O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

30 de mar. de 2009

VAMOS PEGAR O PERU!

Neste fim de semana, não houve como escapar das classificatórias para a Copa do Mundo na TV. A Argentina meteu 4x0 na Venezuela, um dos melhores times de basebol das Américas. E não deu também para deixar de reparar: Carlito Tevez é o pavor dos zagueiros. E o terror das criancinhas. Pelo menos a sala ficou vazia e a gente pôde se concentrar na telinha.

Aí veio todo mundo fazendo 2x0 em todo mundo até que o Brasil de Dunga entrou em campo, num estádio equatoriano que tem um pavilhão exclusivo exclusivo que atende pelo nome de Concentración Deportiva de Pichincha.

E foi por ali mesmo que o time brasileiro começou a barganhar para Deus e todos os santos que aqueles atacantes do Equador não abrissem os olhos na hora de cabecear aqueles 20 cruzamentos feitos só no primeiro tempo.

Nuncanessepaís, uma Seleção brasileira apresentou tantos e tão modernosos cortes de cabelo. Afora isso, não mostrou mais nada. Nem a camisa do Dunga chamava a atenção do distinto público.

Aí, a gente começou a ver as peripécias dos laterais – Daniel Alves e Marcelo – que saudade do Cafu e do Roberto Carlos! Os dois, de bengala, jogam mais que esses pernas-de-pau.

E a bola corria. O Brasil fez de tudo para perder o jogo. Por sorte, o Equador fez muito mais. O empate foi injusto: o Brasil merecia ter vencido esse verdadeiro perde-ganha.

O jogo serviu para mostrar que Dunga é tão ruim quanto Luxemburgo, mas ainda assim a campanha de Dunga é melhor do que aquele desastre do Luxemburgo quando passou pela CBF como um dos seus melhores empresários e piores treinadores.

Há justificativas, no entanto, para a pífia atuação do Brasil: Quito é uma cidade muito alta; o gramado era ruim e quem provou sabe disso; a torcida era toda deles; o Ronaldinho Gaúcho está gordo; o cabelo do Luís Fabiano atrapalhou Robinho; Robinho está de mal com Pelé; a seleção do Equador é muito forte; Gilberto Silva, Elano e Felipe Melo formam um meio-de-campo genial; o Kaká teria sido o melhor em campo; Neimar aquele menino-prodígio do Santos ficou em casa; eles cantaram melhor o hino nacional do que nós; o Pato pagou o pato; os comentaristas de São Paulo não conseguiram escalar o nosso time; a concentração em Guayaquil não se compara com a Granja Comary; o Maradona é técnico da Argentina; Dunga e Jorginho não chegam aos pés de Parreira e Zagallo; o Dunga não bebe, não fuma, nem nunca jogou; o Felipão continua de folga na Inglaterra.


Mas, nem tudo está perdido. Estamos prontos para quarta-feira. Os gaúchos, enfim, vão ver de perto Dunga pegar o Peru. E daí pra frente tudo poderá ser diferente. A grande novidade é que, pela primeira vez, poderemos ir para a repescagem e até ficar fora da Copa. O resto é o resto, tá tudo dominado: Dunga deixa bem claro que quer deixar o Peru de fora; a gauchada vai ver de novo o goleiro Júlio César ser o melhor em campo; verá também que quando o Brasil endurece o Peru é moleza; Kaká promete que vai botar o Peru no devido lugar; Dunga já sabe que o melhor do Peru é quando ele se enfia pelo meio; vamos todos tirar a dúvida atroz – será que a gente agüenta o Peru?!?