ROBINHO, A PEDALADA DA VEZ
Moisés Pereira
Porto Alegre
Depois de Adriano, o Imperador, que trocou Milão pela Vila Cruzeiro nos morros cariocas, Ronaldo, o obeso Fenômeno, que recomeçou carreira no Parque São Jorge, longe das badalações do Rio de Janeiro , agora é a vez de Robinho que retorna da Europa para as vitrines do futebol brasileiro.
Não são casos iguais apesar de similares. Adriano foi para o exterior muito jovem antes de ser conhecido no Brasil, e na Itália consagrou-se e enriqueceu. Junto com isso brilhou na Seleção Brasileira e levado por idiossincrasias pontuais retornou ao Brasil de forma surpreendente.
O fenômeno depois de lesões complicadas e ganho de circunferência ficou a deriva do mercado europeu quando o ano passado passou a ser a grande estrela do Marketing corintiano junto com alguns gols de craque que nunca deixou de ser, mas sem a recuperação total que o levaria a Seleção de Dunga.
Chegamos a Robinho, um jogador virtuoso de lampejos geniais com uma trajetória bastante irregular. Iniciou como profissional no Santos em 2002 junto com Diego e outros garotos onde devido a sua técnica abusada destacou-se até 2005.
Na época após o seqüestro de sua mãe forçou uma negociação para o exterior. Chegou a fazer greve no Santos e acabou vendido ao Real Madri. Declarou na época que uma das razões de sua saída era a falta de segurança no nosso país.
Robinho demorou a firmar-se no time merengue espanhol, inclusive quando foi treinado por Luxemburgo, e alcançou o melhor momento na temporada 2007/08 campeão espanhol. Ainda em 2008 manifestou desconforto pelo tratamento recebido no Real e foi vendido ao Manchester City, inglês, numa transação de 42 milhões de Euros.
Seu início na Inglaterra foi promissor, mas as dificuldades da equipe fizeram com que o tempo se encarregasse de colocá-lo na planície.
Eis que agora Robinho está deixando temporariamente o Manchester City, onde em má fase é reserva e está sendo repatriado pelo mesmo Santos F.C, que deixara em 2005.
O que surpreende é que para retornar ao futebol brasileiro Robinho está abrindo mão de 6 milhões de reais, metade de seu salário, nos 6 meses em que ficará no Brasil. Enquanto isso o Santos monta uma engenharia financeira com patrocinadores para garantir Robinho no Campeonato Paulista e Copa do Brasil com um custo milionário.
A volta de Robinho é saudada pela mídia do centro do país que esquece os deslizes profissionais do atleta não só nos episódios de suas transferências, mas também na rebeldia com os treinadores e conduta extra campo.
Estamos em ano de Copa do Mundo, e Robinho é um dos nomes de Dunga para nossa seleção. (Destacou-se nas últimas eliminatórias e nas últimas Copas das Confederações). Não sei se esta instabilidade de Robinho que não consegue encontrar um lugar adequado comprometendo a seriedade do futebol não será determinante no êxito que procura numa Copa do Mundo pela primeira vez.
O medo
TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.
27 de jan. de 2010
23 de jan. de 2010
14 de jan. de 2010
Os anos voam...
Os anos voam.
Não fosse por seus esfíncters alados, seria pelos aniversários que cometemos um depois do outro, sem dó nem piedade. E ainda os comemoramos. Isso não é uma constatação. É uma notícia. Forçando um pouco mais, um furo.
Via de regra, há outras razões mais fortes que nos levam à verdadeira origem do prazer de dar o furo. A via é, não raro, esse canal gostoso e fácil de percorrer. A chamada fonte que nem precisa ser assim tão fidedigna para facilitar o furo.
É dedicado a isso que nessas horas de apreensão diante do diabólico - ou quase DEMOníaco - plano dos direitos humanos que Dilma Rouchefe da Casa Civil mandou Franklin Sinatra Martins elucubrar, que rendo minhas homenagens e encômios (!) a Remi Gorga, Filho - jornalista pelotense, cidadão-do-mundo que sabe muito bem e melhor do que ninguém da felicidade que toma conta de um repórter da terra logo depois que ele deu o furo.
E sabe você, por quê tantas, tantas angélicas emoções? / É porque já sem o luar da mocidade, / a gente vê no esquife da saudade, / passar o tempo com o cadáver das nossas ilusões. (Benção, Juliné Siqueira!).
É a essa Esfinge, Remi Gorga Filho - meu guru daqui, devorando Quito dali - que rendo essse espaço liberto e libertário.
Ai de ti, ó indecifrável ente dos sopés ruminantes de vulcões literários e páginas esvoaçantes sem patrão, que permitas o mórbido e foraz prazer de Lula, em forma de plano urdido por seus meliantes, lograr algum êxito!... Não nos flagrarão empreendendo fuga.
No máximo estaremos bordejando o jargão policialesco a poucos acessos de distância desses cães farejadores de idéias próprias, em endereços eletrônicos internacionais, longínquos o que basta para fugir da sanha e dos tentáculos desses polvos - por diminutos que o sejam - ávidos por devorar o universo dos vertebrados.
Podem desfolhar jornais; queimar livros; afogar emissoras de rádio em tsunâmis hertzianos; desintegrar imagens de TV que a gente vai estar logo ali, no infinito virtual ao lado, acreditando no que quiser acreditar; pensando na mulher do vizinho, se quiser pensar; dizendo o que bem der na telha se quiser dizer.
A internet é escorregadia, movediça, impossível de ser aprisionada nas mãos dos senhores da caça e da pesca pelos matos sem cachorro da independência individual, pelas águas profundas dos mares da soberania pessoal. Escaparemos todos sempre por entre seus dez dedos das mãos. Ou nove, vá lá que o sejam.
Aqui, ó! Aqui, pra vocês! Seus, seus... Seus "merdas" - como diria o mestre de Garanhuns a seus apóstolos. Aqui, ó! Aqui, seus, seus... Seus Lulas!
É, os anos voam. Quando a gente vê a gente passou por eles. E, nem sempre tem o que reclamar. Semos tudo brasileiro; a gente não desiste nunca.
RODAPÉ - Remi Gorga mora em Quito, no ainda Equador. Jornalista, pelotense, cidadão do mundo, torcedor saudável do Internacional de Porto Alegre, tradutor incomparável de Gabriel García Márques e de Vargas Llorca, perpetrou recentemente a versão espanhola de La Iglesia del Diablo, de Machado de Assis. Sua presença neste espaço vai acabar com Cem Anos de Solidão no jornalismo internauta que engatinha aqui pelo Sanatório Da Notícia. Seu apurado censo crítico e deslizante humor devem entrar em contato imediato de todos o graus com: saosiqueira@ig.com.br
Não fosse por seus esfíncters alados, seria pelos aniversários que cometemos um depois do outro, sem dó nem piedade. E ainda os comemoramos. Isso não é uma constatação. É uma notícia. Forçando um pouco mais, um furo.
Via de regra, há outras razões mais fortes que nos levam à verdadeira origem do prazer de dar o furo. A via é, não raro, esse canal gostoso e fácil de percorrer. A chamada fonte que nem precisa ser assim tão fidedigna para facilitar o furo.
É dedicado a isso que nessas horas de apreensão diante do diabólico - ou quase DEMOníaco - plano dos direitos humanos que Dilma Rouchefe da Casa Civil mandou Franklin Sinatra Martins elucubrar, que rendo minhas homenagens e encômios (!) a Remi Gorga, Filho - jornalista pelotense, cidadão-do-mundo que sabe muito bem e melhor do que ninguém da felicidade que toma conta de um repórter da terra logo depois que ele deu o furo.
E sabe você, por quê tantas, tantas angélicas emoções? / É porque já sem o luar da mocidade, / a gente vê no esquife da saudade, / passar o tempo com o cadáver das nossas ilusões. (Benção, Juliné Siqueira!).
É a essa Esfinge, Remi Gorga Filho - meu guru daqui, devorando Quito dali - que rendo essse espaço liberto e libertário.
