O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

13 de fev. de 2009

L'OSSERVATORE PIANÍSSIMO - Edição Especial


Propensa a reabilitar em parte o fascismo, a Itália reforma as cidades construídas sob o regime de Mussolini. Philippe Ridet, em Latina (Itália)

Carlos Eduardo Behrensdorf
Nostra Fontana Azzurra





Os textos a seguir, que tempos atrás seriam classificados como tijolaços, servirão para os leitores furtivos deste hospital futurista aproveitarem o fim de semana. Leiam que vale a pena. Só uma coisa: gostaria de saber da opinião de alguns ou algumas dos senhores. Conversar é preciso.








Todos eles concordam com o seguinte ponto: "Há dez anos ainda, a nossa iniciativa teria sido impossível". Na sexta-feira, 26 de setembro de 2008, em Latina (na região do Lácio, no centro do país), um grupo de quinze prefeitos e de adjuntos para assuntos culturais está reunido numa pequena sala da sede da província. Eles vieram de Alghero, Aprilia, Pontinia, Sabaudia, Foggia...




O que os motiva a participarem deste encontro incomum? Um protocolo de acordo que eles se preparam para assinar, por meio do qual cada um deles se compromete a "trabalhar em prol da valorização do patrimônio arquitetônico e ambiental das cidades italianas de fundação".


O termo "cidades de fundação" designa na Itália um projeto urbano que foi implantado num território virgem, ou quase. Algumas cidades tais como Pienza (Toscana) ou Sabbioneta (Lombardia), por exemplo, surgiram durante o Renascimento. Mas aquelas que são objetos do protocolo de Latina foram fundadas ou reestruturadas por Benito Mussolini (1883-1945) durante o período do "Ventenio" fascista, ou seja, aquela vintena de anos (1922-1943) durante a qual o "Duce" reinou sobre a Itália.


Essas cidades são ao mesmo tempo o orgulho e o calvário desses eleitos, sejam eles de direita ou de esquerda. No total, existem 143 delas, segundo um levantamento realizado pelo escritor Giovanni Pennachi que lhes dedicou um livro - "Viaggio per le città del Duce" (Viagem pelas cidades do Duce), editora Laterza -. Todas elas carregam como um grande peso morto a idéia de serem a representação arquitetônica da "ordem" fascista, com as suas largas avenidas que conduzem até a sede da prefeitura, a igreja, o quartel e até uma "casa del fascio" (uma das sedes políticas do fascismo).


Contudo, as "città di fondazione" do período fascista também constituem exemplos de uma arquitetura moderna, ambiciosa e, sob muitos aspectos, utópica. Nelas, os seus planejadores tentaram construir uma ponte entre a Roma antiga e as contribuições do Bauhaus, buscando evitar as influências do Renascimento e do Barroco, períodos estes que o Duce considerava como decadentes. Para tanto, eles lançaram mão da simplificação das linhas e da gramática arquitetônica da Antiguidade, e buscaram racionalizar os deslocamentos: "A arquitetura racionalista" também foi motivada por bons sentimentos.


Implantadas, em sua maior parte, em terras que foram conquistadas sobre pântanos, os quais foram então drenados (num processo que foi chamado de "bonificação"), ou ainda, confiscadas dos latifundiários, essas cidades foram colonizadas pelos mais pobres dos habitantes da Península, muitos dos quais eram oriundos da região do Vêneto.


Por meio de uma simples sobreposição do mapa das áreas que foram atingidas pela epidemia de malária durante os anos 1920 com aquele da implantação dessas cidades, é possível compreender porque as "città di fondazione" também constituíram uma resposta para um problema de saúde pública, além de uma tentativa para tirar a Itália do subdesenvolvimento.


O que fazer então com este patrimônio dotado de conotações ambíguas? Abandoná-lo aos nostálgicos das camisas pretas (usadas pelos militantes fascistas)? Enterrá-lo nos mais profundos rincões da sua má-consciência? Na opinião de Augusto di Lorenzo, um adjunto para assuntos culturais da prefeitura de Aprilia, uma cidade situada e cerca de sessenta quilômetros ao sul de Roma, trata-se de "oferecer raízes para aqueles habitantes que estejam em busca de uma identidade".


O contexto, contudo, é bastante peculiar. Isso porque um vento revisionista, instigado por uma parte da população que ainda vê com bons olhos certos aspectos do fascismo, está soprando sobre a Itália. Liderado por Gianni Alemanno, o atual prefeito de Roma, ou ainda por Ignazio La Russa, o ministro da Defesa - ambos os quais são membros do partido Aliança Nacional -, este movimento visa a reabilitar o fascismo, tentando absolvê-lo das suas realizações mais condenáveis (as leis raciais, por exemplo).


Fica difícil, nessas condições, para os promotores desta iniciativa, tentar fugir da pergunta colocada pelo historiador de arte Giorgio Pellegrini no prefácio do catálogo de uma exposição que foi realizada em Latina, em 2005: "Será ainda possível ler a arquitetura das cidades de fundação a partir de um ponto de vista renovado, sem sentir o peso das tragédias que se desenrolaram atrás das fachadas de cada um desses edifícios?", indagava o autor, para então convidar os interessados a superarem os preconceitos "contra essas cidades, hoje consideradas como novas, onde aquela síndrome ideológica já pode ser dada como extinta".


Os dois principais redatores da Carta de Latina (que em momento algum menciona o nome de Benito Mussolini), o adjunto para questões de urbanismo de Predappio (de esquerda), e o assessor para assuntos culturais da província de Latina (de direita), não oferecem as mesmas respostas para esses questionamentos. Na opinião do primeiro, Giorgio Frassineti, "a história condenou o fascismo. No momento atual, trata-se de promover um patrimônio arquitetônico importante, e nada mais do que disso".


Mostrando-se mais ambíguo, o segundo, Fabio Bianchi, explica que daqui para frente "a nossa maneira de enxergar o fascismo mudou, e as condições de serenidade já estão reunidas para julgar. Este regime não vivenciou apenas momentos negros". Por enquanto, os eleitos que integram esse movimento decidiram se unir em torna desta causa comum e já estão vislumbrando as multidões de turistas desembarcando dos ônibus para visitarem as artérias das suas cidades, e partindo à descoberta deste patrimônio um tanto constrangedor.


No que vem a ser um sinal dos tempos, nenhuma polêmica veio perturbar esta iniciativa. Bem que o diário "La Stampa" tentou promover um debate em torno da questão, abrindo suas colunas para o especialista Antonio Pennacchi, para quem "os projetos do fascismo eram melhores que aqueles de Massimiliano Fuksas", um arquiteto famoso na Itália atual. Mas a tentativa não deu em nada. Ninguém reagiu à provocação.


Entrevistado pela reportagem do "Le Monde", Fuksas recusou-se a alimentar qualquer polêmica: "Não existe nenhum estilo fascista específico, mas sim, apenas uma arquitetura moderna. Muitos chegaram a confundir o arquiteto com o fascista. Esta mistura de historicismo e de Bauhaus era praticada por pessoas cultas".


Tradução: Jean-Yves de Neufville
Visite o site do Le Monde
Da Itália para o Rio Grande fronteiriço


Há mais de dez anos tenho este texto comigo.
Afirmo e provo por A + B que é o original.
Depois deles, inúmeras versões modificadas surgiram na internet todas elas atribuídas ao velho Jockymann.


Para os puristas do estilo peão de estância aqui vai a preciosidade, mais potente do que qualquer Lexotan literário que volta e meia alguns impacientes fazem circular neste nosocômio notório pela liberdade de pensamento, portas e janelas abertas e contas fechadas. Daqui só os médicos, enfermeiros e o diretor não têm alta. Os outros, de vez em quando, ficam altos...
(Carlos Eduardo Behrensdorf, de Roma)



Um causo original de Sérgio Jockymann


Pois não sei se já les contei os causo das Escritura Sagrada. Se não les contei, les conto agora. A estória, essa é meio comprida, mas vale a pena contá por causa dos revertério. De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do Paraíso por toma banho pelado numa sanga.



Naqueles tempos esse mundaréu todo era um pasto só sem dono, onde não tinha nem dele nem meu. O primeiro índio a botá cerca de arame foi um tal de Abel. Mas nem chegou a estendê o primeiro fio porque levou um pontaço no peito do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão. O Caim entonces, ameaçado de processo feio se bandeou pro Uruguai. Deixou um filho dele, um tal de Noé, tomando conta da estância.


A estância, essa ficava na barranca de uma corredeira e Noé, uns ano depois, pegou uma enchente muito feia pela frente. Cosa muita séria. Caiu uma barbaridade de água. Tanta água que tinha até índio pescando jundiá de cima de cerro. O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se largou nas correnteza, o índio veio. A enchente era tão braba que quando o Noé se deu conta a balsa tava atolada num banhado chamado Dilúvio.


Foi aí que um tal de Moisés varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atoleiro. Bueno, aí, com aquele desporpósito, as família ficaram amiga. A filha mais velha do Noé se casou-se com o filho mais novo de Moisés, e os dois foram morá numa estância muito linda, chamada estância da Babilônica.




Bueno, tavam as família ali, tomando mate no galpão, quando chegou um correntino chamado Golias, com mais de uns trinta castelhano do lado dele. Abriram a cordeona e quiseram obrigá as prenda a dansá uma milonga. Foi quando os velho, que eram de muito respeito, se queimaram e se deu o entrevero. Peleia braba, seu. O correntino Golias, na voz de bamos, já se foi e degolou de um táio só o Noé e o velho Moisés. E já tava largando o planchaço em cima do mulherio, quando um piazito carretero de seus dez anos e pico, chamado Davi, largou um bodocaço no meio da testa do Golias, infeliz, que não teve nem graça. Foi me acudam e tou morto. Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhano. Dois que tinham desrespeitado as prenda foram degolado com o lado cego da faca. Foi uma sangrera danada. Tanto que até hoje aquele capão se chama Capão do Mar Vermelho.


Mas entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão. Home de cabelo nas venta o major Salomão. Nem les conto. Um dia o índio tava sesteando quando duas velha se botaram em cima dum guri dos seus sete ano que tava vendendo pastel.


O major Salomão, muito chegado ao piazito, passou a mão no facão e de um talho só cortou as velha em dois. Esse é o muito falado causo do Perjuízo de Salomão que contam por aí.


Mas, por essa estimativa, o major Salomão o que tinha de brabo tinha de mulherengo. Eta índio Bueno, seu. Onde boleava a perna, já deixava filho feito. E, como vivia boleando a perna, teve filho que Deus nos livre. E tudo com a cara dele, que era pra não havê discordância. Só que quando Deus nosso senhor quer, até égua veia nega estribo. Logo a filha das predileção do major Salomão, a tal de Maria Madalena, fugiu da estância e foi sê china de bolicho.


Uma vergonhera pra família. Mas ela puxou a mãe, que era uma paraguaia meio gaudéria que nunca tomou jeito na vida. O pobre do major Salomão se matou-se de sentimento, com uma pistola Eclesiaste de dois cano.


