Grande coisa pra você que a súcia, que esse bando de malfei-tores, essa pandilha de sevandijas tenha tomado de assalto os Poderes constituídos e as instituições públicas que regem os destinos do Brasil. Grande coisa pra você que o bolsa-família entorte a espinha dorsal dos pobres - 80% dos brasileiros - e assim provoque o mais perigoso e incurável aleijume na consciência do povo, essência da democracia.
E você aí, nesse marasmo. Nesse estado letárgico, nessa fraqueza de propósitos, nesse desânimo, nessa inatividade política e social. E você aí, sem vergonha na cara e sem nenhuma vergonha pelos abusos do "Cara".
Grande coisa para a biografia desse chefe das "pessoas que não são comuns" que se saiba o qanto ele é amigo e defensor de fracos e oprimidos como Collor, Sarney, Renan, Zé Dirceu, Delúbio, Silvinho, Vavá, Freud, Lulinha, Lorenzetti, doutora Dilma, Severino Cheque-Cheque, Chávez, Evo, Correia, Muar Khadaffi, Fidel, Manuel Zelaya.
Você está se lixando que seu presidente se desnude dizendo que "uma coisa é você matar, outra coisa é você pedir um emprego, outra coisa é a relação de influências, outra coisa é o lobby". Para ele e pra você, não matando, pode tudo isso. Grande coisa pra você que essa gentalha engravatada já tenha construído no seu país a verdadeira e sinistra sociedade do crime organizado.
Você não está nem aí para o fato de que na sua mais nova pérola jogada aos porcos seu rei desnudo não tenha sequer pensado em dizer que não se deve matar. Então, até matando, também pode?!? Há alguns prefeitos desafortunados que já não estão mais aí para contar a história, como Toninho do PT e Celso Daniel, apenas para abrir o cortejo fúnebre.
Grande coisa pra você que essa récua, essa caterva já tenha privatizado, já tenha transformado em sua propriedade o Congresso Nacional, a Câmara, o Senado, os tribunais, o Palácio do Planalto, as polícias de todos os coturnos, as instituições de defesa do povo, sindicatos, uniões nacionais, as forças des/armadas, os serviços essenciais, a cidadania, a Carta Magna, a coisa pública de fio a pavio. Essa malta tomou para si a própria democracia. Seus melhores golpes vêm na forma de voto e referendos inculcados a esse "povo marcado; essa gente feliz".
Essa invasão de canalhas - que fez do voto um instrumento ditatorial e da corrupção dos poderes um direito consuetudinário - se revigora no conceito de que "todo mundo tem seu preço". A moeda corrente se chama bolsa-família para as pessoas comuns; atende por patrocínio no seio da imprensa domada que diz o que bem querem e mandam as "pessoas não comuns".
E você aí, nesse marasmo... De férias, como se não pudesse perder esse oportuno e debochado recesso pralamentar.