Ai de ti, ó indecifrável ente dos sopés ruminantes de vulcões literários e páginas esvoaçantes sem patrão, que permitas o mórbido e foraz prazer de Lula, em forma de plano urdido por seus meliantes, lograr algum êxito!... Não nos flagrarão empreendendo fuga.
No máximo estaremos bordejando o jargão policialesco a poucos acessos de distância desses cães farejadores de idéias próprias, em endereços eletrônicos internacionais, longínquos o que basta para fugir da sanha e dos tentáculos desses polvos - por diminutos que o sejam - ávidos por devorar o universo dos vertebrados.
Podem desfolhar jornais; queimar livros; afogar emissoras de rádio em tsunâmis hertzianos; desintegrar imagens de TV que a gente vai estar logo ali, no infinito virtual ao lado, acreditando no que quiser acreditar; pensando na mulher do vizinho, se quiser pensar; dizendo o que bem der na telha se quiser dizer.
A internet é escorregadia, movediça, impossível de ser aprisionada nas mãos dos senhores da caça e da pesca pelos matos sem cachorro da independência individual, pelas águas profundas dos mares da soberania pessoal. Escaparemos todos sempre por entre seus dez dedos das mãos. Ou nove, vá lá que o sejam.
Aqui, ó! Aqui, pra vocês! Seus, seus... Seus "merdas" - como diria o mestre de Garanhuns a seus apóstolos. Aqui, ó! Aqui, seus, seus... Seus Lulas!
É, os anos voam. Quando a gente vê a gente passou por eles. E, nem sempre tem o que reclamar. Semos tudo brasileiro; a gente não desiste nunca.
RODAPÉ - Remi Gorga mora em Quito, no ainda Equador. Jornalista, pelotense, cidadão do mundo, torcedor saudável do Internacional de Porto Alegre, tradutor incomparável de Gabriel García Márques e de Vargas Llorca, perpetrou recentemente a versão espanhola de La Iglesia del Diablo, de Machado de Assis. Sua presença neste espaço vai acabar com Cem Anos de Solidão no jornalismo internauta que engatinha aqui pelo Sanatório Da Notícia. Seu apurado censo crítico e deslizante humor devem entrar em contato imediato de todos o graus com: saosiqueira@ig.com.br
12 de jan. de 2010
Alta do Sanatório... Momentânea.
Problemas que só a internet sabe explicar não permitem a transposição momentânea de textos e imagens para este blog. Acesse, por favor, o Liberdade de Expressão. Sua alta do Sanatório está autorizada. Clique aqui: http://www.liberdadedeexpressaovirtual.blogspot.com/
E-mail:
7 de jan. de 2010
Um olhar para Obama
Lula quer comprar caças, submarinos helicópteros. Lula está no Haiti com sua tropa de paz. Lula hospeda o golpista do referendo Manuel Zelaya na Embaixada Brasil Da Silva, em Tegucigalpa...
Tudo faz sentido. Tudo isso é só uma tentativa de imitar o belicismo de Barack Houssein Obama - um dos senhores da guerra no mundo.
Em sendo assim - olhaí o linguajar lulocrata - em tudo e por tudo similar a Obama, Lula do Brasil Da Silva volta, uma vez mais, a ser pré-candidato de si mesmo para receber o Prêmio Nobel da Paz de 2010.
Foi pelos conflitos que apazigua pelo mundo afora que Barack botou a mão na taça. Não o será por menos que Lula vai realizar o seu sonho impossível.
Não demora nadinha, ele manda Zelaya sair da toca. Assim que o seu albergado fizer eclodir o conflito naquele país, Lula - O Pacificador, invade Honduras para apaziguar os ânimos. Zelaya volta para o aconchego do seu lar brasileiro em Tegucigalpa, os hondurenhos ficarão em paz com seu Lobo e Lula do Brasil Da Silva ganha a medalha de Pacificador das Américas.
É o primeiro passo da grande caminhada. No fim do ano é bem provável que Lula volte a olhar para Obama com o mesmo olhar olímpico e altaneiro daquela memorável batalha pela honra de fazer do Rio de Janeiro a sede dos Jogos de 2016.
Não há como se ver outra razão para a incômoda, ridícula e inexplicável permanência de Manuel Zelaya na Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa - hoje promovida a uma reles estalagem de golpistas desocupados.
Tudo faz sentido. Tudo isso é só uma tentativa de imitar o belicismo de Barack Houssein Obama - um dos senhores da guerra no mundo.
Em sendo assim - olhaí o linguajar lulocrata - em tudo e por tudo similar a Obama, Lula do Brasil Da Silva volta, uma vez mais, a ser pré-candidato de si mesmo para receber o Prêmio Nobel da Paz de 2010.
Foi pelos conflitos que apazigua pelo mundo afora que Barack botou a mão na taça. Não o será por menos que Lula vai realizar o seu sonho impossível.
Não demora nadinha, ele manda Zelaya sair da toca. Assim que o seu albergado fizer eclodir o conflito naquele país, Lula - O Pacificador, invade Honduras para apaziguar os ânimos. Zelaya volta para o aconchego do seu lar brasileiro em Tegucigalpa, os hondurenhos ficarão em paz com seu Lobo e Lula do Brasil Da Silva ganha a medalha de Pacificador das Américas.
É o primeiro passo da grande caminhada. No fim do ano é bem provável que Lula volte a olhar para Obama com o mesmo olhar olímpico e altaneiro daquela memorável batalha pela honra de fazer do Rio de Janeiro a sede dos Jogos de 2016.
Não há como se ver outra razão para a incômoda, ridícula e inexplicável permanência de Manuel Zelaya na Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa - hoje promovida a uma reles estalagem de golpistas desocupados.
Alléz, alléz!
Que democracia é essa aqui do Brasil Da Silva, em que o presidente da República entende mais de aviões de combate que a própria Força Aérea Brasileira?!?
Já não basta a humilhação de a Aeronáutica ter que submeter relatório técnico ao leigo Nelson Jobim que de avião só entende de poltronas e de espaço só conhece o que fica entre uma e outra?!?
Ter que se sujeitar à estranhíssima decisão de Lula, um estranho no ninho é mais que humilhação, é a mais contundente demonstração de que nossas forças estão desarmadas.
Pela qualidade dos objetos voadores franceses - que caem de dois a dois - e pela vaidade e voracidade governamental - de lá e de cá - as nossas forças desarmadas assim ficarão para felicidade dos olhos da nação em geral e para alegria particular de quem gosta de levar vantagem em tudo.
Gargarejar que a decisão é política; regougar que é "estratégica" é desdenhar da capacidade de avaliação dos que sabem que se trata de um negócio de nada menos de R$ 10 bilhões.
Mais do que desdenhar é passar por cima. Literalmente passar por cima, de preferência pilotando um caça Rafale que, para o mestre brasileiro, seus discípulos e seus apóstolos avoa que é uma beleza!
Avoa melhor que o Gripen-NG sueco e avoa melhor ainda que o caça da Boeing dos Estados Unidos - um país que não entende nada de artefatos bélicos. Só que avoa mais caro.
A bem do direito de Lula decidir em nome da Aeronáutica, resta dizer que em matéria de horas de vôo, ele é invencível. As horas avoadas no Aerolula devem ter conferido ao presidente do Brasil Da Silva o know how - ops, o savoir faire! - de manobrar muito bem o que anda pelo céu de brigadeiro desse país. Custe o que custar. Alléz, alléz!
Já não basta a humilhação de a Aeronáutica ter que submeter relatório técnico ao leigo Nelson Jobim que de avião só entende de poltronas e de espaço só conhece o que fica entre uma e outra?!?
Ter que se sujeitar à estranhíssima decisão de Lula, um estranho no ninho é mais que humilhação, é a mais contundente demonstração de que nossas forças estão desarmadas.
