tristeza. De tanto ambicionar o poder, ele perdeu a liberdade. É refém de sua poderosa estratégia de "governabilidade por coalizão". Um poder em vão.

É uma lástima ver-se um homem de condições tão humildes chegar por suas toscas origens que abrigavam sonhos grandiosos, ao topo de uma República e reduzir seu poder aos limites de seu próprio corpo, uma espécie de território nacional movediço, maior do que as medidas de seu inquieto e autoritário espírito.

Ambos, o corpo e o espírito, menores do que o incomensurável ego que não cabe em si de contente.
Aos poucos o poder - ainda que enfurnado em um partido, ou num personagem central - vai gradativamente se afastando dos discordantes, porque tem nas correntes majoritárias que sempre lhe dizem amém, um exército de fidelidade canina.

Ledo engano. Até a original corrente majoritária já mudou de apelido e atende agora pelo codinome que traduz o que a pandilha pensa do governo que tem: Movimento por um Brasil Novo. Não gostam do que aí está.

Pois então... No seu infinito poder, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Há passagens em nossas vidas em que somos tratados com desrespeito e vilania, mas sempre podemos estar seguros da nossa dignidade.

Somos filhos de Deus e não de presideus. Aos cães Deus criou como fez a luz, o céu, os mares e a terra. E eles ladram. E como ladram. São cães ladrões.