QUE NEM ELE
Aí, vinham de caminhão, os trabalhadores sem emprego, lá da Paraíba, à cata de trabalho em Santa Catarina. Os diligentes vigilantes rodoviários do Paraná acabaram com a chance de um daqueles homens – qualquer um deles – vir a ser, um dia, presidente da República. Vinham de lá para cá, do mesmo jeito que tantos e tantos deles viajaram em busca da sorte: de pau-de-arara. Nada mudou. Só o poder da polícia nas estradas.
A CARNE É FORTE
Em pleno carnaval oficial em torno da redução de 1 ponto na taxa Selic, a carne do churrasco das domingueiras subiu em quase 30%. As vendas, em compensação, caíram em mais de 15% de dezembro para cá. A crise já chegou na cozinha.
NATUREZA MATA
No Rio de Janeiro, as chuvas acabam com a cidade; no Rio Grande do Sul, a seca acaba com as lavouras.
ENTRA E SAI
Entram pra lá de cinco mil prefeitos, saem pra lá de cinco mil e tudo continua nas mesmas. O que está nos palanques não passa para o papel e, se passa, perde a tinta e tudo fica como estava só pra ver como é que fica. Até a ingênua credulidade dos pobres eleitores continua a mesma. Promessa de político ´pe que nem bala perdida no Rio: entra por um ouvido e sai pelo outro.
PRAZER UNIVERSAL
Com que prazer os jornais da TV Record, da Igreja Universal, estende o noticiário sobre os comprovados casos de pedofilia na Igreja Católica da Itália. Esse tipo de satisfação só não mais indigno e deplorável do que o próprio escândalo dos padres italianos. Agora se sabe que, lá na Itália, dos anos-50 aos anos-80, os anus voavam. Isso, no entanto, não significa que naquele tempo os comunistas não cominam criancinha.
DESENHO DISNEY
O escritório de engenharia e arquitetura de Oscar Niemeyer já é, hoje, a versão nacional dos Estúdios Walt Disney: os desenhos só têm o nome dele.
JEITINHO
De um milhão de brasileiros que vivem hoje nos Estados Unidos, mais de 80% não chegaram lá assim. Só com o tempo é que viraram cabeleireiros.
MATANDO A PAU
Barack Obama tem cara de brasileiro, mas jeito de americano para fazer política. Veja só como ele não perde a chance de mostrar que “herdou de Bush um enorme pepino”. E também não perde a pose. Vai matando cobra e mostrando o pau. De qualquer maneira, lá como aqui, a culpa é do antecessor.
ATÉ NUNCA...
Confesso uma certa simpatia por Barack Obama. Mas esse sentimento vai só até o dia em que ele começar os seus discursos com “nuncanahistóriadessepaís”...