Pela qualidade dos objetos voadores franceses - que caem de dois a dois - e pela vaidade e voracidade governamental - de lá e de cá - as nossas forças desarmadas assim ficarão para felicidade dos olhos da nação em geral e para alegria particular de quem gosta de levar vantagem em tudo.
Gargarejar que a decisão é política; regougar que é "estratégica" é desdenhar da capacidade de avaliação dos que sabem que se trata de um negócio de nada menos de R$ 10 bilhões.
Mais do que desdenhar é passar por cima. Literalmente passar por cima, de preferência pilotando um caça Rafale que, para o mestre brasileiro, seus discípulos e seus apóstolos avoa que é uma beleza!
Avoa melhor que o Gripen-NG sueco e avoa melhor ainda que o caça da Boeing dos Estados Unidos - um país que não entende nada de artefatos bélicos. Só que avoa mais caro.
A bem do direito de Lula decidir em nome da Aeronáutica, resta dizer que em matéria de horas de vôo, ele é invencível. As horas avoadas no Aerolula devem ter conferido ao presidente do Brasil Da Silva o know how - ops, o savoir faire! - de manobrar muito bem o que anda pelo céu de brigadeiro desse país. Custe o que custar. Alléz, alléz!
Caças Rafale ou...
Não há um jornal que, ao tratar da compra dos Rafale - objetos voadores franceses, não antecipe que Lula do Brasil Da Silva vai ignorar o relatório da Aeronáutica recomendando, com base técnica, os aviões suecos em primeiro lugar e depois os similares fabricados pela Boeing, dos Estados Unidos.
A questão que envolve, desde bom tempo, nada menos de R$ 10 bilhões, será resolvida por mestre Lula com fundamentos - segundo seus discípulos - de robustez "estratégica". Uma questão de Estado. Segurança aérea nacional.
A Aeronáutica tratou do caso como deveria: tecnicamente. Não tem comissão nisso e ainda fez de tudo para diminuir a porcentagem, digamos, de erro em uma compra que tem tudo para ser um desastre aéreo, antes mesmo que os caças de Sarkozy decolem.
Pela tecnologia, o recomendável seria - se é mesmo necessário - comprar os aviões da Suécia. A opção imediata, pelos mesmos parâmetros caberia aos aparelhos norte-americanos. Quer dizer, os Rafale não valem nada numa hora dessas.
Lula e Sarkozy, no entanto, aeronautas de escol, já cuidaram de tudo como um "projeto estratégico". E assim será decidido. Uma confissão de que, tanto quanto todo mundo, os dois sabem que estão fazendo o pior negócio. Melhor para eles. Agora, como se vê, a coisa toda virou apenas uma questão de puro bom senso.
Faz sentido, sim. Vá que, nessas brincadeiras de mão entre Lula e Hugo Chávez algo não dê certo aqui pelo Merdosul. O Brasil pode ter que entrar em guerra com a Venezuela... Aí, pronto! A compra dos caças franceses se justifica. Para enfrentar um Hugo Chávez qualquer a frota aérea de Lula não precisa mais do que esses Rafale novinhos em folha que já chegarão à FAB como sucatas voadoras.
É provável até que num combate desses contra os moínhos de vento arqui-inimigos do Brasil bastasse usar o Aerolula. Pelo menos, em caso de queda, ao invés de dois de cada vez, cairá um só. (blog www.liberdadedeexpressaovirtual.blogspot.com).
A questão que envolve, desde bom tempo, nada menos de R$ 10 bilhões, será resolvida por mestre Lula com fundamentos - segundo seus discípulos - de robustez "estratégica". Uma questão de Estado. Segurança aérea nacional.
A Aeronáutica tratou do caso como deveria: tecnicamente. Não tem comissão nisso e ainda fez de tudo para diminuir a porcentagem, digamos, de erro em uma compra que tem tudo para ser um desastre aéreo, antes mesmo que os caças de Sarkozy decolem.
Pela tecnologia, o recomendável seria - se é mesmo necessário - comprar os aviões da Suécia. A opção imediata, pelos mesmos parâmetros caberia aos aparelhos norte-americanos. Quer dizer, os Rafale não valem nada numa hora dessas.
Lula e Sarkozy, no entanto, aeronautas de escol, já cuidaram de tudo como um "projeto estratégico". E assim será decidido. Uma confissão de que, tanto quanto todo mundo, os dois sabem que estão fazendo o pior negócio. Melhor para eles. Agora, como se vê, a coisa toda virou apenas uma questão de puro bom senso.
Faz sentido, sim. Vá que, nessas brincadeiras de mão entre Lula e Hugo Chávez algo não dê certo aqui pelo Merdosul. O Brasil pode ter que entrar em guerra com a Venezuela... Aí, pronto! A compra dos caças franceses se justifica. Para enfrentar um Hugo Chávez qualquer a frota aérea de Lula não precisa mais do que esses Rafale novinhos em folha que já chegarão à FAB como sucatas voadoras.
É provável até que num combate desses contra os moínhos de vento arqui-inimigos do Brasil bastasse usar o Aerolula. Pelo menos, em caso de queda, ao invés de dois de cada vez, cairá um só. (blog www.liberdadedeexpressaovirtual.blogspot.com).
6 de jan. de 2010
Acostume-se com Burrisse
O título do blog de Sidônio Pacheco Alves já diz tudo o que se quer dizer: Burisse Naçional. É mais um grito de alerta que a ousadia dos brasileiros vertebrados lança pela webmedia. Acostume-se a ele. É um jeito bom e bem brasileiro de se sentir melhor.
É de leitura ágil e gostosa, já que a gente vai provando aos poucos o gosto bom da ironia, da contestação e da capacidade de indignação que ainda resta aos homens de bem nessa paróquia lulática. Fácil, fácil de acessar: http://burrisse.blogspot.com/
Se você gosta de baixar ao Sanatório da Notícia, ou andar por aqui mesmo no Liberdade de Expressão, é só dar uma chegadinha ali ao lado e clicar em cima do ícone Burrisse Naçional. Você vai gostar. E se acostumar. Vai se sentir muito à vontade. Os personagens principais são todos velhos conhecidos seus.
É de leitura ágil e gostosa, já que a gente vai provando aos poucos o gosto bom da ironia, da contestação e da capacidade de indignação que ainda resta aos homens de bem nessa paróquia lulática. Fácil, fácil de acessar: http://burrisse.blogspot.com/
Se você gosta de baixar ao Sanatório da Notícia, ou andar por aqui mesmo no Liberdade de Expressão, é só dar uma chegadinha ali ao lado e clicar em cima do ícone Burrisse Naçional. Você vai gostar. E se acostumar. Vai se sentir muito à vontade. Os personagens principais são todos velhos conhecidos seus.
Validade vencida para o radical de um Governo Federal
Já está mais do que vencido o prazo de tirar a política dos políticos. Nada cheira tão mal para a democracia do que o ranço da ditadura dos partidos e o fétido jugo do voto obrigatório.
A grande mudança é a população escolher quem pode ser escolhido para ser seu representante, para oxigenar a política e as axilas dos governos que nos abraçam.
Um partido - qualquer partido - não pode ter mais força, nem ser mais sábio do que o povo, ainda que ele, pobre povo, esteja na merda, como o mestre disse a seus apóstolos em palanque outro dia. Esse regime que aí está já perdeu a validade há muito tempo. É pura fedentina.
O poder aí estabelecido vem subjugando de tal maneira a nossa capacidade de indignação que nosso desodorante social já está vencido também. Já não temos força sequer para torcer o nariz e fazer valer o preceito constitucional de que todo o poder emana do povo e de que somos todos iguais perante a lei.
O que ainda pode servir de consolo é que nada vale para um líder - por amoral que o seja -governar uma federação de desossados políticos, uma nação de invertebrados sociais. É apenas o melhor réptil dentre os piores. Com cheiro mais forte de réptil do que o resto. Não fosse réptil seria um gambá.
Pois então analisemos sintaticamente que, se federar é reunir-se em federação, não será por nada que o radical de um governo federal é feder. Nisso, o Brasil também é top mundial.
