O Sanatório da Notícia não lembra a capa, mas relembra a piada em que ele viajava de avião ao lado de uma jovem que ele descrevia como "muito bonita". Enxerido que era, já com o avião sobrevoando Congonhas, em "procedimento de pouso", Juca resolveu passar uma cantada na garota.
Cutucou-a sensual e suavemente com o cotovelo e, com o melhor sorriso que podia esconder sob o nariz, arvorou-se:
- Você é muito bonita.
- Obrigada - disse a jovem meio constrangida.
- Você mora em São Paulo?
- Não, estou de férias. É a primeira vez que venho aqui.
- Oh, então você não quer ficar no meu apartamento? - apressou-se na cantada.
- Mas o que é isso?.. Nem pensar!
- Ora o que é que tem? Aqui ninguém conhece você... E eu lhe dou R$ 200...
- O que?!? Nem morta, seu cretino. - Eu lhe pago R$ 500...
- Seu canalha, R$ 500?!? Se fosse duas ou três vezes mais que isso, eu até iria pensar. Mas, R$ 500... O que é que você pensa que eu sou?!?
- Ora, moça, o que você é, eu acabei de saber. Agora é só uma questão de preço.
Pois a piada imita a vida na política brasileira. Veja esse trecho da matéria publicada neste domingo pelo jornal Estado de S. Paulo a respeito de pornografia explícita na campanha de Dilma Roucheffe rumo ao Palácio do Planalto. Ela é a consequência inevitável do velho hábito de produzir dossiês - uma prática que o PT não inventou, apenas aprimorou:
Cai assessor da campanha de Dilma
Leonencio Nossa e Fábio Granes - O Estado de S.Paulo
Foi Lanzetta que, em nome do PT, teve encontro com arapongas ligados aos serviços secretos oficiais com objetivo de produzir dossiês
O jornalista e consultor Luiz Lanzetta se desligou da campanha de Dilma Rousseff à Presidência. O Estado mostrou ontem que Lanzetta, dono da empresa Lanza Comunicação, teve encontro, em nome do PT, com arapongas ligados aos serviços secretos oficiais com a finalidade de produzir dossiês contra rivais nas eleições, em especial o tucano José Serra.
Em entrevista na sexta-feira ao Estado, Lanzetta confirmou o encontro com os espiões. Ontem, ele disse que não aceitou a proposta para produzir material contra os tucanos.
"Ele me fez uma proposta, eu não aceitei. Nunca mais vi o cara", afirmou o consultor, referindo-se ao sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. O Estado revelou que o espião tem passe valorizado em épocas eleitorais, integrou vários escândalos políticos e esteve na polêmica Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. "Não existe contrato de serviço", completou Lanzetta. "Não existem dossiês."
RODAPÉ - Pronto! "Não existem dossiês". E isso não é piada. É a vida apenas imitando a política. Só "não existem dossiês" por uma questão de preço. O Cara cobrou R$ 200 mil por mês, recebeu uma contraproposta de R$ 60... O que é que eles tão pensando que os arapongas são?!?