DO ZÉ GOTINHA AO PICO DO HPV
Tendo Dilma Vana como fiel escudeira, Alexandre Padilha, o candidato ao governo de São Paulo que Lula inventou, anunciou com pompa e circunstância que o Ministério da Saúde vai iniciar em vacinação nas meninas que habitam o solo da nossa mãe gentil, contra o HPV - um vírus benigno que incomoda e tem feitio de verruga. O HPV é isso, mas numa antevéspera eleitoreira merece uma boa fila com feitio e perspectiva de cura.
Isso, desde que Albert Sabin lançou em fins de 1979 a vacinação em massa contra a paralisia infantil, vulgo poliomielite, é a mais ágil e a mais prática forma de contato direto com o votante.
A vacina contra a pólio veio na figura do simpático boneco Zé Gotinha. O povo entrava em fila para se deixar gotejar pelo salvador da pátria. Até Figueiredo, o presidente turrão que gostava do cheiro dos cavalos pingou gotinha na boca das criancinhas no colo das mamães.
Pelo menos, para o bem do povo e felicidade geral da nação, aquela estratégia de saúde pública surtiu efeito e a poliomielite foi praticamente erradicada no Brasil. A Redentora fez saber e soube fazer.
E então sucede que, desde aquelas priscas eras, medicação em massa é a descoberta da pólvora e do ouvido da minhoca. O pico da agulha aplicado em fila indiana rende exposição sob os holofotes da mídia e cada injeção vale como um caloroso e populista aperto de mão do candidato no eleitor.
Mas, não há nada pior nem mais maléfico do que viciar o povo com overdoses de demagogia. Prepare-se, até outubro, o Brasil da Silva será invadido por uma pandemia de picos de agulha em massa.