A grande mudança é a população escolher quem pode ser escolhido para ser seu representante, para oxigenar a política e as axilas dos governos que nos abraçam.
Um partido - qualquer partido - não pode ter mais força, nem ser mais sábio do que o povo, ainda que ele, pobre povo, esteja na merda, como o mestre disse a seus apóstolos em palanque outro dia. Esse regime que aí está já perdeu a validade há muito tempo. É pura fedentina.
O poder aí estabelecido vem subjugando de tal maneira a nossa capacidade de indignação que nosso desodorante social já está vencido também. Já não temos força sequer para torcer o nariz e fazer valer o preceito constitucional de que todo o poder emana do povo e de que somos todos iguais perante a lei.
O que ainda pode servir de consolo é que nada vale para um líder - por amoral que o seja -governar uma federação de desossados políticos, uma nação de invertebrados sociais. É apenas o melhor réptil dentre os piores. Com cheiro mais forte de réptil do que o resto. Não fosse réptil seria um gambá.
Pois então analisemos sintaticamente que, se federar é reunir-se em federação, não será por nada que o radical de um governo federal é feder. Nisso, o Brasil também é top mundial.
7 de Janeiro de 2006
Volta e meia, vou aí ao lado do blog e acesso o link O Chefe - de Ivo Patarra. Para o dia de amanhã, 7 de janeiro, leia o que ele selecionou para a missa de 7° Dia quando se extingüe sempre a memória dos brasileiros. Era 7 de janeiro de 2006. Releia Ivo Patarra:
A revista Veja revela uma nova conta secreta e milionária do publicitário Duda Mendonça, num banco de Miami. Foi descoberta por autoridades norte-americanas.
O repórter Alexandre Oltramari relata o bloqueio da conta, depois que a filha de Duda, a publicitária Eduarda Mendonça, tentou sacar sem sucesso o dinheiro aplicado, e ordenar o fechamento da conta.
Duda, o pai, admitiu que cobrou R$ 25 milhões para fazer cinco campanhas eleitorais do PT em 2002. Confessou que R$ 10,5 milhões do total foram depositados em Miami, numa conta bancária em nome da empresa offshore Dusseldorf.
Para evitar problemas de sonegação com a Receita Federal, Duda teria pago R$ 4,3 milhões em impostos referentes a essa bolada.
Aspecto interessante da reportagem de Veja: o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, órgão do Ministério da Justiça) chegou a fazer um ofício solicitando o bloqueio da conta em nome da Dusseldorf, mas o documento foi considerado “desleixado” e “desprovido de consistência”.
Por conta disso, as autoridades norte-americanas demoraram a tomar a medida. O “expediente” proporcionou tempo precioso para Duda “limpar” a conta. Deixou-a com US$ 175.
Um relatório da Polícia Federal acusou a coordenadora do DRCI, Wanine Santana Lima, de atrapalhar a obtenção de documentos. Prejudicou o trabalho de delegados e agentes brasileiros naquele país.
Ela teria influenciado autoridades norte-americanas a não repassar informações sobre as contas de Duda Mendonça, com a intenção de inviabilizar os trabalhos das autoridades brasileiras.
RODAPÉ - Só o livro de Patarra não foi editado até agora. O resto já está lá pela centésima edição.
Porta arrombada
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio-Olímpico, está começando a operação mapeamento de todas as áreas de risco em Ilha Grande, Angra dos Reis. É bem como dizia a avó torta desses governantes de vitrine: - Porta arrombada, tranca de ferro!
Especuladores dizem que Lula está num mato sem cachorro diante do tal relatório da Aeronáutica que deu um chega-pra-lá nos caças Rafale de Sarkozy que custam cerca de R$ 10 bilhões. Que nada. Basta que ninguém - nem mesmo o top-top Marco Aurélio Sargento Garcia - se meta a ler o documento para ele. Deixem que o próprio presidente leia o relatório. Vai pular o parágrafo que trata de futilidades.
O vazamento esperado em mais esta versão do Enem, acabou ocorrendo com o relatório da Aeronáutica – ainda com a avaliação parcial das propostas para o projeto FX-2, de renovação da frota da FAB. Isso irritou Lula e provocou mal-estar no governo. Como se vê não é só jornal que provoca azia nos habitantes da Esplanada. Desse jeito vai faltar Omeprazol nas farmácias do Brasil Da Silva.
E o Supremo que ponha as barbas de molho no caso Cesare Battisti. Se é que não as tem, peça-as emprestadas a Eros Grau - que as presidenciais não são para essas coisas. Quem desafia a FAB pode afrontar o Judiciário. Ou não?!?
Morreu aos 85 anos Erasmo Dias, ex-secretário de Segurança de São Paulo. Ele tornou-se conhecido no confronto dos estudantes com as forças do regime militar (1964-1985) quando comandou a invasão da PUC de São Paulo em setembro de 1977. Os estudantes faziam um ato público pela reorganização da UNE (União Nacional dos Estudantes). A UNE sobrevive. Carteirinha de estudante dá uma saúde "extraordinária".
Cerca de 12 mil detentos fizeram ontem a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Um deles foi Fernandinho Beira-Mar que fez o teste em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Não, não há nenhum sinal de vazamento. O crime de algemas é mais organizado que o oficialmente constituído. Beira-Mar já disse: quer ser advogado. Teria mais futuro se fosse candidato em 2 de outubro.
Raul Jungman quer ouvir Dilma Roucheffe da Casa Civil sobre a tal Comissão da Verdade. Besteira, comissão de verdade é aquela de 10% sobre R$ 10 bilhões.
Quanto o presidente de qualquer República pode entender a mais de aviões de caça do que o seu próprio Ministério da Aeronaútica? Há pelo menos 10 bilhões de motivos reais para se desconfiar que há algo de podre no ar.
Dilma Roucheffe da Casa Civil mandou avisar que está gripada e que por isso mesmo vai prolongar suas férias até segunda-feira. Lula do Brasil Da Silva que, ao lado de dona Marisa Letícia e amigos do peito sofre férias na Base Naval de Aratu, só volta ao gabinete também na segunda-feira. Sei lá, parece até que, depois de tudo, Dilma já não consegue mais andar sozinha.
Faz sentido. O que é mesmo que dona Dilma iria fazer a essas alturas lá na Casa Civil?!?
Lula gozou as férias de 2008 na mesma Base Naval de Aratu em que hoje se encontra. De lá para cá, a casa de praia sofreu uma reforma que custou aos cofres da Marinha nada menos que R$ 2 milhões. Os marines brasileiros estão na ponta dos cascos: os navios da frota nacional não foram reformados por falta de dinheiro.
Ora, faz sentido também... Quem estende tapete vermelho para comer, beber e dar uma pescadela em barracas nas beiradas do rio São Francisco, não poderia olhar a mesma decoração do ano velho no ano novo.
O governo do PT não inventou os foruns, as conferências, os seminários, as cúpulas, mas vem aprimorando-os como nuncasefeznessepaís. Depois do Forum de São Paulo e da Conferência Nacional de Comunicação, vem aí a Conferência Nacional de Educação. Está marcada para março, em Brasília.
A Confenem - Confederação dos Estabelecimentos de Ensino Particular - já está com um pé atrás e faca nos dentes. Acontece que os donos de cargos de direção no MEC e seus aloprados estão elucubrando o Fórum Nacional de Educação. O organismo será a instância máxima de deliberação de política educacional. Mandará no próprio MEC.
Essa excrescência foi extirpada na Assembléia Constituinte e nos debates que antecederam a Lei de Diretrizes e Bases de 1996.Só para se ter uma idéia: o Fórum - constituído por amigos do peito, ONGs, pelegos e companheiros quetais, com terra e sem terra -terá poderes para controlar a execução orçamentária nas boas casas do ramo. Na melhor das hipóteses, é inconstitucional. Ilegal, imoral, não presta. Mas engorda.
