Incomodado por que teria acomodado filhos e parentes em apartamento funcional, só porque há muitos anos exerce com proficiência, engenho & arte o cargo de diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi viu seu mundo cair, pegou as trouxas e se mandou com malas e bagagens. Foi para casa gozar as delícias de um merecido e justo descanso da exaustiva função. Para casa, não. Foi para a mansão de pelo menos R$ 3 milhões que fica num bairro nobre de Brasília, registrada em nome de um dos seus filhos, certamente um garoto-prodígio que deve ter o dom de tirar leite de vaca morta e água de pedra, para poder realizar a compra de um imóvel de tal porte. Quer dizer, seu mundo caiu; a mansão, continua firme e forte.
Zoghbi estava na boca do túnel do tempo para ocupar o cargo de diretor-geral do Senado, que era de Agaciel Maia, afastado há bem pouco por não ter declarado a posse de uma mansão, menor que o castelo de Edmar, porém maior que casa de Zoghbi. João Carlos perdeu a boca, mas não está desempregado, não virou descamisado nem pé-descalço: é funcionário efetivo do maior shopping de bugigangas políticas do país.
E é assim que vai a vidinha no Senado - uma enorme casa de tolerância nacional que, para seu presidente Zé Sarney, está servindo de "boi de piranha" para os que têm a triste e persecutória mania de denunciar as maracutaias dos nobres, impolutos, imunes e impunes parlamentares e servidores, habitantes da Casa do Polvo.
Esses debochados já estão merecendo, há muito tempo, uma boa ferroada de algum marimbondo de fogo. O Sanatório dá um doce para quem flagrar o ilustre servidor batendo o ponto na próxima segunda-feira. (Foto: Divulgação Ag/Senado)