Mas vejam como é a vida! Pois essa mesma Maria Madalena se casou-se três ano depois com um tal de coronel Ponciano Pilatos. Foi ele que tirou ela da vida. (Eu conheço uns três caso do mesmo feitio e nenhum deles deu certo). Como dizia muito bem meu pai, mulher quando toma mate em muitas bomba, nunca mais se acostuma com uma só.


Mas nesses contraproducente até que houve uma contrapartida. O coronel Ponciano Pilatos e Maria Madalena tiveram doze filho, os tal de Apósto, que são muito conhecido pelas caridade que fizeram. Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada de Maria Madalena, que depois foi santa muito afamada. A tal de Santa Ceia.


Pois era uns tempo muito mal definido. Andava uma seca braba pelo campo. São José e a Virgem Maria tinham perdido todo o gado e só tavam com uma mula branca no potrero chamada Samaritana. Um rico animal criado em casa que só faltava falá. Pois tiveram que se disfazê do pobre animal. E, como as desgraça quando vem já vem de braço dado, foi bem aí que estouraram as revolução.


Os maragato chefiado por um tal de coronel Jordão acamparam na entrada da vila. Só não entraram porque tava lá um destacamento comandado pelo tenente Lazo, aquele mesmo que por duas vezes foi dado por morto. Mas aí um cabo dos provisório, um tal de cabo Judas, se passou-se pros maragato e já se veio uns tal de Romano, que tavam com uma força de cavalaria agrupada numa várzea e ocuparam a vila.


Nosso Senhor foi preso pra ser degolado por um preto muito forte e feio chamado Calvário. Pois vejam como é a vida: esse mesmo preto Calvário, degolador muito mal afamado, era filho da velha Palestina, que tinha sido cozinhera da Virgem Maria. Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato. Mas entonces botaram Nosso Senhor na cadeia, junto com dois abigeatário, um tal de João Batista e o primo dele, Heródio dos Reis. Os dois tinham peleado por causo de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padre, monsenhor Caifás e o cônego Atanásio.


Mas aí veio uma força da Brigada e mais três corpo de provisório e se pegaram com os maragato. Foi a peleia mais feia que se tem conhecimento. Foi quarenta dia e quarenta noite de bala e bala. Morreu três santo na luta: São Lucas, São João e São Marco. São Mateus ficou três mês morre não morre, mas teve umas atenuante a favor se salvou-se o índio.


Nosso Senhor pegou três balaço, um em cada mão e um que varou os pé de lado a lado. Ainda levou mais um pontaço do mais velho dos romanos, o César Romano, na altura das costela. Ferimento muito feio que Nosso Senhor curou tomando vinagre na sexta-feira da paixão. Mas aí Nosso Senhor se desiludiu-se dos home, subiu na cruz, disse tiavolta pros amigo e se mandou-se pro céu.


Mas deixou os dez mandamento, que são cinco e que se pode muito bem acolherá em dois: não se mata home pelas costa nem se cobiça mulher dos outro pela frente.
Quem é Sérgio Jockymann


Como a receita por aqui é matar a cobra e mostrar o pau vamos ao que interessa: na Wikipédia, a enciclopédia livre da Internet quem procurar encontrará o seguinte:


Sérgio Jockymann (Palmeira das Missões, 1930) é um jornalista, romancista, poeta e dramaturgo brasileiro.


Seu pai, um engenheiro agrônomo e farmacêutico e sua mãe, professora primária, tiveram uma forte influência para que nele despertasse o gosto pela literatura.
Carreira como jornalista


Jornalista desde os 17 anos, trabalhou como comentarista nos jornais Diário de Notícias de Porto Alegre; na Companhia Jornalística Caldas Júnior, nos jornais Correio do Povo e Folha da Tarde e na rádio Guaíba AM. Seu talento foi reconhecido por ocasião da morte do então presidente Getúlio Vargas, com a publicação de um artigo intitulado "Há um homem pelas ruas", no jornal Diário de Notícias.


Foi diretor geral da Rádio Farroupilha; diretor, apresentador e produtor da antiga TV Piratini; foi comentarista na TV Difusora (atual Band RS) e na TV Gaúcha (atual RBS). Tinha um quadro diário no programa Portovisão, da TV Difusora, até 1980, quando se transferiu para o horário noturno, fazendo o comentário final, às 21h20, no programa Guaíba ao Vivo.


Retornando ao jornalismo no final dos anos 80, após o trabalho como autor de telenovelas e seriados de televisão, fundou e editou o Jornal RS, em Porto Alegre.


Quando a TV Guaíba foi à falência, Sérgio Jockymann tomou as rédeas da emissora temporariamente, antes da chegada do novo dono, o empresário da soja Renato Bastos Ribeiro.


Nos meses em que Jockymann dirigiu a emissora, colocou no ar muitas atrações locais, como o programa da hora do almoço Aqui e Agora, apresentado pela primeira e única nissei na televisão do Rio Grande do Sul. O Aqui e Agora tinha como cenário uma parede de fundo branca, com um logo de duas letras A em vermelho e laranja.


Era composto de vários quadros de comentários e notícias, esporte, entrevistas. Logo depois, ia ao ar o programa jovem Clip Clap, apresentado por Gaio Fontela. O programa Magda Beatriz Entrevista era produzido por Claudinho Pereira e ia ao ar no início da tarde. Jockymann ainda criou e dirigiu o A Hora e A Vez do Rio Grande, de entrevistas, com José Fontela.


Atualmente continua exercendo sua profissão na mídia impressa, com a inserção de colunas diárias nos jornais do Grupo Editorial Sinos.


Carreira como escritor
Teatro


É autor de inúmeras peças teatrais, entre as quais Caim (1955), Tutu Marambá, Boa tarde, excelência (1962), Marido, matriz e filial, Lá e Treze, entre outras. Em 1980, sua peça teatral Spiros Stragos foi publicada pelo Ministério da Educação e Cultura e obteve o 2º lugar no IX Congresso Nacional de Dramaturgia.
Poesia, conto, romance
1957 - prêmio de "Poesia do Ano", atráves de concurso literário da Divisão de Cultura de Porto Alegre;
1958 - Poemas em negro - publicado pelo Instituto Estadual do Livro (IEL);
1975 - Vila Velha - volume I - coletânea de contos escritos para o jornal Correio do Povo e publicado pela Editora Garatuja;
1976 - Vila Velha - volume II - publicado pela mesma editora, em decorrência do sucesso da obra anterior;
1982 - Clô Dias & Noites - romance, publicado pela Editora L±
2000 - Sortilégio - romance, publicado pela Editora L&PM.
Televisão
1969 - Confissões de Penélope (seriado - TV Tupi)
1969 - Nenhum homem é Deus (TV Tupi)
1970 - A gordinha (TV Tupi)
1972 - Na idade do lobo (TV Tupi)
1973 - O conde Zebra (TV Tupi)
1974/1975 - O machão (TV Tupi)
1975 - O sheik de Ipanema (TV Tupi)
1975/1976 - Vila do Arco (TV Tupi)
1978 - Roda de fogo (TV Tupi)
1981 - Dulcinéa vai à guerra (TV Bandeirantes)
1984 - Casal 80 (seriado - TV Bandeirantes)




Sanatório da Noticia Especial Internacional



As senhoras e os senhores pacientes leitores deste informativo ligado unicamente a este manicômio informativo e não judiciário acreditam que algum ministro brasileiro poderia dizer o seguinte: O Brasil é o país mais parecido do mundo aos Estados Unidos!


Não só poderia como pode e disse.
Trata-se do ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil, Mangabeira Unger, em entrevista exclusiva concedida em Brasília aos repórteres Soledad Gallego Diaz e Juan Arias, do jornal espanhol El País, um dos mais lidos não só na Espanha como em toda a Europa.


E como Mangabeira é dos ministros entre os quase 40 companheiros de Esplanada que mais apanha da imprensa brasileira, principalmente por seu sotaque americanizado, resolvemos transcrever na integra o que ele disse aos jornalistas espanhóis já que os brasileiros não perguntam nada ou quase nada.


Sendo assim a entrevista vai na integra e em espanhol, pois, afinal de contas, língua não é e nunca foi problema pra brasileiro nenhum. Aproveite o fim de semana, leia e depois me diga alguma coisa.




EL PAIS.
Internacional
ENTREVISTA: ROBERTO MANGABEIRA UNGER Ministro de Asuntos Estratégicos de Brasil
"Brasil es el país más parecido del mundo a EE UU"
SOLEDAD GALLEGO DÍAZ / JUAN ARIAS
Brasilia - 09/02/2009


Roberto Mangabeira Unger (Río de Janeiro, en www.robertounger.net). Es autor de un corto, y muy polémico, ensayo sobre "España y su futuro", que escribió antes de ser ministro, que supone una crítica muy directa a los sucesivos gobernantes que ha tenido la democracia española y que podría 1947) es un ministro atípico. Primero por su propia biografía: es catedrático en la facultad de leyes de Harvard (ocupó el cargo a los 29 años, el más joven que ha tenido nunca ese centro universitario y fue profesor del actual presidente de Estados Unidos, Barack Obama), ha escrito numerosos libros sobre política y construcción social y esta considerado como uno de los teóricos más brillantes, y polémicos, en el ámbito del pensamiento social contemporáneo (sus trabajos están disponibles resumirse en una línea: España es hoy un país sin proyecto, incapaz de aprovechar su potencial.



El profesor de Obama


Implicado desde hace años en la política cotidiana de su país, Mangabeira, que se considera de izquierda, fue un crítico muy duro del presidente Luiz Inacio Lula da Silva, quien, sin embargo, le llamó un día, en su segundo mandato, para ofrecerle una cartera que sería insólita en cualquier otro país que no fuera Brasil: ministro de Asuntos Estratégicos. Desde Brasilia, donde recibe a El País, Mangabeira analiza las grandes líneas de la vida política social y económica de Brasil y las grandes corrientes internacionales, pero eso no le parece suficiente. "El presidente Lula me propuso que ayudara a formular un modelo conceptual sobre el futuro de Brasil, pero para hacer eso no necesito estar en Brasilia. Para escribir panfletos podría continuar en Harvard. Lo que intento es definir iniciativas concretas que encarnen o anticipen ese cambio en la trayectoria institucional del país. Escoger iniciativas en políticas públicas sectoriales, educación, trabajo, política agrícola o industrial, que tengan efecto práctico inmediato pero que también prefiguren el cambio de rumbo que necesita el país".


En medio de la formidable crisis económica y financiera actual, sus propuestas, no solo para Brasil, sino para la comunidad internacional en su conjunto, adquieren cada día mayor relevancia y son objeto de mayor debate. Uno de sus últimos libros se titula: "¿Qué debería proponer la izquierda?"