Especuladores dizem que Lula está num mato sem cachorro diante do tal relatório da Aeronáutica que deu um chega-pra-lá nos caças Rafale de Sarkozy que custam cerca de R$ 10 bilhões. Que nada. Basta que ninguém - nem mesmo o top-top Marco Aurélio Sargento Garcia - se meta a ler o documento para ele. Deixem que o próprio presidente leia o relatório. Vai pular o parágrafo que trata de futilidades.
O vazamento esperado em mais esta versão do Enem, acabou ocorrendo com o relatório da Aeronáutica – ainda com a avaliação parcial das propostas para o projeto FX-2, de renovação da frota da FAB. Isso irritou Lula e provocou mal-estar no governo. Como se vê não é só jornal que provoca azia nos habitantes da Esplanada. Desse jeito vai faltar Omeprazol nas farmácias do Brasil Da Silva.
E o Supremo que ponha as barbas de molho no caso Cesare Battisti. Se é que não as tem, peça-as emprestadas a Eros Grau - que as presidenciais não são para essas coisas. Quem desafia a FAB pode afrontar o Judiciário. Ou não?!?
Morreu aos 85 anos Erasmo Dias, ex-secretário de Segurança de São Paulo. Ele tornou-se conhecido no confronto dos estudantes com as forças do regime militar (1964-1985) quando comandou a invasão da PUC de São Paulo em setembro de 1977. Os estudantes faziam um ato público pela reorganização da UNE (União Nacional dos Estudantes). A UNE sobrevive. Carteirinha de estudante dá uma saúde "extraordinária".
Cerca de 12 mil detentos fizeram ontem a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Um deles foi Fernandinho Beira-Mar que fez o teste em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Não, não há nenhum sinal de vazamento. O crime de algemas é mais organizado que o oficialmente constituído. Beira-Mar já disse: quer ser advogado. Teria mais futuro se fosse candidato em 2 de outubro.
Raul Jungman quer ouvir Dilma Roucheffe da Casa Civil sobre a tal Comissão da Verdade. Besteira, comissão de verdade é aquela de 10% sobre R$ 10 bilhões.
Quanto o presidente de qualquer República pode entender a mais de aviões de caça do que o seu próprio Ministério da Aeronaútica? Há pelo menos 10 bilhões de motivos reais para se desconfiar que há algo de podre no ar.
Dilma Roucheffe da Casa Civil mandou avisar que está gripada e que por isso mesmo vai prolongar suas férias até segunda-feira. Lula do Brasil Da Silva que, ao lado de dona Marisa Letícia e amigos do peito sofre férias na Base Naval de Aratu, só volta ao gabinete também na segunda-feira. Sei lá, parece até que, depois de tudo, Dilma já não consegue mais andar sozinha.
Faz sentido. O que é mesmo que dona Dilma iria fazer a essas alturas lá na Casa Civil?!?
Lula gozou as férias de 2008 na mesma Base Naval de Aratu em que hoje se encontra. De lá para cá, a casa de praia sofreu uma reforma que custou aos cofres da Marinha nada menos que R$ 2 milhões. Os marines brasileiros estão na ponta dos cascos: os navios da frota nacional não foram reformados por falta de dinheiro.
Ora, faz sentido também... Quem estende tapete vermelho para comer, beber e dar uma pescadela em barracas nas beiradas do rio São Francisco, não poderia olhar a mesma decoração do ano velho no ano novo.
O governo do PT não inventou os foruns, as conferências, os seminários, as cúpulas, mas vem aprimorando-os como nuncasefeznessepaís. Depois do Forum de São Paulo e da Conferência Nacional de Comunicação, vem aí a Conferência Nacional de Educação. Está marcada para março, em Brasília.
A Confenem - Confederação dos Estabelecimentos de Ensino Particular - já está com um pé atrás e faca nos dentes. Acontece que os donos de cargos de direção no MEC e seus aloprados estão elucubrando o Fórum Nacional de Educação. O organismo será a instância máxima de deliberação de política educacional. Mandará no próprio MEC.
Essa excrescência foi extirpada na Assembléia Constituinte e nos debates que antecederam a Lei de Diretrizes e Bases de 1996.Só para se ter uma idéia: o Fórum - constituído por amigos do peito, ONGs, pelegos e companheiros quetais, com terra e sem terra -terá poderes para controlar a execução orçamentária nas boas casas do ramo. Na melhor das hipóteses, é inconstitucional. Ilegal, imoral, não presta. Mas engorda.
Verdades
1. No país em que a verdade é mais fraca que as artimanhas do poder, o povo tem o governo que merece.
2. Qualquer homem de bem conhece a verdade quando a escuta. Os políticos são surdos.
3. É cada vez mais perigosa a esperança de que o medo da verdade transforme os políticos em homens de bem. È que a verdade, muito mais que medo, provoca a ira dos mentirosos.
4. Os maus governantes já descobriram que uma verdade dita com má intenção é como uma capa de proteção a todas as mentiras que eles possam inventar.
5. Sempre que escuto uma verdade saindo da boca de um político, sinto uma espécie de hálito impuro de pura maldade.
6. Na democracia do Brasil Da Silva , a verdade é uma ilha de areia movediça cercada de mentiras.
7. Os políticos já sabem que seus eleitores não andam atrás da verdade; basta que ela seja apenas um disfarce para as mentiras.
8. Uma coisa é preciso reconhecer: o governo não tem o monopólio da verdade, nem é dono da mentira.
9. Um governo tem o dever de dizer sempre a verdade, a não ser que seu governante tenha uma extraordinária capacidade de mentir. Todo político faz de tudo para ser "extraordinário".
2. Qualquer homem de bem conhece a verdade quando a escuta. Os políticos são surdos.
3. É cada vez mais perigosa a esperança de que o medo da verdade transforme os políticos em homens de bem. È que a verdade, muito mais que medo, provoca a ira dos mentirosos.
4. Os maus governantes já descobriram que uma verdade dita com má intenção é como uma capa de proteção a todas as mentiras que eles possam inventar.
5. Sempre que escuto uma verdade saindo da boca de um político, sinto uma espécie de hálito impuro de pura maldade.
6. Na democracia do Brasil Da Silva , a verdade é uma ilha de areia movediça cercada de mentiras.
7. Os políticos já sabem que seus eleitores não andam atrás da verdade; basta que ela seja apenas um disfarce para as mentiras.
8. Uma coisa é preciso reconhecer: o governo não tem o monopólio da verdade, nem é dono da mentira.
9. Um governo tem o dever de dizer sempre a verdade, a não ser que seu governante tenha uma extraordinária capacidade de mentir. Todo político faz de tudo para ser "extraordinário".
5 de jan. de 2010
27 Personalidades... O resto é de 190 milhões de pessoas
Volto à matéria da pesquisa Datafolha de credibilidade pessoal. É uma questão de refluxo. Há coisas que dão engulho.
Bancando o dono da verdade, o Datafolha elaborou uma relação de 27 brasileiros que o próprio instituto considera notáveis. O resto do Brasil, para esse tipo de perguntadores, não merece maiores atenções.
A pesquisa(?) reduziu a densidade demográfica do Brasil de 190 milhões para exclusivos 27 habitantes. Personalidade é uma coisa; pessoa é outra.
A enquete saiu melhor que a encomenda. De zero a 10, os mais de 11 mil entrevistados, deram média 7,9 para Lula da Silva - o presidente de maior exposição na mídia através dos tempos. Lula é, portanto, o brasileiro mais confiável.
Nenhuma surpresa. Quem é observador atento das pesquisas que se realizam sob o patrocínio do Brasil, já sabia que não poderia dar em nada que não fosse isso mesmo. Lula é sim, confiável. Você até compraria dele um carro usado. Confie nisso.
Já no outro lado da expectativa, surgem os donos das piores médias. Dentre os cinco notáveis de pior prestígio e maior desconfiança está o ínclito e intocável presidente do Senado, Zé Sarney.
Inconformado ele ainda vai saber um dia, como e porque perdeu a última posição para Edir Macedo, aquele que, dentre outras coisas, é bispo da Universal. Este, por sua vez, vai tirar satisfações de Fernandinho Beira-Collor, pela promíscua proximidade.
