Vamos por partes, como O bom e velho Jack - o Estripador. A primeira tratava do aporte de R$ 10 milhões da Telemar à Gamecorp, A empresa de Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha. Por mero acaso, filho do Lula grande. O bojo da notícia-crime dizia o seguinte:
“A Gamecorp, comandada por Fábio Luiz da Silva, filho do presidente da República, associou-se com a Telemar, em operação milionária, sequer comunicada à Comissão de Valores Mobiliários.”
O segundo pedaço escabroso é o decreto presidencial, de agosto de 2004 que permitiu ao banco BMG entrar no rendoso ramo de crédito a aposentados e pensionistas, mesmo não sendo uma instituição autorizada a proceder pagamentos de benefícios da Previdência. Não correram sequer duas semanas do lançamento do decreto e o BMG assinou convênio com o INSS. Conseguiu assim ter acesso a um mercado milionário, no qual atuou sozinho com a Caixa Econômica Federal, por quase dois meses. Puxe pela cabeça, lembre-se do que dizia o texto da notícia-crime: “O decreto presidencial facultou ao banco BMG atuar no crédito a funcionários federais, ressarcido mediante consignação em folhas de pagamento de vencimentos, sem que a referida instituição integre a rede de pagamentos do sistema previdenciário.”Até aí, morreu o Neves.
Na terceira fatia desse imenso corpo de delito, a OAB propunha apurar as razões do silêncio de Lula em relação ao mensalão. Ele não tinha visto nada, ouvido nada, feito nada, nem sabia de nada sobre os detalhes da compra de votos, do caixa 2 e de supostos atos de improbidade. O documento da Ordem dos Advogados justificava a denúncia contra Lula da Silva com a explícita e desagradável surpresa: “A indesculpável e inexplicável omissão do presidente, nos episódios do mensalão, na formação de caixa 2 para o financiamento das campanhas do PT e na prevenção/repressão a atos de improbidade cometidos pelos mais chegados auxiliares do chefe do executivo.”
Naquele meio tempo a Gamecorp inaugurava uma nova grade de programação em horário nobre de televisão. Passou a atender pelo codinome de Game TV. A parceria mistura-se com o Canal 21, da TV Bandeirantes. O Canal 21 também muda de apelido e passa a ser chamado de PlayTV.
Pelo acordo, a empresa de Fábio Luiz Lula da Silva - o Lulinha que já havia deixado de lado suas funções como servidor do Zoológico de São Paulo, vai coordenar seis horas de programação. A idéia é pular para 12 horas em um ano e, em dois anos, virar redondo 24 horas por dia de programação. A Gamecorp passaria a exibir programas de games, videoclipes e atrações para o público infantil. O contrato foi feito por dez anos. Ninguém sabe de nada, ninguém ouviu nada, ninguém fala nada sobre o faturamento esperado da parceria com a TV Bandeirantes. Em 2005, o faturamento da Gamecorp foi calculado em R$ 7 milhões.
De lá pra cá, tudo está como sempre esteve só pra ver como é que fica. A Missa de 7° Dia já foi rezada. As almas boas foram todas encomendadas. As outras... Bem, as outras podem ir pro diabo que as carregue.