Pregunta: ¿Qué debería proponer hoy la izquierda en todo el mundo?
Respuesta: Básicamente hay tres izquierdas en el mundo. Hay una vendida, que acepta el mercado y la globalización en sus formas actuales y que quiere simplemente humanizarlas por medio de políticas sociales. Para esa izquierda, solo se trata de humanizar lo inevitable. Su programa es el programa de sus adversarios, con un descuento social y una renta moral y narcisista. Hay otra izquierda, recalcitrante, que quiere desacelerar el progreso de los mercados y la globalización, en defensa de su base histórica tradicional (los trabajadores sindicados de grandes empresas industriales). Y hay una tercera izquierda, la que me interesa, que quiere reconstruir el mercado y reorientar la globalización con un conjunto de innovaciones institucionales. Para esa izquierda, lo primero es democratizar la economía de mercado, lo segundo capacitar al pueblo y lo tercero, profundizar la democracia. Yo entiendo ese proyecto como una propuesta de la izquierda para la izquierda. Diría, con un lenguaje provocativo y algo teológico, que la ambición de esa izquierda no es humanizar la sociedad, sino divinizar la humanidad. El objetivo es elevar la vida común de las personas comunes al plano más alto. Y todo lo que se hace en materia de lucha contra la desigualdad es accesorio a esto. Rousseau dice en algún lugar: ellos no consiguieron ser hombres; entonces, decidieron ser ricos. Nosotros, la izquierda, no queremos eso, queremos que sean hombres.
P. ¿Como analiza hoy día la crisis económica internacional?
R. Yo diría que hace mucho tiempo que el mundo está sometido al yugo de una dictadura de falta de alternativas y que, en general, en la historia moderna, contrariamente a lo que pensaron muchos de los grandes teóricos sociales, los cambios fueron forzados por las guerras y los colapsos económicos. El trauma fue el requisito de la transformación. Hoy hay una gran pobreza de ideas sobre las alternativas en el mundo. Las ideas que orientaron la izquierda históricamente, como el marxismo, están fallidas y la respuesta a la crisis financiera internacional revela de una forma muy dramática las consecuencias de esa pobreza de ideas. No hay nada que no sea una versión momificada del keynesianismo vulgar, es la única luz en esta obscuridad. Hasta ahora, el debate ha estado casi enteramente dominado por dos temas superficiales: el imperativo de regular los mercados financieros y la necesidad de adoptar políticas fiscales y monetarias expansionistas. Son ideas muy por debajo del nivel, de la dimensión del problema. Los líderes de las veinte economías más importantes del mundo se reúnen en Washington y no tienen nada que decir. La verdad es que los poderosos aborrecen a las ideas; cuando ellos llegan, las ideas se van.



P. ¿De que habría que debatir entonces?
R. Hay tres temas suprimidos en el debate, mucho más importantes que esos dos temas superficiales. Todo lo que se puede hacer, y se debe hacer, en materia de regulación de los mercados financieros y de expansionismo fiscal y monetario depende, para su eficacia, del enfrentamiento de esos temas subyacentes más importantes. Son tres. Primero, la necesidad de superar los desequilibrios estructurales en la economía mundial entre los países con superávit en comercio y ahorro, empezando por China, y los países deficitarios en comercio y ahorro, comenzando por EEUU. El motor del crecimiento mundial, en los últimos años, fue el acuerdo implícito entre esos dos elementos. Ese motor se ha roto y vamos a tener que conseguir otro. Eso exigirá grandes cambios en EEUU, en China y la organización de la economía mundial.



P.¿No se trata de regular, sino de reorganizar?
R. Efectivamente. Vamos al segundo punto: la necesidad de que la regulación de los mercados financieros sea parte de una tarea mayor, que es reorganizar la relación entre el sistema financiero y la producción. Reorganizar específicamente el vínculo entre finanzas y producción. De la forma en que se organizan hoy las economías de mercado, el sistema productivo está básicamente autofinanciado. ¿Cuál es entonces el propósito de todo el dinero que está en los bancos y en las bolsas de valores?. Teóricamente sirve para financiar la producción, pero en realidad es solo va oblicuamente a ese cometido. Eso no tiene que ser así y eso es el resultado de las instituciones existentes. En este sistema, las finanzas son relativamente indiferentes a la producción en tiempos de bonanza y son una amenaza destructiva cuando surge una crisis como esta. Es decir, son indiferentes para el bien y eficaces para el mal.



P. ¿Y el debate sobre la distribución de la riqueza?
R. Ese es el tercer punto del que hablaba. El vínculo entre recuperación y redistribución. Todos admiramos la construcción en la segunda mitad del s. XX en EEUU de un mercado de consumo en masa. En principio, la construcción de ese tipo de mercado exige la democratización del poder adquisitivo y, por lo tanto, redistribución de la renta y de la riqueza, pero eso no sucedió en EEUU. Ocurrió lo contrario, hubo una violenta concentración de la renta y de la riqueza. ¿Cómo entonces consiguieron los norteamericanos la construcción de un mercado de consumo en masa?. Parte de la respuesta está en lo que sucedió con la supervalorización inmobiliaria ficticia. Ha habido una falsa democratización del crédito, una democratización postiza, precaria del crédito, que hizo las veces de la democratización de redistribución la renta y de la riqueza, que no hubo. Y ahora que ese sistema está destruido, es necesario crear una nueva base para el mercado. Es necesario insistir en cambios más profundos. Lo que yo le digo a mis ciudadanos es que yo quiero una dinámica de rebeldía; pero la rebeldía es una condición necesaria, pero no suficiente. Necesita una aliada que es la imaginación, la imaginación institucional.



P. ¿Cuál es el papel de Brasil en esa polémica?
R. Voy a decir inmediatamente lo que me parece más importante de Brasil. Su atributo más destacable es su vitalidad. Brasil es, sobre todo, vida. Hierve de vida que viene de abajo y esa vitalidad tiene una expresión social muy importante. La clase media tradicional en Brasil hace mucho tiempo que esta debilitada, económicamente y espiritualmente. Yo digo espiritualmente porque esa clase media tradicional amenaza, al igual que en los países ricos del Atlántico Norte, con una cultura de desencanto con la política. Pero Brasil no es Dinamarca, en nuestro país todo continúa dependiendo de soluciones colectivas a problemas colectivos. Nosotros necesitamos desesperadamente la política.



P. ¿Esta surgiendo una nueva clase media?
R. Surge, al lado de esa clase media tradicional, una segunda clase media que viene de abajo. No es una clase media europeizada, sofisticada; es ruda, morena, mestiza, de millones de personas que trabajan, luchan, para abrir pequeñas empresas, que estudian por la noche y que inauguran una cultura de autoayuda iniciativa. Es el horizonte que la mayoría quiere seguir. Pero sin tener cómo seguirlo, sin instrumentos ni ayuda. Yo entiendo que la gran revolución en Brasil hoy, sería que el Estado usara sus poderes y recursos para permitir a la mayoría seguir el camino de esa vanguardia de batalladores emergentes. Para eso tendría que innovar en las instituciones, económicas y políticas. Y ahí está un gran problema, porque nuestros dirigentes históricamente demostraron una completa falta de imaginación y de audacia. Nuestra gran tarea nacional hoy, colocada en sus términos más sencillos, sería instrumentalizar esa energía, esa energía que viene de abajo. Ahí hay dos grandes proyectos. Un proyecto de democratizar la economía de mercado y un proyecto de profundizar la democracia política. Y eso vale para encarar la crisis en todo el mundo.



P. ¿Impulsará Brasil la construcción de un proyecto común en América Latina?.
R. Al proyecto de unión sudamericana le falta un corazón, un cerebro. Es todo esqueleto, estructura, no tiene espíritu. La UE tuvo dos premisas: ser un proyecto de paz perpetua, para poner el fin al siglo de las guerras europeas, y ser un gran espacio de un modelo de organización social y económica diferente del modelo de EEUU. Nosotros no construimos aún en América del Sur una contrapartida para eso, tratamos de comercio, de integración energética y logística, pero no tratamos de lo más importante: cuál es nuestro proyecto, cuál es nuestro camino en el mundo. Yo creo que la afirmación de ese modelo, de esa trayectoria, en Brasil, que es, de lejos, el país más preponderante de América de Sur, permitiría dar un corazón, un cerebro, al proyecto de unión sudamericana.



P. ¿ Como son las relaciones entre Brasil y Estados Unidos?
R. Yo digo siempre que Brasil es el país del mundo más parecido a EEUU, aunque esa semejanza no se reconoce, ni en EEUU ni en Brasil. Son dos países con tamaños prácticamente idénticos, fundados con la mismas bases, población europea y esclavitud africana, multiétnicos. Los más desiguales de su tipo. EEUU, el más desigual de los países ricos; Brasil, el más desigual de los grandes países en desarrollo. Y paradójicamente, en esos dos países muy desiguales la mayor parte de los hombres y de las mujeres comunes continúan pensando que todo es posible. Brasil tiene, sobre todo ahora, una oportunidad extraordinaria y considero que un compromiso crítico con EEUU. Ellos están buscando en este momento, un momento de inflexión histórica, un sucedáneo al proyecto de Roosevelt. En Brasil estamos en una búsqueda paralela de un nuevo modelo de desarrollo que transforme la ampliación de las oportunidades económicas y educativas, en el propio motor del crecimiento económico. No se trata de discutir solo en el nivel de las abstracciones ideológicas; mi propuesta es que construyamos experimentos comunes en las instituciones que definen la economía de mercado y la democracia (FMI,BM, OMC, ONU).



P. ¿Participa el presidente Lula de su análisis estratégico?
R. Lula es, en algunos aspectos, una personalidad opuesta a la mía, pero él tiene intuición, y capta y traduce en sus discursos, lo noto cada vez más, esas cosas.
El profesor de Obama"Barack Obama es un hombre muy inteligente, muy abierto, pero al mismo tiempo muy cauteloso". Roberto Mangabeira tuvo como alumno al actual presidente de Estados Unidos en un curso que impartió en Harvard dedicado al análisis de posibles alternativas.




RODAPÉ - Como se denota, nossa Fonte Azul em Roma está firmemente determinada a não deixar que o idioma italiano atrapalhe o seu espanhol.




12 de fev. de 2009

O POLEGAR, O DISCURSO E A TROCA

Lula teve que inutilizar temporariamente o polegar da mão esquerda. É o primeiro caso de lesão por esforço repetitivo de um ocupante do Palácio do Planalto. Com mais de 80% de popularidade, Lula não pára de fazer sinais otimistas com o dedão. Dizem que não se trata de LER: é um caso típico e inédito de SOE - Síndrome de Otimismo Exagerado.

Se dona Marisa Letícia fosse eleita em 2010 no lugar de dona Dilma, o povo brasileiro seria bem mais feliz. Nuncanessepaís o silêncio valeu tanto como ouro. Cá pra nós, mil vezes ouvir o que dona Marisa não diz do que escutar toda segunda-feira o Café com o Presidente.

Taí, Dunga vai para o Chelsea e nós ficamos de novo como o Felipão.

2º VICE-PRESIDENTE



E, então, o mignon deputado ACM Neto é o 2º Vice-presidente da Câmara.

Miniatura do avô, sem tirar nem pôr, está à devida altura do cargo.(Foto: www.democratas)



Um dia depois de Brasil 2x0 Itália, Maradona imita Dunga: a sua Argentina fez 2x0 na Seleção da Inglaterra.

É o Maradunga.

Já nessa foto do www.blog.eitb24.com ele faz a caricatura de Fidel Castro, com leves recuerdos à estrela do PT.

É o Maradel.

PT saudações.