O levantamento foi feito de 14 a 18 de dezembro. Por quê, também ninguém sabe. Quantos bolsa-familiares foram entrevistados, quantos petistas, quantos tucanos, quantos democratas, quantos trabalhadores sem terra, quantos doentes do cérebro e dos nervos, ninguém sabe nem quer saber.
Pelo brilhante trabalho datafolheano, Lula é seguido de perto por William Bonner que alcançou nota 7,78 - talvez porque apareça bem menos na TV do que o primeiro colocado,ou até porque seja um excelente leitor das notícias em telepromter sobre as quais não emite nenhuma opinião.
Logo depois, vem um trio de cantores. O melhor deles, para o Datafolha de dezembro do ano passado, com média 7,62, é Marcelo Rossi que, nas horas vagas é até padre carismático; ele ultrapassou o calhambeque Roberto Carlos que mereceu média 7,60, um pouco mais alta que a nota de Ivete Sangalo que chegou a 7,35, talvez porque estivesse grávida.
Garantem seus mentores que a margem de lucro - como diria Ulysses Guimarães - da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O estudo(!?) mostra que - em matéria palaciana - as cinco piores médias foram dadas a quatro ex-presidentes da ainda nossa República: FHC, Itamar - lembre-se, ele foi presidente! - Sarney e Beira-Collor, este o último dos últimos, tendo Sarney em suas pegadas.
Dizem os doutos indagadores populares que, Collor e Sarney têm em comum entre si os diversos escândalos que andaram rondando suas administrações. Coisa pra lá de esquisita...
Como de hábito acontecem esquisitices nas pesquisas feitas sob encomenda no Brasil Da Silva, esta não fugiu à regra: os escândalos derrubaram as imagens de Collor e Sarney, mas pelo visto projetaram o governo Lula. Deixa a nítida impressão até de que Lula é o mais confiável justamente por isso. Confie nisso.
Em assim sendo - petezando o linguajar - nuncanessepaís a banalização do indecoroso consolidou com tamanha potência a popularidade de uma "pessoa não comum".
No que diz respeito - se respeito é possível em consultas caboclas - aos anunciados pré-candidatos à sucessão de Lula, o governador de São Paulo, tucano José Serra é o mais bem avaliado, com média de 6,23. Isso lhe deu a honrosa 14ª posição no ranking dos 27 notabilizados pelo Datafolha.
Depois vem o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), com 5,45 de média; Ciro Gomes, do grande PSB, persegue o mineiro com média 5,41; aí então surge a pra lá de exposta dona Dilma Roucheffe da Casa Civil, com com nota 5,40; e afinal, na lanterna, aparece Marina Morena, a que se pintou de Verde, com 5,15.
Se você estiver de acordo com o Datafolha, a escalação do rol dos que até parece que não têm roupa nem ficha-suja para lavar ficou sendo a seguinte: Lula, William Bonner, Marcelo Rossi, Roberto Carlos, Ivete Sangalo, Silvio Santos, Zezé Di Camargo, Dunga, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gugu Liberato, José Luiz Datena, Ronaldo, José Serra, Hebe Camargo, Fausto Silva, Paulo Coelho, Xuxa, Aécio Neves, Ciro Gomes, Dilma Rousseff, Marina Silva, Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco, José Sarney, Edir Macedo e Fernando Collor.
RODAPÉ - Pobre país que ama e odeia essas figuras notáveis, tipo assim "pessoas não-comuns". Ainda bem que o Brasil é habitado por 27 personalidades e, apesar delas, por mais de 190 milhões de pessoas.
ENTRELINHAS - Eleição no Brasil é televisão.
L'OSSERVATTORE PIANÍSSIMO
E tudo começou aqui
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma
A beleza da mulher brasileira foi cantada em prosa há muito tempo. E como não se leva a sério a Historia do Brasil quantos de nós deixaram de ler a Carta de Pero Vaz Caminha narrando os primeiros dias do descobrimento desta terra?
É nela, na carta não-lida, que encontramos a primeira descrição de uma brasileira nua, ao natural, vista por um português.
“... E uma daquelas moças era toda tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara, por não terem as suas como ela”.
Também não é de hoje que se divulgam os intermináveis acessos a cargos de governo por meio de parentes em cargos temporariamente poderosos, como ministros do Executivo, do Judiciário e, mais ainda, dos sempre sorridentes senhores deputados e senadores, independente da sigla que aparentemente defendem ou dependem.
E para mostrar que o assunto aqui é gaiatamente sério, pesquisamos o que muitos já falaram e comprovamos a veracidade: a vergonheira do nepotismo por aqui começou com a chegada dos portugueses em 1500.
No trecho final da Carta de Pero Vaz Caminha um pedido oficial de favorecimento deu inicio a festa. Sirvam-se:
“... E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha.”
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma
A beleza da mulher brasileira foi cantada em prosa há muito tempo. E como não se leva a sério a Historia do Brasil quantos de nós deixaram de ler a Carta de Pero Vaz Caminha narrando os primeiros dias do descobrimento desta terra?
É nela, na carta não-lida, que encontramos a primeira descrição de uma brasileira nua, ao natural, vista por um português.
“... E uma daquelas moças era toda tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara, por não terem as suas como ela”.
Também não é de hoje que se divulgam os intermináveis acessos a cargos de governo por meio de parentes em cargos temporariamente poderosos, como ministros do Executivo, do Judiciário e, mais ainda, dos sempre sorridentes senhores deputados e senadores, independente da sigla que aparentemente defendem ou dependem.
E para mostrar que o assunto aqui é gaiatamente sério, pesquisamos o que muitos já falaram e comprovamos a veracidade: a vergonheira do nepotismo por aqui começou com a chegada dos portugueses em 1500.
No trecho final da Carta de Pero Vaz Caminha um pedido oficial de favorecimento deu inicio a festa. Sirvam-se:
“... E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha.”
Câmara & Cascudos
ANGRA:
A CADA VERÃO, MAIS HOMICÍDIOS
COMETIDOS PELOS GOVERNANTES
Marcelo Câmara
A primeira página da edição do Jornal do Brasil, de 3 de março de 1975, trazia os seguintes título e texto, uma “chamada” para uma matéria do jovem repórter Marcelo Câmara:
Contenção de
encosta atrasa
a Rio–Santos
Problemas de ordem geológica, co-
mo a necessidade da construção de
grandes muros para a contenção das
encostas, uma orografia acidentada e
um terreno quaternário em processo
de decomposição, condições não pre-
vistas pelas firmas construtoras es-
tão atrasando a conclusão da Rodo-
via BR-101, Rio–Santos;
Os engenheiros argumentam que
o terreno úmido conhecido como talus
provoca um perigoso processo geoló-
gico: gigantescas pedras se deslocam
sobre blocos-matrizes, invadindo o lei-
to da estrada. No trecho Rio–Angra
dos Reis, túneis, pontes e viadutos, es-
tão ainda em fase de acabamento, não
se podendo prever, com exatidão, a
data de sua conclusão. (Página 11)
A pauta foi sugerida pelo próprio Marcelo Câmara, um angrense, à chefia de reportagem do jornal. “E deu primeira página”, vibrou-se. Na página 11, uma grande matéria, não assinada, com foto, também não assinada, do já veterano e competentíssimo Ronaldo Theobald.
Note-se que no final da “chamada” está, indiretamente, o resumo da minha mensagem jornalística: A Rio–Santos jamais será inaugurada. E não foi. Até hoje.
E por quê? Porque é uma estrada burra, irracional, criminosa. Destruiu cerca de cem praias, eliminou paisagens, destruiu fauna e flora terrestre e marinha, agrediu, tangeu ou deslocou sítios inteiros da Mata Atlântica e de plantações.
Uma grande rodovia, de alta velocidade, destruidora, avassaladora, num litoral encantado, recortado de baías, enseadas, angras e sacos. Povoada de praias, natureza tropical, rica, plural, exuberante. Nunca a estrada está livre, limpa, desimpedida.
