"DOAÇÃO OFICIAL É BALELA", OU
O PAVOR PELAS MEMÓRIAS DO CÁRCERE
A máscara está caindo da face oculta da política brasileira e mostrando o ninho de ratos que é um partido político nesse país.
O partido é a porta mais próxima e mais escancarada para a lavagem de dinheiro que a corrupção transforma em deputados, senadores e governantes em ativos e passivos - os conhecidos giletes, aqueles que cortam dos dois lados.
Em um vídeo gravado em fevereiro pela Procuradoria Geral da República, com autorização do Supremo Tribunal Federal, o premiadíssimo delator Paulo Roberto Costa atira um monte de porcaria na pá do ventilador. Ele simplesmente diz, com todas as letras e com a maior clareza que "doação oficial é balela".
E vai em frente: "Pô, doação oficial com dinheiro que sai da Petrobrás é balela". E dá uma aula chula sobre a canalhice que encobre essa pandilha de corruptos que tomaram de assalto não só a Petrobras, mas a democracia e o Brasil de cabo a rabo.
E lá na Polícia Federal, assim falou Zaratustra: "Esse negócio de contribuição fiscal não existe. Ninguém vai dar 2, 3, 4, 5 milhões porque gosta de fulano de tal, ou de um partido qualquer. Não são doações, são empréstimos. A empresa está emprestando pro cara e depois vaio cobrar dele". Ponto final. Epa, erro de imprensa: reticências...
Essa patifaria não acaba assim tão fácil. Se mais perguntarem a Paulo Roberta Costa, o "Paulinho" das antigas boas relações palacianas, mais ele despetalará rosas ao vento. Eis por que, a Lava-Jato não pode e não vai parar.
RODAPÉ - Não há, na política cometida hoje no Brasil, nenhuma palavra com mais credibilidade do que a palavra de um delator premiado. Sua verdade vem do pavor descomunal que ele tem pelas memórias do cárcere.