12 POR UMA DÚZIA


Há pouco mais de oito anos, quando os petistas eram rebeldes direitos com causa na esquerda, não podiam nem ouvir falar em se botar um guarda em cada esquina para conter o avanço desenfreado da violência urbana que já se avizinhava. Para eles, o Brasil era um país de sempregados e a solução era ter um governo que gerasse oportunidades e vagas para a oprimida e discriminada classe dos trabalhadores brasileiros.

Hoje, instalados no centro do poder, no pleno exercício do governo, camuflam a triste realidade de um país onde cada dia é uma aventura de grande risco; escondem a dura verdade de um Brasil sem segurança; de uma nação de trabalhadores sem trabalho, cercados de discursos e promessas; revestidos de bolsas-migalhas por todos os lados.

Pariram uma nação de vagabundos de carteirinha que, por necessidade e compulsão, viraram bandidos. São eles, os cabos de pirulitos e panfletos, os descamisados e pés-descalços que - impulsionados pela roubalheira oficial imune e impune - usam hoje as cuecas como cofres, metralhadoras como cartão de visita e fuzís como voto. Uma geração de bolsistas: embolsam tudo.

A violência urbana vem dessa horda de desempregados que, desde 2002, está à espera dos 10 milhões de empregos que seriam distribuídos por esse Brasil isoneiro. Agora, diante da crise que "não é nossa é deles lá", as previsões dos melhores institutos do ramo indicam que até o próximo "Natal extraordinário" teremos um milhão e meio a mais de demissões na pátria, amada e idolatrada. Logo chegaremos a 12 de milhões. Tudo bem, pelo menos se sabe que apenas trocamos 12 por uma dúzia. Salve, salve!

(A foto aí de cima é da Agência Brasil, dos primeiros tempos do Governo PT, quando até os trabalhadores empregados faziam greve).

11 de fev. de 2009

PREFEITOS E INATIVOS

Lula deveria fazer com os aposentados, o que fez com os prefeitos: reuni-los em Brasília, com despesas de viagem e hotelaria pagas pelos cofres públicos. Aí, tirava fotos, discursava, parcelava suas dívidas e dava-lhes um aumento decente de salário, ao invés dessa humilhante, contraproducentes e certeira sapatada de menos de 6% que está sendo dada nos inativos, cada vez mais pobres e indefesos. (Foto: R. Stuckert/PR).

LADRÕES!?!

Lula fica impossível quando tem platéia. Diante de quase quatro mil prefeitos, desancou a imprensa. Brabo porque disseram que ele ia abrir um “pacote de bondades”, destilou maldade ao aproveitar mais uma dessas ocasiões em que só ele fala e os outros escutam sem o direito de perguntar, para jogar veneno na convivência entre prefeitos e jornalistas.

Lula peçonhou, em tom professoral, que a imprensa não julga apenas o seu mandato, mas também julga a atuação dos prefeitos. "Não estão dando sequer uma oportunidade para vocês provarem que não são os ladrões porque - deram a entender - que vocês são. Não é possível que a gente tenha de se calar diante de tamanha ofensa", sibilou. A turma do gargarejo mostrou-se inoculada. (Foto: R. Stuckert/PR).


COM QUEM? - Se os prefeitos e seus séquitos ouviram mesmo o que o conselheiro Lula disse, não se calarão. Nesse caso falarão com quem que não sejam aqueles que - Lula deu a entender - os chamam de ladrões?!?

ENTRE NA REDE - A levar-se em conta o que o presidente da República disse, conclui-se que ele está apregoando a democrática "Revolução do Silêncio". Para quem tem azia ao ler jornal, escutar rádio e ver televisão, isso até já merece uma boa e urgente medida provisória. No seu bojo, uma ressalva: saiba das coisas lendo, ouvindo e vendo apenas o que é editado pela Rede Pública de Comunicação do Brasil.

BOLSA - Talvez a imprensa tenha sido mesmo cruel com Lula, chamando o lançamento institucional pelo Palácio da candidatura de Dilma para o Palácio de "pacote de bondades". Se o tivessem chamado de "Bolsa-Bondade", de certo, não pegaria mal.


FAÇAM O QUE EU DIGO - Segundo Lula, o esforço do governo é para facilitar a vida dos prefeitos e prefeitas. "Essa reunião tem o objetivo para que o prefeito possa por meio da internet acessar qualquer programa, sem precisar tomar dinheiro emprestado para vir a Brasília e esperar para ser atendido", afirmou Lula. Pena que o presidente não faça o mesmo em suas relações internacionais. Ele anda de Aerolula para cima e para baixo, ao invés de usar a internet para falar com Obama, Fidel, Chávez e o resto do mundo.



A VOZ - Diante da insistência das senhoras tietes que acompanhavam os prefeitos no econtro com Lula, para que usasse da palavra, dona Marisa Letícia acabou cedendo e falou. Foram 15 dolorosos segundos. Mas, agora, se sabe: dona Marisa tem o dom da voz.

OS LUXEMBURGOS DE DUNGA

O BAILE - Que baile a Itália e os urubus levaram do Brasil quarta-feira, em Londres. Dunga meteu 2x0 na esquadra azzurra e desclassificou, a um só tempo, Luxemburgo, Muricy e Felipão. Mais duas goleadas dessas nas classificatórias latino-americanas e só vai abrir vaga para treinador da Seleção lá para 2014, quando já teremos perdido, com Dunga, a Copa de 2010.De qualquer maneira, Dunga passa a sofrer agora a sombra permanente de três Luxemburgos: Vanderlei, Muricy e Felipão. (Foto: site CBF).

10 de fev. de 2009

SCOLARI DISMISSED! Bye Bye Chelsea!


Felipão dançou na Inglaterra. Desde novembro, quando trocou flâmulas e camiseta com Lula, o treinador não deu uma dentro. Nesse caso, o pé-frio presidencial foi um pouco além do Corinthians: pespegou Felipão para azar do Dunga que joga hoje contra a Itália e até, quem sabe, mais alguns amistosos. A Família Scolari, porém, não fica desempregada assim à toa. Tudo agora é só uma questão de tempo. (Fotos: Div/Imprensa-Planalto).
A CAUSA
Especuladores de plantão gritam e sussurram que Vanderlei Luxemburgo já está espalhando que a demissão de Felipe Scolari aconteceu logo depois que ele aprendeu a pronunciar direito Chelsea Football Club e a falar certo o nome do estádio Stamford Bridge. Enquanto dava preleção em português, o Chelsea ganhava todas. O desastre começou quando os jogadores passaram a entender exatamente o que ele dizia. Essa gente é capaz de tudo para tomar o lugar de Dunga.

MICARETA OPORTUNA
Lula e a Mãe do PAC abriram, nesta quarta-feira, com mais 36 ministros e cinco dirigentes de bancos, um pacote de bondades municipais para uma platéia de 8 mil donos de cidades brasileiras. Discursaram para cerca de 3.500 prefeitos e seu séqüito de assessores especiais, esposas e secretárias e, quem sabe até, um pouco mais que isso. O encontro se transformou numa verdadeira micareta, um carnaval extemporâneo, mas na hora absolutamente certa como plataforma de lançamento de Dilma Rousseff como candidata do Palácio ao Palácio.

A EUFORIA
Lula deu a prefeitos devedores 20 anos para pagar o rombo aberto pelas suas prefeituras. A alegria foi tanta que até deu a impressão de que eles vão mesmo pagar as contas. Na verdade, a euforia é apenas porque com a tal repactuação da dívida, as prefeituras lavam suas fichas de crédito e podem contrair novas dívidas que nunca serão quitadas. Com uma maquiagem dessa, nenhuma prefeitura vai precisar de operação plástica.

BONDADE
Dentro do pacotão do Pai dos Pobres e da Mãe do PAC está a promessa de que o governo vai repactuar as dívidas dos municípios com o INSS. A incúria e indigestão dos políticos depredadores da coisa pública formaram um bolo de mais de R$ 14 bilhões de dívida. O governo Lula, bonzinho com os seus cabos-eleitorais para 2010, vai parcelar esse débito com a Previdência em 20 anos. Já o salário dos aposentados não pode ter um aumento maior do que 4%, "pois do contrário a Previdência quebra". A bondade virá em forma de mais uma democrática medida provisória.

JOGATINA POLÍTICA
Essa história de expulsão sumária do deputado Edmar Moreira é pura jogada do DEM. Ele sempre foi um nervo exposto dentro do partido que agora não brinca mais com ele e ainda quer ficar com a sua vaga. O jogo é de cena: a apresentação do seu pedido ao STE para deixar o DEM é um salvo-conduto que lhe garante o mandato parlamentar. Vai continuar sendo deputado e não se fala mais nisso. Se a turma do DEM quiser continuar jogando, o melhor que tem a fazer é dar um pulinho até Minas Gerais. Lá no castelo tem ficha sobrando pra todo mundo. Para dar e vender.

O NÓ
Mangabeira Unger – o ministro do Futuro de Lula, a quem ele já não considera mais como o “presidente do governo mais corrupto da história do Brasil” – disse ao jornal argentino El País que “o Brasil é o país mais parecido com os Estados Unidos”. Deve ser por isso então que Mangabeira tem sotaque americano. Seu intérprete, quando conceder entrevistas à imprensa brasileira, deveria ser o rabino gravateiro Henry Sobel. Aí sim, você veria o nó que os jornalistas levariam.

9 de fev. de 2009

OS CASTELOS


Cá pra nós, a vista do presídio de Mônaco é bem mais bonita do que a proporcionada pelo castelo Monalisa do deputado que perdeu a boca-rica e o sorriso.
Como o sede campestre de Edmar Moreira está à venda, mas ninguém compra nem por míseros R$ 25 milhões, isso pode até motivar uma permuta, na base do toma-lá, dá-cá: Salvatore Cacciola vai para o castelo Monalisa e o ex-corregedor da Câmara passa um bom tempo lá no Principado.

PROCURA DIREITO - A imprensa não consegue encontrar o ex-2º vice-presidente e corregedor da Câmara, Edmar Moreira. É só procurar nos porões do castelo, cara.

BOM DESCANSO - Esse deputado bem que poderia tirar um bom período de descanso nas masmorras do castelo. Assim, não precisaria gastar R$ 250 mil do dinheiro público com segurança pessoal.

NUNCANESSEPAÍS - Nuncanessepaís um presidente da República mandou tanto no Congresso Nacional. Com Sarney e Temer na presidência do Senado e da Câmara, Dilma Roussef mais do que a Mãe do PAC e chefe da Casa Civil vai ser a dona da Casa do Polvo.

UNIDOS - Democratas, tucanos e petistas unidos, jamais serão vencidos! Declararam guerra – imagine só! - a Fernando Collor de Mello que tem tudo para ser o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

A DESCOBRIDORA - Dia 9 comemoraram os 100 Anos de Carmem Miranda, a portuguesa que descobriu o Brasil das bananas e do Zé Carioca.
Foto: Ag.Câmara


Edmar Moreira construiu um castelo porque tem o rei na barriga.

Oscar Niemeyer ia construir a Praça da Soberania porque tem o rei no bolso. A propósito, com as ligações que êm, Niemeyer é políticamente correto até quando aparece fumando. (Foto: Div.)

INVEJOSOS
Agora querem que Edmar Moreira – um dos Conselheiros da República e do presidente Lula – troque a Casa do Polvo pelo castelo. Pura inveja.