A estrada ideal, adequada, seria de baixa-velocidade, economicamente inteligente, acompanhando o recorte, o desenho do litoral, cheia de belvederes, de “paradas” para o visitante, o viajante, o turista ver, vislumbrar, sentir, parar, extasiar-se, fotografar, filmar, dormir, comprar, gastar, comer, beber, consumir, amar, voltar.
A cada chuva, uma encosta, uma barreira cai, despenca, toma conta da estrada. A autoridade, se fosse inaugurá-la algum dia, correria o risco de morrer soterrada. Com a sua comitiva, é claro. Por isto, ela é a única grande estrada federal que nunca foi inaugurada. Nem será.
O terreno da Serra do Mar, de Mangaratiba a São Vicente, é, como escrevi, um terreno quaternário, em decomposição, com muita água, numa orografia muito acidentada, repleta de pedras imensas que se deslocam sobre blocos-matrizes.
Na Costa Verde, em Angra, Paraty e Mangaratiba, as montanhas descem íngremes até o mar, as matas beijam o mar. Por isto, Costa Verde. A Mata Atlântica refletida no azul do mar. Em Angra, você pode tomar banho de cachoeira, banhar-se na água doce, dentro do mar. Na canoa. As montanhas da Costa Verde mergulham no mar. Elas estão sempre descendo, mergulhando no mar.
Terra, mata e... os bananais. A bananeira, cultura perfeita e adequada à terra úmida e molhada, típica da região, afofa a terra, parece que encharca mais o terreno, umedece-o ainda mais, tornando-o fofo, areado, frágil, solto. E, em Angra, do Rio a Santos, parece que a banana é nativa.
Os bananais têm séculos, se reproduzem naturalmente, como mato, relva, capim. Lúcio Costa escreveu que “Paraty” – cidade construída no fundo da baía, na planície, que mesmo não sofrendo com os desmoronamentos – “é a cidade onde os caminhos do mar e os caminhos da terra se encontram, melhor, se entrosam”.
De novembro a abril, chove quase todos os dias entre Rio e Santos. Quase sempre, intensamente. Todos nós, caiçaras, mangaratibenses, angrenses, paratyenses, sabemos disto. Temos consciência dos perigos das chuvas, das marés, do vento sudoeste impiedoso, das mudanças bruscas no céu e na temperatura. As autoridades públicas também sabem. Ou fingem que não sabem.
Nós, angrenses (eu, às vésperas dos sessenta anos), cada um de nós, vivemos desde a infância, os horrores dos deslizamentos de terras nos morros de Angra dos Reis. Principalmente, e sempre, nos verões.
Na cidade e na roça, nos distritos, nas praias, nas ilhas, nos costões, nas serras. Sempre as vítimas é o povo mais pobre, que não tem casa, não possui teto, que vive nos morros, pendurados, na periferia.
Todo angrense, do indigente ao milionário, do trabalhador ao prefeito, sabe que, em Angra, naquela região, não se pode construir na encosta ou no sopé dos morros. Nem desviar riachos, mexer em águas. Não se movimenta terras sem uma reação imediata, feroz, da Natureza.
Construir, com zelo e sob risco, somente em extensos platôs, em planaltos, tabuleiros. Ou em boas várzeas, planícies litorâneas. Mesmo sem construir, sem desviar córregos, escavar solos, os morros, as serras, as encostas desabam com as chuvas.
Desde criança, assisto a favelização constante de Angra dos Reis e as tragédias na minha terra. São milhares de vidas levadas nas enxurradas de lama e pedra. Famílias inteiras, idosos, crianças, jovens. Ninguém é responsabilizado.
E continuam a construir, a se conceder “habite-ses” nos morros da Carioca, do Santo Antônio, do Carmo, do São Bento, da Caixa d’Água, do Abel, da Fortaleza, nos quinze morros da cidade. Também na Ilha Grande, na Gipóia, nas outras ilhas, nas encostas. E todo o ano, é a mesma cantilena, os falsos espantos.
Promessas, promessas, promessas. Lamentações, decretação de luto e de estado de emergência e de calamidade pública, “as providências serão tomadas”, blá, blá, blá... Onde está o Plano Diretor de Angra dos Reis? A defesa civil estadual e municipal? E a fiscalização predial e ambiental? E o Projeto Turis, que disciplinou, na década de 1970, a ocupação do solo, a exploração sócio-econômica no litoral do Rio a Santos, uma das poucas realizações, sérias e positivas, dos governos militares? Nos arquivos, no lixo, na memória dos que tiveram o privilégio de conhecê-lo antes de ser abandonado.
Onde estão os programas habitacionais, a infraestrutura urbana e rural, as moradias decentes, em locais seguros, minimamente dignas para o povo? Nada. Temos, sim, a cimentação de favelas, as pinturas das fachadas e dos barracos, a maquiagem falsa e barata. Os PACs eleitoreiros, barulhentos, caros, custosos e fraudulentos.
Os homicídios ocorridos em Angra dos Reis foram cometidos pelas autoridades públicas: União, Estado e Município. E os três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, os dois primeiros nos seus três níveis: federal, estadual e municipal. Desrespeito, atentado, morte à vida humana, crime contra a sociedade. Omissão, ação política criminosa, irresponsabilidade, procrastinação, corrupção, cegueira administrativa, genocídio continuado. Crime de lesa-humanidade.
Os governantes, do País, do Estado e do Município, atuais e anteriores, são os verdadeiros culpados pelas mortes, pelos homicídios, pelos cadáveres tirados da lama, por entre as pedras de Angra dos Reis.
“E ninguém foi preso” – a frase mais ouvida no País, desde a instalação da República.
República que somos todos nós, que deveria ser de todos e por todos, como sonhou e lutou o maior dos republicanos, o angrense Lopes Trovão.
A CADA VERÃO, MAIS HOMICÍDIOS
COMETIDOS PELOS GOVERNANTES
Marcelo Câmara
A primeira página da edição do Jornal do Brasil, de 3 de março de 1975, trazia os seguintes título e texto, uma “chamada” para uma matéria do jovem repórter Marcelo Câmara:
Contenção de
encosta atrasa
a Rio–Santos
Problemas de ordem geológica, co-
mo a necessidade da construção de
grandes muros para a contenção das
encostas, uma orografia acidentada e
um terreno quaternário em processo
de decomposição, condições não pre-
vistas pelas firmas construtoras es-
tão atrasando a conclusão da Rodo-
via BR-101, Rio–Santos;
Os engenheiros argumentam que
o terreno úmido conhecido como talus
provoca um perigoso processo geoló-
gico: gigantescas pedras se deslocam
sobre blocos-matrizes, invadindo o lei-
to da estrada. No trecho Rio–Angra
dos Reis, túneis, pontes e viadutos, es-
tão ainda em fase de acabamento, não
se podendo prever, com exatidão, a
data de sua conclusão. (Página 11)
A pauta foi sugerida pelo próprio Marcelo Câmara, um angrense, à chefia de reportagem do jornal. “E deu primeira página”, vibrou-se. Na página 11, uma grande matéria, não assinada, com foto, também não assinada, do já veterano e competentíssimo Ronaldo Theobald.
Note-se que no final da “chamada” está, indiretamente, o resumo da minha mensagem jornalística: A Rio–Santos jamais será inaugurada. E não foi. Até hoje.
E por quê? Porque é uma estrada burra, irracional, criminosa. Destruiu cerca de cem praias, eliminou paisagens, destruiu fauna e flora terrestre e marinha, agrediu, tangeu ou deslocou sítios inteiros da Mata Atlântica e de plantações.
Uma grande rodovia, de alta velocidade, destruidora, avassaladora, num litoral encantado, recortado de baías, enseadas, angras e sacos. Povoada de praias, natureza tropical, rica, plural, exuberante. Nunca a estrada está livre, limpa, desimpedida.
