DEU QUE DEU E DÁ

Deu no site "Co-turno Noturno" - que dá nos dedos do governo Lula - que deu no jornal Folha de São Paulo, hoje e que o Sanatório dá do jeito que viu:

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) reconheceu ontem que havia erros no seu currículo na Plataforma Lattes e em sua biografia na página do ministério. Ela admitiu que não concluiu os cursos de mestrado e doutorado na Unicamp, mas afirmou não saber quem inseriu as informações erradas -apesar de o documento ter certificado digital do autor. (Clique sobre a foto e veja o diploma melhor e maior).

A Plataforma Lattes é uma base de dados acadêmicos, mantida pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).Dilma disse que cumpriu todos os créditos do mestrado e do doutorado, mas não finalizou a dissertação e a tese porque estava em cargos públicos. A ministra afirmou que o currículo foi preenchido em 2000, quando ainda era doutoranda "e não tinha sido jubilada"."Lá [no currículo acadêmico] tem um equívoco, sim: a parte relativa ao mestrado está errada. A relativa ao doutorado não estava errada no que se refere a ser doutoranda. Mas está errada no que se refere ao curso que eles me botaram [ciências sociais].

Retificamos as duas coisas. Não sei que vantagem teria de falar que tinha feito ciências sociais e não economia, minha profissão pública. Estou olhando como isso ocorreu."A revelação de que havia erros no currículo foi feita pela revista "Piauí" deste mês.A assessoria de imprensa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) informou que vai checar hoje com a Diretoria Acadêmica se Dilma foi aluna de mestrado da instituição. Em princípio, a assessoria havia afirmado que a ministra não tinha cursado o mestrado.

A Casa Civil enviou à Folha declaração da Unicamp de que ela estava "regularmente matriculada no programa de pós-graduação [nível mestrado] em ciências econômicas", entre março de 1978 e julho de 1983."Eu me mudei para lá [Campinas], morei, tenho colegas. Minha filha tinha dois anos, fiz um baita esforço, fiquei lá dois anos e meio", disse a ministra.Sobre o doutorado, a assessoria da Unicamp disse que Dilma entrou no curso em 1998 e poderia concluí-lo até 2004, mas teve a matrícula cancelada em 2000, por falta de inscrição.

"Por que não concluí a tese [de mestrado]? Pelo mesmo motivo que não concluí o doutorado. Eu fui ser secretária da Fazenda. Não estava gazeteando nada, estava trabalhando." Segundo o próprio site da Casa Civil, porém, ela só veio a ser secretária da Fazenda de Porto Alegre em 86, três anos depois.
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Normalmente, um mestrado exige que se cumpram 6 a 8 disciplinas, cada uma com 2 créditos, totalizando, assim, de 12 a 16 créditos cursados. O aluno escolhe, junto com o seu orientador(sem um orientador, professor do programa, aceitar o seu tema-pesquisa, o aluno não é admitido) quais as que vai cursar, de acordo com o tema da sua dissertação.

As disciplinas são trimestrais e, normalmente, com dedicação integral, os créditos são cumpridos em um ano. Um aluno de mestrado, em uma universidade como a Unicamp, recebe bolsa de estudos e não pode trabalhar durante o período, pois o objetivo é que conclua tudo - disciplinas e dissertação - em dois anos.

Se a ministra candidata ficou morando cinco anos em Campinas e não fez o mestrado, não é porque tinha uma filhinha. É porque estudou pouco. Até porque, ao que se sabe, a filhinha não possui nenhum problema de saúde. Melhor faria a ministra se explicasse tudo direitinho, pois a coisa fica cada vez mais parecendo uma espécie de estelionato acadêmico. As datas não batem, os argumentos muito menos. A ministra deveria mandar para a imprensa uma cópia do seu registro acadêmico. Ou autorizar que a Unicamp forneça o documento.

Afinal de contas, a ministra candidata estava vendendo um currículo errado desde 2002. E agora diz que foi um "equívoco". Mudou de nome?