O TAPETE
O castelo do deputado Edmar tem 36 suítes. No salão de festas, dizem alguns especuladores, há um tapete-voador. É fácil esconder qualquer coisa embaixo dele.

CONVIVAS
Hoje, como estão colocando tudo em pratos limpos, ninguém mais quer Edmar Moreira na mesa da Câmara.

CONFUSO
O castelo foi construído num lugar ermo de Minas Gerais. Dizem que era para ser um cassino. Edmar Moreira agora está confuso: não sabe se construiu um castelo de areia ou de cartas.

A ILHA
Se o 2º vice-presidente da Câmara tem um castelo, imagine o que não deve ter o 1º vice. Já o presidente deve ser um ilhéu.

SAI A MUSA
Depois de verem aquelas torres do castelo do seu colega, os deputados decidiram: agora não elegerão mais a “musa” da Câmara; o título da escolhida será “Rapunzel”.

É A VIDA
O que é a vida?!? Antes, o presidente dos Estados Unidos mandava resgatar os fugitivos de Cuba. Agora Obama está mandando resgatar os bancos. Nada como um presidente atrás do outro.

MÃOS À OBRA
Tomando café com ele mesmo, o presidente Lula cobrou o pacto com Estados e municípios e mais agilidade nas obras do PAC. Ué, não era a Dilma Rousseff quem tinha que fazer isso? Ela então é Mãe do PAC pra quê, mermão?!? O Pai dos Pobres vai ter que botar a Mãe do PAC pra trabalhar, só palanque não levanta parede.

COISA DE SOBERANOS
Os jornalistas foram falar com o governaro Zé Arruda, do Distrito Federal, sobre o castelo do deputado do seu partido. Ele disse que achou ruim e se fechou em copas. Em Brasília, se não fosse o berro da população, Oscar Niemeyer teria construído a Praça da Soberania no canteiro central do Eixo Monumental, onde ele mesmo há quase 50 anos construiu a Praça dos Três Poderes. Custaria tanto, ou até bem mais que o castelo de Edmar Moreira. Teria como única justificativa a amplitude do seu espaço, capaz de abrigar o ego de meia dúzia desses soberanos que dirigem o Brasil.

SOLTANDO OS CACHORROS
Esse deputado, tanto quanto seu castelo, revela estruturas medievais. Apareceu agora um ex-preso político, Rogério Teixeira, engenheiro-ambiental, que se lembra da castelar figura como “o tenente da PM mineira que sempre aparecia de óculos ray-ban lá pelos anos de 69/70”. Diz o engenheiro que, naquela época em que estava preso na cadeia de Linhares, em Juiz de Fora, sob acusação de subversão o tenente Edmar aparecia chutando as portas das celas aos gritos de “acorda comunista”! Edmar, segundo o relato da testemunha, era truculento e literalmente soltava os cachorros no pátio da prisão para latirem a noite inteira. A assessoria de Edmar Moreira, disse para a imprensa que ele não “está encontrável” para falar sobre essas coisas.
AQUI, NÃO
A montadora Nissan anunciou que vai demitir neste “extraordinário” 2009, pelo menos 20 mil funcionários em todo o mundo. Ainda bem que a Nissan não disse que vai reduzir seus quadros funcionais no mundo da lua. Assim é que, os brasileiros podem ficar tranqüilos, o que vem de baixo não nos atinge.

ASSOMBROU-SE
O dono do castelo, corregedor e 2º vice-presidente da Câmara, Edmar Moreira, comunicou a Michel Temer que, assombrado, desistia. Do castelo, não; desistia das bocas-ricas na Casa. Não resistiu ao olhar fulminante, típico do mordomo de filme de vampiro (à moda ACM).

DÁ E SOBRA
A pressão foi muito grande. Edmar Moreira, porque tem um castelo quase do tamanho da Casa do Polvo, não dá para corregedor. Mas para deputado dá de sobra.

LAS MINAS

Se, daqui prafrente, tudo for diferente na vida política de Edmar Moreira, o que é demais pode dar certo com a montagem de um cassino naquele castelo lá no meio do deserto de Minas gerais. Dizem que foi para isso mesmo que ele foi erguido. Foi assim que Las Vegas começou.

VOCÊ DECIDE
O que você acha mais debochativo: o castelo de Edmar, ou a Casa do Polvo?!?

FORA!
Hoje mesmo Edmar Moreira deve ser expulso do DEM. Não tá nem aí, ele ficaria furioso é se tentassem botá-lo pra fora do seu castelo.

QUAL DELES?
Diga aí: é o deputado Edmar Moreira que pode sonegar imposto de renda, ou é o cara que mandou construir o castelo?

ESTICOU
Não, nem de longe são os resultados das últimas pesquisas de opinião que fazem Dilma Rousseff sorrir permanentemente. É que depois da plástica, ela perdeu aquele ar de seriedade no rosto. Dá-se um doce da Fenadoce para quem conseguir mostrar uma foto atual em que Dilma não esteja sorrindo.
Não chega a ser enigmático o sorriso de Dilmalisa que a Mãe do PAC vem ostentando. Todo mundo sabe que é pela perspectiva de chegar inteira a 2010.

DESENHISTAS NOTÓRIOS
Maurício de Sousa, da Turma da Mônica, está bem com a turma do governo. É o novo Ziraldo da história oficial: vai levar mais de R$ 200 mil para criar uma revista sobre igualdade. Essa tal de notória especialidade rende. Perguntem ao secular Oscar Niemeyer se é bom, ou não, fazer desenhos para o governo.

ATÉ 2010
Vê se tá bom pra você, meu velho: o pedágio subiu 17%, o IPTU 6,5%; a conta da luz 18%; o salário mínimo aumentou 12%; a bolsa-família dobrou... A sua aposentadoria levou tristes e miseráveis 4%. Isso é patifaria. O governo Lula deve estar achando que a maioria absoluta dos aposentados bate as botas antes de 2010, ano da próxima eleição.

RETALIAÇÃO





No meio do segundo tempo do jogo Milan x Regina, o técnico italiano substituiu os brasileiros Ronaldinho Gaúcho e Kaká.



De quebra, ainda deixou o Emerson todo tempo no banco.

Depois, Genro - o Tarso de Lula na Justiça, ainda insiste em dizer que o caso Cesare Battisti não vai provocar retaliações.

(Fotos: site do Milan)

6 de fev. de 2009

CASTELO DE AREIA

O castelo se chama Monalisa, mas o sorriso é de Edmar Moreira, deputado mineiro sem qualquer mineirice. Não declarou ao Imposto de Renda Ele é o corregedor da Câmara.
A Corregedoria é um organismo que tem por missão corrigir as trapalhadas dos outros.

Edmar tem mais é que ficar na dele: dificilmente no cenário da Câmara alguém terá tanto know how quanto ele para exercer a difícil tarefa.

Seu castelo, ainda que possa parecer, não é de areia. Estão botando areia nele. Coisas que só a Casa do Polvo pode explicar.

(Fotos: Div/Ag.Câmara).

ENTREMENTES.... DILMA NA TERRA DE OBAMA

Enquanto a oposição berra aqui contra o uso que Lula vem fazendo do PAC para promover Dilma Rousseff a sua sucessora em 2010, o governo trombeteia lá nos Estados Unidos - com os sopradores BNDES, Petrobrás e Embratur - as maravilhas nacionais que dependem da Mãe do PAC. Dilma foi lançada na Terra de Obama com 10 páginas de anúncio na revista Foreign Affairs. Quem conta tudo a respeito disso é o blog de Josias de Souza. Fique por dentro desse desperdício com feitio de afronta ao globo que está em crise por um país que vive no mundo da lua. Clique aqui e saiba de tudo:

COM GEL VAI BEM

  • Esse Temporão também agrada: vem aí o carnaval e o Ministério da Saúde já dá das suas. No ano passado foi camisinha, agora vai distribuir milhares de tubinhos de gel para a comunidade gay entrar melhor nos folguedos.
  • A temporalidade de Zé Temporão como ministro da Saúde está subindo de novo no telhado: Arlindo – o Chinaglia e Tião Viana querem o lugar dele. Os dois são médicos e estão à cata de uma boquinha mais rica e mais profícua do que um mandato de deputado ou senador.
  • Michel Temer é tão prevenido que, não duvidem nada se, a qualquer momento ele mandar instalar detectores de sapatos na entrada do plenário da Câmara.
  • Faltam só dois lépidos e faceiros aninhos para as eleições presidenciais. Ainda há tempo para mais duas plásticas.
  • Bons tempos aqueles em que “na estica” queria dizer bem vestido, elegante. Agora é operação plástica.
  • Tião Viana não tem mesmo desconfiômetro: se não derrubar Temporão, vai para cima de José Múcio – quer o lugar de articulador político de Lula que não está nem aí pra ele. Ele, Tião - é claro.
  • O Parlamento Europeu aprovou resolução que pede ao Brasil para revisar a decisão que dá refúgio a Césare Battisti, levando em conta a sentença da Justiça italiana. O governo Lula diz que não tem mais nada a ver com isso e que agora é tudo com o Judiciário. Genro continua achando que os dois países continuam amigos fraternais. Deve estar falando de Caim e Abel. A própósito, Genro - assim como cunhado - não é parente.
  • Genro – o Tarso de Lula na Justiça, mandou aqueles dois pugilistas cubanos embora; deu refúgio para Battisti e não dá ouvidos para Salvatore Cacciola. Isso já é perseguição.
  • Outro dia, falando à rádio CBN, Genro justificou os dois pesos e as duas medidas com que tratou os atletas de Cuba e trata o brigadiano vermelho Battisti, desdenhando de todo mundo: “os pugilistas cubanos pediram para voltar para Havana”. Ah bom, então devolve o Cacciola, ele está pedindo há horas para voltar pra Itália.
  • Deve ser paixão recolhida pelas raízes italianas: primeiro ficou com Cacciola, agora quer ficar com Battisti. Isso não é um sentimento atávico; é itálico.
  • Barack Obama está demitindo todo ministro que sonegou Imposto de Renda. Já foram três sapatadas, uma atrás da outra. Aqui no Brasil, o último ministro que esteve a perigo pelas mesmas razões, foi Henrique Meirelles. Ele se deu bem: Lula arranjou uma blindagem para garantir sua permanência no cargo. A armadura foi na forma de uma velha e democrática medida provisória.
  • Dois públicos e notórios simpáticos Roberto Freire e Zé Dirceu andam batendo boca pelo Brasil afora. É puro barraco. Deveriam marcar data, local e escolher as armas: uma bengala e um sapato para cada um. O primeiro que errasse um golpe ou um arremesso seria condenado a trabalhar 8h por dia, ganhando salário mínimo, durante um ano. O outro, também.
  • Edmar Moreira, do DEM de Minas Gerais é mineiro mesmo. Tem um castelo que está à venda por R$ 25 milhões, mas não consta nas suas declarações de renda. Moreira diz que não é dele; é do seu filho. Isso é comum nesses tempos bicudos e merece até blindagem oficial quando o peixe é graúdo. O deboche é que Edmar Moreira é vice-presidente da Câmara de Deputados e, por isso mesmo, corregedor da Casa. Corregedoria – só para lembrar – é aquele organismo que trata de corrigir as trampolinagens dos outros. A própria Executiva do partido Democratas está pedindo a sua renúncia. Ele diz que dali não sai e dali ninguém o tira.
  • A oposição acusa Lula de estar usando o PAC para promover Dilma para 2010. Só agora a turma se deu conta disso e de que a popularidade da ministra vai ter que comer pela mão do presidente. E, ao invés de dar risada, a oposição ainda fica braba. Deixa que Dilma seja a Mãe do PAC! As obras desse programa não são pro papo do governo. Para sairem do papel e se realizarem elas precisam de trabalho, muito trabalho. Essa, comprovadamente, não é a praia dos oligarcas do PT. Quanto mais Dilma for responsável pelas obras do PAC, mais terá que lidar com ociosidade, estagnação e denúncias de irregularidades. Lula quando investiu Dilma com o epíteto de Mãe do PAC, vestiu-lhe uma saia justa.

