É de enfiar a viola no saco das imundíces vendo como tucanos e demos não se aproveitaram desses dois anos de campanha antecipada cometida por Lula como cabo eleitoral de Dilma. A oposição está mais perdida do que o cachorro aquele que caiu do caminhão de mudança. Parece até briga de cegos. O pior de tudo é o eleitor ter que encarar aquela que, até agora, foi a única luz do poste nesse tempo todo: - Serra parece biruta de aeroporto.
Os que já cansaram do Brasil Da Silva e querem Lulalá, Lulacolá ou seja lá onde quer que seja, deixaram o cavalo passar encilhado. Estão caindo dele antes mesmo de montá-lo. Não montaram nem dossiês. Não se trata de dossiês contra uma postulante - esses, Erenice Guerra tira de letra. Fala-se de um banco de dados completo sobre a mais recente e novel história do Brasil Da Silva.
A campanha de Serra vai remando. Dá a impressão de que é formada por marinheiros que se lançaram ao mar assim que aprenderam a nadar por correspondência.
Estão cheios de dedos para enfrentar logo aqueles que não dão bola para o que tem, ou o que lhes falta nas mãos. Ninguém quer lavagem de roupa suja; mas lavagem de dinheiro pode ser uma boa praia. Ninguém quer bate-boca, nem barraco, mas sinceridade e franqueza não fazem mal a ninguém. Só a quem mente.
A verdade é a arma que acaba com a mentira, com a dissimulação, com o engano, a hipocrisia. E, no entanto, a oposição deixa a nítida impressão de que não sabe nada mesmo de dossiês legítimos e de bancos de dados reais como peças de munição imbatível para entrar numa guerra de verdade.
Um rol de verdades levadas à lavanderia, uma coleção dos engodos, das falácias, do país vendido como o paraíso das grandes ilusões, faria bem ao fígado de todos nós.
Olhar de inteligente, pose de intelectual e fala de experiente não bastam para fazer cócegas na postulante loiraburra que os marqueteiros estão criando nessa reta final que leva ao Palácio.
É preciso pegar a verdade na mão e esfregá-las nas grandes mentiras de uma democracia toda própria, já com oito anos de idade, que disfarça o descaso com a saúde pública, a burrice na educação, o desprezo pela segurança, o desleixo que se espalha pelas estradas, pelos portos, aeroportos, fora dos trilhos.
Uma democracia de descalabro com os gastos públicos, com o loteamento de cargos, com os segredos dos cartões corporativos, com a incapacidade de Ali Babá e de 40 ministros; com a inércia diante de secas, enchentes, deslizamentos; com o salários de aposentados, com a velhice, com a juventude; com a expansão do crack, a cocaína, o ecstasy, a heroína, a relação com os traficantes colombianos; com a infiltração legalizada do crime organizado nos poderes constituídos.
Um regime democrático que banaliza escândalos, que abusa de impostos, que gargalha da falta de cuidado para com a qualidade de vida de quem não ganha o bastante para atender suas necessidades básicas e às de sua família: moradia, alimentação, lazer, vestuário, transporte, previdência social.
A oposição parece não ter sequer memória. E sem memória não há método, não há estratégia. Sem memória perde-se a arte da atenção. Não há como carimbar o selo da capacidade. Sem rememorar a história e os fatos desses últimos oito anos, a oposição não vai a lugar algum.
Sem sequer lembrar que é preciso tirar o Senado da cabeça de Aécio Neves e colocar seus fundilhos na cadeira de vice, a campanha de Serra vai dar com os burros n'água.
E, assim nessa briga de cegos, a burrice vai aparecer para acabar com a confusão. Bem a sua moda vai gritar esperta: - Epa, de faca não vale!