5 de fev. de 2009

Conselho de Clubes Formadores de Atletas



COMPLEXO DE VIRA-LATA

Na terça-feira, dia 3, foi criado em São Paulo o Conselho de Clubes Formadores de Atletas. Mais uma instituição de nome esquisito - Confao - e complexo de vira-lata esportivo.



O Conselho nasceu da falta de política séria e objetiva para a vida do esporte no Brasil: o Ministério do Esporte não é do ramo; o COB tem galhos demais e o Comitê Paraolímpico Brasileiro está prestes a se desfolhar ao final de uma gestão de oito anos que já não pode se renovar.

O novo conselho, formado por grandes clubes como Sogipa, Pinheiros, Flamengo, Minas Tênis e coisas quetais, na verdade, quer porque quer botar a mão na lata recheada de grana dos 2% oriundos das Loterias governamentais que a Lei Agnelo/Piva reparte para o COB e o CPB - 85% do bolo para o Comitê Olímpico e 15% para o Paraolímpico. O Brasil, país em que a jogatina é proibida, tem 180 milhões de habitantes.
É daí que saem os seus escassos deuses olímpicos e paraolímpicos. Tudo porque, as instituições encarregadas de tratar do esporte, aplicam mais de 50% em suas estruturas "administrativas" para que possam se dignar a tratar do resto com a outra metade da dinheirama que jorra das burras públicas. (Fotos: Vilmar Tavares).

AQUÉM DO ARCO-ÍRIS

NASCE UMA ESTRELA
Toda vez
que se cala sobre sua candidatura à Presidência da República, em 2010, Dilma está fazendo um discurso.
Para o governo Lula, à medida em que o tempo passa, a ministra vai se transformando em uma superstar.
Mais uma ou duas cirurgias plásticas e a ministra chega a Judy Garland e vira mais uma notável estrela na bem-acabada
constelação política desse país de grandes artistas.
Para Judy Garland o sonho e o pote de ouro estava Over The Rainbow.
Para Dilma Rousseff, pode estar bem aquém do Arco-Íris. No grande palco do jogo de xadrez da história das artes e da política, trata-se de duas brilhantes e grandes damas. (Fotos: Dilma/ABr - Judy/Div.MGM).

Pelos Jornais...

AS RELAÇÕES
Deu nos jornais: “Raul Castro visita Angola para fortalecer relações bilaterais”. E se o lugar fosse Argola?!?

CRISE & RIMA NACIONAL
Esta também deu nos jornais: “Mexilhão deve integrar cardápio da merenda escolar de Caraguatatuba, São Paulo”. Ostras e caviar, só na merenda das capitais de estado. Feijão e arroz, fica pra depois.

SÓ NO PAPO
Senadores Demóstenes Torres e Eduardo Suplicy batem boca no plenário sobre refúgio a Cesare Battisti. Para frustração de quem via a TV Senado, não chegaram às vias de fato. Bater boca por lá, não dói nada.

A MÃE
Jornal O Globo, de ontem: “Governo maquia PAC com inclusão de obras antigas”. Grande coisa, se a Mãe do PAC fez plástica, por que o filho não pode se maquiar?

100%
Jornal O Estado de São Paulo: “SP concentra 44% dos demitidos pela crise”. Os outros 56% andam por aí. Mas que crise?!?

A DIPLOMACIA É UMA BOLA
Uma comitiva italiana que estava sendo esperada quarta-feira passada em Santa Catarina para fazer negócios e comprar carne suína e de novilhos novos, cancelou a visita por causa do imbróglio causado pela decisão de Genro, o Tarso de Lula na Justiça, de dar refúgio ao ex-brigadiano vermelho, Cesare Battisti. A comitiva oficial viria sob a chefia da vice-ministra da Saúde na Itália, Francesca Martini. A Embaixada italiana, no entanto, garante que não vai haver retaliações por causa de Battisti. Disse que até vai convidar o Brasil para o encontro dos ricos na Itália e que a Seleção Azzurra não vai dar pontapé no time de Dunga, nem que ele escale o Júnior Battisti de centro-médio. Lula e seu Genro dão de ombros e dizem que “agora é tudo com o Judiciário brasileiro”. Nas relações exteriores - bem entendido. No futebol é tudo com Dunga. E um pouquinho mais com Ricardo Teixeira.

VASSOURA NOVA
O Senado, de vassoura nova, vai varrer R$ 51,1 milhões no orçamento da Casa, o que significa a redução de 10% nos gastos. Zé Sarney assinou atos determinando os cortes quarta à noite - depois de anunciar no discurso de posse que diminuiria as despesas da Casa. A vassourada vai ser passada na gráfica do Senado, que está proibida de imprimir materiais que não sejam "próprios da atividade parlamentar". Outra boa varrida impede o pagamento de cursos ou diárias para servidores fora de Brasília. Mais uma: determinação de Sarney prevê que os órgãos administrativos do Senado ajustem suas contas para cortar despesas sem prejuízos aos serviços oferecidos pela Casa.

COMPRA, COMPRA!
Agora que você já leu o texto aí de cima, leia nas entrelinhas: 10% são iguais a R$ 51,1 milhões. Isso quer dizer que para o Senado funcionar 100%, com suas figuras e figurões, conta com a bagatela de R$ 510 milhões. Então, é só dividir esse meio bilhão de reais por 81 senadores e saber quanto nos sai o serviço de cada um deles por ano. Simples assim: R$ 63 milhões. Então, para não tocar mais no assunto, divida 63 milhões por 12 meses. Pronto! Cada senador sai para nós mais de R$ 5 milhões mensais. Para comprar um cara desses, só morando num Palácio de verdade. Ah, sim... Não esqueça que, desde as vésperas do último Natal, Lula está nos mandando comprar. Pode ser um negócio “extraordinário”, como foi o Natal brasileiro.

L'OSSERVATORE PIANÍSSIMO

O ANCESTRAL EGÍPCIO
Carlos Eduardo Behrensdorf - La nostra Fontana Azzurra (*)
Roma, fevereiro de 2009.
A primeira vez que vi esta pequena escultura foi em preto e branco, numa das primeiras edições de uma enciclopédia chamada Lelo Universal, que circulou no início da década de 50.Desde então desenvolvi a minha neura para chegar até ele. Fui ao Egito em 62 e 63 e não o encontrei,

Há doze anos cheguei ao Louvre e o encontrei e, em breve, farei outra visita agora com mais calma.

O meu antepassado profissional é um exemplo perfeito dos escribas de ontem e de hoje: bem próximos dos poderosos e, como sempre, pelados...

Olha Ele aí!

Não sei se a referência sobre este velho companheiro de redação é da IV ou V dinastia, mas ta lá... No Louvre! Tão ou mais protegido do que a Gioconda, também conhecida na esbórnia italiana da época como Mona Lisa.

Enfim, o Monumento do Escriba Desconhecido!



(*) - A figura ilustrativa não é um flagra no Behrensdorf; é de O Escriba. Já o texto é de Behrensdorf e não do egípcio.

DILMA, MAIS QUALIFICADA QUE LULA

Foto: arq/Ag.Brasil - do tempo em que foi nomeada Mãe do PAC
Ontem, dia 5 desse glorioso fevereiro, pressionada pela imprensa sobre a sua candidatura à presidência da República, Dilma Rousseff foi curta e direta: "Não respondo sobre 2010 nem amarrada”. Já que ela garante que vai ficar calada, então amarra!


MAIS QUE ELE
Lula, incensando Dilma e abrindo a guarda: “Ela é a pessoa hoje mais qualificada para governar o Brasil”. Tomando ao rodapé da letra, hoje mais que o Lula
.

PISOU
Obama confessou e pediu desculpas por ter “pisado na bola” ao nomear um ministro que sonegou impostos. Bola de quê, my brother?!?

SARNEY 1X0
Temer começou bem: extinguiu aquela desfaçatez da “ajuda de custo” de R$ 16.500 para deputados. Ponto para Sarney que continua simpático.

BRUXAS E VAMPIROS
Diante da decisão tomada por Michel Temer, relembrando o apelido que ACM lhe deu -“Mordomo de Filme de Vampiro” - um deputado vampiresco foi logo alertando: -
Já começou a caça às bruxas.

NOTÍCIA NOVA
Os aguapés estão se mexendo na área de comunicação social do Senado. Os aliados de Sarney acham que a turma não fez jornalismo isento no período pré-eleitoral e se bandeou para os lados de Tião Viana. Continua o ranço de que todo jornalista é PT. E os olores da romântica isenção, também.

FARRISTAS
A noite de Brasília já se prepara para o bando de suplentes de vereadores que estão para chegar na semana que vem. Mais de 300 deles já estão na capital, conhecendo a música e os folguedos noturnos da Grande Ilha, enquanto fazem seu lobby descabido pela recriação de estúpidas e também imorais 7.400 vagas.

COM JEITINHO VAI

O pessoal do Ministério da Saúde não gosta que ninguém viva perigosamente e nem se machuque: está distribuindo gel para a comunidade gay. No amor e graça. É simples assim, com esse jeitinho, que vai o nosso dinheiro.

POTOXÓ
Em dois jogos o Palmeiras meteu 7x1 no timeco boliviano. O ego de Vanderlei Luxemburgo, em busca do primeiro título internacional de sua carreira, foi às nuvens, bem mais alto que os 4 mil metros dos gramados da Bolívia. Nesse baile, o Potosí foi a Egüinha Potoxó do Palmeiras - cavalo paraguaio.

SEM PALAVRAS
Pensando bem ela não responde sobre a sua candidatura em 2010 nem tampouco sobre as obras do PAC que há dois anos estão nas mesmas.

4 de fev. de 2009

SEVERIDADE BRITÂNICA PARA O "FOG" DE ROBINHO


Esta capa de TIMESONLINE já não tem o menor sentido. Está vencida. É um típico "jornal de ontem". Os dirigentes do Manchester City já colocaram uma pedra em cima de tudo. Esqueceram, mas não perdoaram.

Decidiram que, como punição, o atacante que anda de fog pelas noites londrinas, terá duas opções nas próximas férias:

1) Passar um mês em São Paulo, treinando no Corinthians, ao lado de Ronaldo - o Elefante Rosa;

2) Ficar em Londres e, todas as tardes, às cinco horas em ponto, tomar chá com a raínha da Inglaterra.

Robinho preferiu o silêncio.

Quanto à soberana, calou fundo.

ENTRE UM E OUTRO, O CO/MANDANTE

Então aí está, na foto de Salu Parente da Ag. Câmara, o dandy Michel Temer, dirigndo uma reunião como presidente da Casa.


E, aqui, no flagra de Geraldo Magela da Ag. Senado, o escritor Zé Sarney contempla do alto de sua imortalidade o plenário do Senado, já investido do fardão de ser o seu mais alto mandatário.
Como se vê, tanto lá como cá, está cada um na sua. E, de direito, o PMDB no co/mando da marcha para 2010. Resta saber agora quem, de fato, manda no PMDB. Dentre os dois, a voz mais forte e tonitruante, certamente, é a de Lula.

POPULARIDADE VIRTUAL

O senador ACM, cacique baiano, sempre que queria cutucar seus incontáveis desafetos eventuais arranjava um apelido que se enquadrasse no perfil de sua alça de mira.

De Michel Temer dizia que ele tinha "jeito de mordomo de filme de terror".

Então, agora que assumiu seu terceiro mandato como presidente da Câmara, os vampiros do Congresso que se cuidem. (Foto: site da Câmara).


QUANDO?
Quando é que a pesquisa CNT/Sensus vai entrevistar alguém que não tenha bolsa-família?!?

VIRTUAL
A popularidade do Lula é das mais modernas: popularidade virtual, os votos vêm de gente com quem ele nunca falou e de lugares aonde nunca foi.

INVEJOSO
Foi no Fórum Social Mundial, no Pará, que a turma descobriu: Hugo Chávez quer mandato vitalício na Venezuela, só para bater o recorde de permanência de Zé Sarney no Senado brasileiro. Pura inveja.

JOGARAM TEMPO FÓRUM
Pensando bem, esse Fórum não deu uma dentro.

ATIRADOR
Com aquele monte de presidente latino-americano falando e cantando no plenário do Fórum Mundial, no Pará, só faltou um jornalista para atirar sapatos. Nem precisava ter muita mira. Bastava atirar no bolo.

O RESTO
Deputado gaúcho Henrique Fontana, mais governista fanático do que petista saudável, agora quer que deputado não julgue deputado: “Há coisas mais importantes para fazer”. Ah, bom... Moral, dignidade, retidão, decoro, honestidade, probidade, são coisas para o Judiciário. Do resto, pode deixar que os deputados cuidam.

O ATACANTE
Robinho não anda lá essas coisas no campeonato inglês, mas é um dos mais rápidos atacantes da noite londrina. Lá, a neblina para ele não é “fog” é fogo. Robinho estava de fogo quando dizem que partiu com tudo pra cima da garota que jogou na retranca e logo se mandou para o contra-ataque. A Justiça da Inglaterra vai ser dura com ele: Robinho será condenado a assinar um contrato de um ano com o Corinthians e treinar ao lado de Ronaldo Fenômeno.

QUEBRA-QUEBRA
Lula, vituperando mais uma contradição contra os “agourentos” de sempre: “Aqueles que apostam que o Brasil vai quebrar, vão quebrar a cara antes de o Brasil quebrar”. Daí se conclui então que tudo é só uma questão de precedência: primeiro, uns “quebram a cara”; depois, o Brasil quebra. Faz sentido.

BIMORTAL
Sarney está há tanto tempo no Senado que poderia, muito bem, usar o fardão da Academia Brasileira de Letras para dirigir a Casa. Já é imortal por lá também.

O DEDO
Por trás da vitória de Sarney teve o dedo de Renan Calheiros. Ele continua comandando a massa e balançando a pança no Senado. Agora é líder do PMDB na Casa.

DESMANCHA RODA
Sem o manto protetor e aconchegante da presidência da Câmara, Arlindo – o Chinaglia parece até que tem lepra: em qualquer rodinha que tente entrar, fica sozinho. Não apita mais nada.

VAI
Outro dia, três deputados conversavam na boca do túnel do tempo, quando Arlindo - o Chinaglia incorporou-se ao grupo. Cinco minutos, nem isso, depois um deles virou-se para o entrudo e quis saber:
- Ei, você vai para o plenário, Chinaglia?
- Posso ir...
- Então vá logo que nós vamos ficar por aqui.

GUARDANAPO
O deputado Inocêncio tem mais tempo como diretor da mesa diretora da Câmara do que o Mansur Macluf teve como vereador em Pelotas. Seu nome é Inocêncio, mas podem chamá-lo de “Guardanapo”: está sempre na mesa.

3 de fev. de 2009

L'OSSERVATORE PIANÍSSIMO

Carlos Eduardo Behrensdorf - Roma
Botando os pontos nos iii

Mostrando a decisão tomada de sempre que possível matar a cobra e mostrar o pau, este correspondente movido a receitas especialíssimas vindas do Sanatório mais aberto do Cone Sul, após noites insones de trabalho insone produz uma tração não muito insossa de uma entrevista pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, chanceler italiano Franco Fratinni, ao jornal “Il Giornale”.

Pois bem, na minha leitura sonolenta me parece que a situação é a seguinte:

1. Frattini entende que justamente agora, quando a União Européia delibera sobre os termos de um status de refugiado válido para todos os 27 países-membros, não é uma boa hora para negar a definição sobre as medidas a serem tomadas pelos países europeus em relação a outros países.


2. Pergunta venenosa de Frattini: “Desta vez ocorre conosco, mas, se amanhã Brasil ou Indonésia se recusassem a extraditar para a Alemanha um terrorista da Baader Meinhof, como deveríamos nos comportar?”

3. A própria UE trabalha para estabelecer para todos qual deveria ser o status do refugiado e, portanto, está decidindo os critérios para aceitar os pedidos de asilo. O incansável Frattini acrescenta mais o seguinte: “Eu sei que nestes dias está sendo elaborada uma lista de países, como Austrália e Canadá, em que os cidadãos, obviamente, não podem apresentar pedidos. Mas, quem é que pensa nos europeus? Devem ser os outros países a nos dar atestados de democracia?”

Na parte final de sua longa entrevista Franco Frattini dá o seu recado, que é também o do governo italiano. Para os internos aqui vai uma síntese para que possam analisar com calma, preferencialmente quando forem liberados dos quartos sanatoriais para o tradicional banho de sol.

O governo italiano esquece os 30 milhões de oriundi que vivem no Brasil, mas também não pretende fingir que não houve nada em face do que consideram um grave erro cometido por uma parte do governo brasileiro.


Por um lado, o governo italiano quer manter-se “responsavelmente amigo”, até porque neste ano de 2009 (olha o recado aí, gente!!!!!) temos a responsabilidade de liderar o G8, ao qual convidaremos países como a Índia, México, Brasil e China.

Por outro lado, o governo (deles...) pretende obter a extradição de “um criminoso e assassino”. E no final, outro recado, desta feita, às claras e com todas as letras: “Estamos preparados, entre outras coisas, a responder duramente a quem quer que seja que, do Brasil, pretenda dar-nos lições sobre como superar os anos de chumbo.”

Para encerrar, veja só a manchetezinha amiga do jornal Corrière della Sera o mais lido na Itália, no caderno sobre Milão que circulou no dia 1º deste mês:

IMIGRATI
Denunciando la sieropositività evitano espulsione.
"E la notte lavoriamo in strada".


AIDS
VIADOS DAL BRASILE A MILANO PER FARSI CURARE

Preciso traduzir?


(Carlos Eduardo Behrensdorf, nostra Fontana Azzurra - Roma)

TRÊS EM UM

O MAL DE SEMPRE
O PMDB que elegeu Sarney não é o mesmo PMDB que elegeu Temer. Sarney e seu séqüito são afinados com o Palácio e até mesmo inclinados a nutrir certa simpatia por Dilma Roussef. A tropa da elite de Temer já é mais rebelde e pode até pensar em candidatura própria para 2010. Mas o PMDB ainda tem um terceiro escalão que precisa de muito afago até que seja convencido a não apoiar Zé Serra. Assim é que o PMDB chega com cara de forte, mas tem rachaduras sérias na sua estrutura orgânica. Se não for engessado a tempo, corre o perigo de sofrer o mal de sempre: a crise de identidade. Sem a necessária profilaxia, o PMDB será de novo um acomodado e deprimente coadjuvante, ao invés de como protagonista desempenhar o papel principal na história do Brasil.

ACESSO DE VAIDADE
Um dos mais considerados sites brasileiros de notícias é o “Congresso em Foco”. Em um só dia, respondendo a uma pesquisa sobre quem seria o “Senador do Ano”, 79 mil visitantes votaram no tucano paranaense Álvaro Dias. Ninguém desconfia que tenha rolado água por baixo da ponte, nem mexe-mexe por baixo dos panos para que tocassem fogo na fogueira do popularíssimo senador Dias. Ele próprio nega que tenha contratado pessoas físicas ou jurídicas para atingir tão público e notório acesso de votos. Ninguém, nem mesmo o site promotor da enquete, acredita na hemorrágica preferência.

PAZ E AMOR, BICHO
Diga logo aí: aquele Fórum Social Mundial, no Pará, foi fórum mesmo ou um arremedo piorado de Woodstock?!? Aquele coletinho do ministro Carlos Minc tinha a cara daquele que Jimmy Hendrix usou, em 1969, na velha farra hippie.

PROMESSA É PROMESSA
É bem provável que o deputado gaúcho Mendes Ribeiro não leve a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que lhe foi prometida nas vésperas da eleição, por Michel Temer. Tadeu Filipelli, do Distrito Federal, quer a luz dos holofotes daquela boca-rica. Conta para isso, com a velha amizade do carioca Eduardo Cunha, um dos principais articuladores da vitória de Temer.

CARAS DE PAU
Zé Sarney, mal se acomodou na cadeira e já está todo bicado. Há um bando de tucanos voando ao seu redor, como se tivessem votado nele. Sarney já pensa revidar com uma meia dúzia de pica-paus.

CASA CHEIA
Em razão da superlotação do plenário, dois deputados passaram mal durante o processo eleitoral nas duas Casas. Há quem julgue que o Congresso está precisando ter todo santo dia sessões tão concorridas quanto essas.

2 de fev. de 2009

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Foto: Elton Bomfim/Sefot-Secom/Câmara
Assim como Sarney é tricampeão no certame oficial pela presidência do Senado, Michel Temer chega ao seu terceiro mandato presidencial na Câmara Federal. Recebeu 304 dos 509 votos que há na Casa Baixa do Polvo. O cadeira para ele não é novidade nenhuma. O que há de novo é coisa velha: o PT sozinho não ganha nada. Elucubrações, no entanto, levam os grandes pensadores políticos a trombetear que agora o PMDB cansou de ser coadjuvante e vai querer desempenhar o papel de protagonista nas eleições de 2010. O governo Lula vai ter que se virar mais que bolacha em boca de banguela para saciar a fome de bocas-ricas do partido que manda no Congresso Nacional. O PMDB é de tal forma mais faminto do que o PT por cargos que vem abrindo mão do poder desde os tempos em que atucanava a Arena. Preferia andar pelos corredores do que pela rampa do Palácio do Planalto.
Foto: José Cruz / Ag.Senado
José Sarney - o ungido pelo Palácio - chega folgado à presidência do Senado com 49 votos, contra 32 do petista purgatorizado Tião Viana que, antes da votação plenária, contabilizava 43 votos para si próprio. Já sabe agora que foi traído por pelo menos 11 falsos aliados. Sarney só aceitou concorrer porque há mais de duas semanas saiu do gabinete de Lula certo da vitória. Na sua versão de reforma política, ele defende o Parlamentarismo. E vai mais além: quer defenestrar o sistema de reeleição para presidente da República, mas propõe a ampliação do mandato presidencial. Bem como vem acontecendo invariavelmente no Brasil: ele repicou e FHC fez a mesma bobagem. Resumo da ópera: Lula agora nem precisa mais se esforçar para que Dilma aprenda a ser simpática até 2010. Pelo visto, aquela cirurgia plástica foi dinheiro posto fora.
ENTRELINHAS - A eleição de Sarney pode transformar daqui a pouco o deputado Michel Temer num verdadeiro Greenhargh! Ele é do PMDB, assim como o novo presidente do Senado. A Câmara - commme d'habitude - dança conforme a música tocada de ouvido em ouvido por seu amo e senhor que não quer, de jeito nenhum, ver o PMDB comandando a massa a balançando a pança no Congresso. Assim é que, se a votação for para o segundo turno, Temer vai bailar na curva. Duas regências a um só tempo é um exagero de harmonia. O Palácio perderia o ritmo, o compasso e a voz no Congresso. Seria muita desafinação de uma vez só.
O DISCURSO DA VITÓRIA
"Assumo a presidência do Senado pela terceira vez, com o senso da maior responsabilidade e o desafio que constitui essa eleição para a minha vida. Certamente, nenhum dos presentes duvidam do meu bem estar social, pessoal, estaria fora das atribuições que vou enfrentar. Mas a paixão da vida pública é maior que a paixão da própria vida.
E é justamente no exercício desta paixão que aqui estou. Só dividi com a literatura, escrevendo mais de sessenta títulos. Foi com a única coisa que eu dividi minha vida, toda ela mais foi dedicada ao serviço público, e a maior parte ao Congresso Nacional. Este coração da democracia, instituição extraordinária, o poder de questionar os governos, costumes, e o próprio Congresso.
Cabe agradecer ao senador Garibaldi Alves, pelos serviços prestados ao Senado. Tenho deveres de amizade, políticos, mas não será com o Senado que resgatará qualquer dever. Acima de tudo isso, está a independência, autonomia e grandes interesses da nossa Casa. Portanto, o Senado tenha certeza que reafirmaremos nossa independência e exigiremos cada vez mais respeito à nossa instituição. E respeitarei nossos colegas. Não fazemos nada solitariamente.
Quero agradecer a todos os senadores e senadoras que votaram em meu nome. Mas quero dizer que o presidente do Senado é o presidente da Casa, de todos os senadores. E quero homenagear a todos que votaram em Tião Viana. Seria, sem dúvida, uma falha de minha parte se não terminasse essa fala agradecendo a Deus por esse destino que me reservou".

CONSANGÜÍNEOS ALOPRADOS

O meio-irmão do presidente dos Estados Unidos é o Vavá de Obama no Quênia.

O MANTO SAGRADO QUE ENCOBRE O TRI

O petista Tião Viana foi parar no purgatório porque, em caso de sair mesmo a reforma política, ele seria contra a prorrogação de mandatos que vem sendo proposta em nome do fim da reeleição.

TOMBA LOGO!

Foto: Ag.Câmara

E então, no bojo das discussões a respeito de mais um projeto megalô-mano para a Capital da Repú-blica - a Praça da Soberania - Oscar Niemeyer - sentindo-se dono da cidade, não mede as palavras: "Tombamento de Brasília é uma besteira"!

O projeto da praça da Soberania propõe a construção, no canteiro central do Eixo Monumental de Brasília, de um complexo com estacionamento, um memorial aos presidentes e um monumento cuja altura é de cerca de 100 metros.

O delírio é apresentado como uma homenagem ao cinquentenário de Brasília. A besteira faraônica acabou em polêmica. O superintendente do Iphan no Distrito Federal, Alfredo Gaspal, acha o projeto ilegal porque "fere as regras de tombamento da cidade".

Só para recordar: Brasília foi tombada pelo governo distrital em 1987 e pelo governo federal em 1994. Os decretos de tombamento proibem construções no canteiro central do Eixo Monumental.

Agora, Niemeyer que, na brecha da lei, já arrepia as regras de licitação - com a arte e o engenho de uma tão eterna "notável especialização" quanto ele próprio é "notável e eterno" - está arquitetando a derrubada da legislação do tombamento. O que precisa tombar é a esperteza milionária que desde a fundação da cidade passa por cima e derruba a concorrência pública.

Já está na hora dos Estúdios Niemeyer* explicarem porque o gênio de Oscar não previu que Brasília seria uma referência irreversível para a migração permanente dos brasileiros de todos os cantos do país e não apenas uma cidade-albergue para os candangos que a construíram.

RODAPÉ - Um dia Walt Disney morreu, mas o Pato Donald continua sendo desenhado por ele até hoje. Niemeyer continua desenhando Brasília até agora. E, pelo visto, assim o fará com os seus estúdios, pelos séculos dos séculos...

COM AS MÃOS NA CADEIRA

Fotos: Celso Azevedo/Ag.Senado
Tião Viana e José Sarney estão na marca do pênalti. Depois das dez, um deles não vai nem aparecer na foto.
BOLAÇO - O texto-legenda pode até dar a idéia de que os dois entendem de futebol. Na verdade, não jogam nada. Mas fica a devida enecessária resalva: a política brasileira é um bolaço.
VESTIÁRIO - Tanto Tião como Sarney sabem tudo de vestiário: preleção, tática, ataque, defesa, fardamento... Basta ver seus colarinhos impecáveis.

L'OSSERVATORE PIANÍSSIMO

Carlos Eduardo Behrensdorf - Roma, fevereiro de 2009

COMEÇOU FEVEREIRO

A partir desta segunda-feira, dia dois de fevereiro que Dorival Caimmy cantava como “... dia de festa no mar!”, o Poder Judiciário brasileiro, por meio do Supremo Tribunal Federal (STF) sua mais alta instância, poderá bater o martelinho sobre o arranca-rabo em vários níveis (alto, baixo e baixíssimo) que envolve a extradição – ou não – de Cesare Battisti.


Sábado jantei com um amigo romano no Ciccia Bomba Pizza & Co. na Via del Governo Vecchio 76, próximo a embaixada do Brasil. Entre muitas coisas que ele me disse sintetizo algumas para não torrar ainda mais a paciência dos eventuais pacientes deste promíscuo e aberto
sanatório siqueriano.

Vamos lá:
1. A Itália pede a extradição de Battisti porque ele foi processado, julgado e condenado por sua participação no assassinato de quatro pessoas, o que é proibido tanto pelas leis italianas como pelas leis brasileiras.
2. Dizem e escrevem por aqui que o Poder Judiciário da Itália não optou por uma "condenação política", nem cerceou os direitos de defesa do réu. As alegações são dos seus (dele...) advogados que não provam nenhuma delas. Foi o que eu ouvi à mesa. No Brasil, vejo que o ministro da Justiça Tarso Genro passeia sua certeza e competência pelos meios de comunicação com sua simpatia quase amor, discorrendo sobre as sinuosas trilhas constitucionais que só os mestres conhecem.


Pelo menos em Roma, leio e escuto desaforos escritos e falados sobre o nosso Brasil brasileiro – coisa normal tendo em vista a passionalidade latina. Mesmo assim, os italianos não escondem a expectativa sobre o que decidirão os magistrados do STF.

Tento explicar a eles a existência de uma lei, a 9.474/97 já conhecida como Lei do Refúgio que se estiver em vigência acaba com o jogo. Esta lei impede o Judiciário de revogar os atos do ministro da Justiça.

Só pra concluir fico falando sozinho e digo a mim mesmo que todas as vezes que vejo a maneira pomposa séria ou sorridente como falam alguns ministros e/ou magistrados daqui e dali, me lembro do livro de Tom Wolf “A fogueira das vaidades”. E mais me convenço de que não há vaidade inteligente.

JOGANDO CONVERSA FORA

A chamada de um embaixador de volta a seu país para consultas equivale a um tremor na escala das crises diplomáticas. O alerta diplomático é claro para as chancelarias envolvidas: o impasse atingiu uma etapa crítica e, sem os recuos esperados, comprometerá gradualmente as relações bilaterais.


Mesmo que os contatos diplomáticos prossigam, nada impede que, no final das contas, um dos lados declare uma medida extrema - o fechamento da embaixada e o rompimento das relações bilaterais.

A temperatura de uma controvérsia começa a aumentar quando a chancelaria do país afetado convoca o embaixador estrangeiro "para explicações" - na verdade, para expressar a sua insatisfação, apresentar argumentos e passar um educado pito. Foi o que aconteceu no último dia 14, quando o embaixador brasileiro em Roma, Adhemar Bahadian, ouviu Giampiero Massolo, secretário-geral da Farnesina (o equivalente ao Itamaraty na Itália), detalhar a "perplexidade" do governo italiano com a decisão do Ministério da Justiça brasileiro de conceder o refúgio a Cesare Battisti.

A crise diplomática torna-se evidente quando a chancelaria afetada chama de volta o seu embaixador "para consultas". Trata-se de uma medida que, a rigor, não cria obstáculos reais para os contatos diplomáticos. Nesse cenário, a embaixada continua funcionando, sob o comando do encarregado de negócios, o diplomata mais graduado.

Mas o sinal é de claríssimo agravamento do impasse. Essa foi a atitude do governo de Sílvio Berlusconi, ao chamar de volta a Roma o seu embaixador em Brasília.

Prosseguindo as divergências, chanceler pra cá, chancelar pra lá, troca de correspondência protocolar fartamente divulgada, telefonemas que ninguém divulga, pombos correios dos próprios governos e poderes conhecidos, principalmente nos meios parlamentares dando os mesmos recados, e por aí afora.

Se não houver acerto aí sim o pau quebra, com a rompimento de relações diplomáticas. Mas, há muitos dólares, ou euros, ou reais, ou tudo junto. Os mais descrentes lançam venenos fortíssimos dizendo que entre Itália e Brasil tudo poderá acabar em pizza e samba.

Não sei não, resta saber qual o efeito das chamadas toalhas quentes que aplicarão. Para isso, Berlusconi precisa rir menos e Luiz Inácio trabalhar um pouco mais e delegar com mais cuidado o quê para quem...



RODAPÉ - Ei, Carlos Eduardo, nostra Fontana Azzurra! Genro soltou Cesare Battisti ao saber que ele era chegado ao PAC italiano, organização italiana que o Tarso de Lulana Justiça pensou ser subsidiária do PAC brasileiro. Só agora ficou sabendo que PAC por aí significa Proletário Armado pelo Comunismo. Mesmo assim, não dá o braço a torcer. Nem para algemar Battisti e dar a Cesare o que é de Cesare.