A estrada ideal, adequada, seria de baixa-velocidade, economicamente inteligente, acompanhando o recorte, o desenho do litoral, cheia de belvederes, de “paradas” para o visitante, o viajante, o turista ver, vislumbrar, sentir, parar, extasiar-se, fotografar, filmar, dormir, comprar, gastar, comer, beber, consumir, amar, voltar.
A cada chuva, uma encosta, uma barreira cai, despenca, toma conta da estrada. A autoridade, se fosse inaugurá-la algum dia, correria o risco de morrer soterrada. Com a sua comitiva, é claro. Por isto, ela é a única grande estrada federal que nunca foi inaugurada. Nem será.
O terreno da Serra do Mar, de Mangaratiba a São Vicente, é, como escrevi, um terreno quaternário, em decomposição, com muita água, numa orografia muito acidentada, repleta de pedras imensas que se deslocam sobre blocos-matrizes.
Na Costa Verde, em Angra, Paraty e Mangaratiba, as montanhas descem íngremes até o mar, as matas beijam o mar. Por isto, Costa Verde. A Mata Atlântica refletida no azul do mar. Em Angra, você pode tomar banho de cachoeira, banhar-se na água doce, dentro do mar. Na canoa. As montanhas da Costa Verde mergulham no mar. Elas estão sempre descendo, mergulhando no mar.
Terra, mata e... os bananais. A bananeira, cultura perfeita e adequada à terra úmida e molhada, típica da região, afofa a terra, parece que encharca mais o terreno, umedece-o ainda mais, tornando-o fofo, areado, frágil, solto. E, em Angra, do Rio a Santos, parece que a banana é nativa.
Os bananais têm séculos, se reproduzem naturalmente, como mato, relva, capim. Lúcio Costa escreveu que “Paraty” – cidade construída no fundo da baía, na planície, que mesmo não sofrendo com os desmoronamentos – “é a cidade onde os caminhos do mar e os caminhos da terra se encontram, melhor, se entrosam”.
De novembro a abril, chove quase todos os dias entre Rio e Santos. Quase sempre, intensamente. Todos nós, caiçaras, mangaratibenses, angrenses, paratyenses, sabemos disto. Temos consciência dos perigos das chuvas, das marés, do vento sudoeste impiedoso, das mudanças bruscas no céu e na temperatura. As autoridades públicas também sabem. Ou fingem que não sabem.
Nós, angrenses (eu, às vésperas dos sessenta anos), cada um de nós, vivemos desde a infância, os horrores dos deslizamentos de terras nos morros de Angra dos Reis. Principalmente, e sempre, nos verões.
Na cidade e na roça, nos distritos, nas praias, nas ilhas, nos costões, nas serras. Sempre as vítimas é o povo mais pobre, que não tem casa, não possui teto, que vive nos morros, pendurados, na periferia.
Todo angrense, do indigente ao milionário, do trabalhador ao prefeito, sabe que, em Angra, naquela região, não se pode construir na encosta ou no sopé dos morros. Nem desviar riachos, mexer em águas. Não se movimenta terras sem uma reação imediata, feroz, da Natureza.
Construir, com zelo e sob risco, somente em extensos platôs, em planaltos, tabuleiros. Ou em boas várzeas, planícies litorâneas. Mesmo sem construir, sem desviar córregos, escavar solos, os morros, as serras, as encostas desabam com as chuvas.
Desde criança, assisto a favelização constante de Angra dos Reis e as tragédias na minha terra. São milhares de vidas levadas nas enxurradas de lama e pedra. Famílias inteiras, idosos, crianças, jovens. Ninguém é responsabilizado.
E continuam a construir, a se conceder “habite-ses” nos morros da Carioca, do Santo Antônio, do Carmo, do São Bento, da Caixa d’Água, do Abel, da Fortaleza, nos quinze morros da cidade. Também na Ilha Grande, na Gipóia, nas outras ilhas, nas encostas. E todo o ano, é a mesma cantilena, os falsos espantos.
Promessas, promessas, promessas. Lamentações, decretação de luto e de estado de emergência e de calamidade pública, “as providências serão tomadas”, blá, blá, blá... Onde está o Plano Diretor de Angra dos Reis? A defesa civil estadual e municipal? E a fiscalização predial e ambiental? E o Projeto Turis, que disciplinou, na década de 1970, a ocupação do solo, a exploração sócio-econômica no litoral do Rio a Santos, uma das poucas realizações, sérias e positivas, dos governos militares? Nos arquivos, no lixo, na memória dos que tiveram o privilégio de conhecê-lo antes de ser abandonado.
Onde estão os programas habitacionais, a infraestrutura urbana e rural, as moradias decentes, em locais seguros, minimamente dignas para o povo? Nada. Temos, sim, a cimentação de favelas, as pinturas das fachadas e dos barracos, a maquiagem falsa e barata. Os PACs eleitoreiros, barulhentos, caros, custosos e fraudulentos.
Os homicídios ocorridos em Angra dos Reis foram cometidos pelas autoridades públicas: União, Estado e Município. E os três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, os dois primeiros nos seus três níveis: federal, estadual e municipal. Desrespeito, atentado, morte à vida humana, crime contra a sociedade. Omissão, ação política criminosa, irresponsabilidade, procrastinação, corrupção, cegueira administrativa, genocídio continuado. Crime de lesa-humanidade.
Os governantes, do País, do Estado e do Município, atuais e anteriores, são os verdadeiros culpados pelas mortes, pelos homicídios, pelos cadáveres tirados da lama, por entre as pedras de Angra dos Reis.
“E ninguém foi preso” – a frase mais ouvida no País, desde a instalação da República.
República que somos todos nós, que deveria ser de todos e por todos, como sonhou e lutou o maior dos republicanos, o angrense Lopes Trovão.
4 de jan. de 2010
Caras e Meias Sujas
Os caras-sujas de Brasília articulam novos protestos Fora Arruda. Bobagem, se o Fora Sarney deu em nada, por quê um chega-pra-lá no clube da meia e da cueca vai ser diferente?!? E tem mais: quanto maior for o número de camisetas da CUT e do MST nessas manifestações, mais força ganharão os propineiros do Distrito Federal.
No primeiro dia do ano Zé Arruda deu entrevista - como se jornais precisassem de suas entrevistas - explicando e justificando: "Meus adversários armaram contra mim". Vai ver que os R$ 50 mil que ele gastaria com panetones eram falsos. Aquela grana da cueca e das meias, já se sabe, não era dinheiro falso. Era sujo.
Os distritais de Brasília estavam só se preparando para o carnaval de 2010. Dinheiro nas meias e nas cuecas eram apenas inspiração para o enredo do Bloco dos Sujos.
Esses distritais do Arruda não são de nada. Deveriam seguir o exemplo do senador Suplicy que pode andar à vontade de cueca pra fora das calças pelos salões do Congresso Nacional. Mas não seja simplório ao ponto de achar que está faltando know how pra essa turma do DEM. Salvo honrosas exceções são todos do ramo.
No primeiro dia do ano Zé Arruda deu entrevista - como se jornais precisassem de suas entrevistas - explicando e justificando: "Meus adversários armaram contra mim". Vai ver que os R$ 50 mil que ele gastaria com panetones eram falsos. Aquela grana da cueca e das meias, já se sabe, não era dinheiro falso. Era sujo.
Os distritais de Brasília estavam só se preparando para o carnaval de 2010. Dinheiro nas meias e nas cuecas eram apenas inspiração para o enredo do Bloco dos Sujos.
Esses distritais do Arruda não são de nada. Deveriam seguir o exemplo do senador Suplicy que pode andar à vontade de cueca pra fora das calças pelos salões do Congresso Nacional. Mas não seja simplório ao ponto de achar que está faltando know how pra essa turma do DEM. Salvo honrosas exceções são todos do ramo.
Crônica de uma Tragédia Anunciada & Cem Anos de Solidão
Chega a dar comichão nos dentes ver governadores, prefeitos e suas comitivas chegando de helicóptero, com ares de Indiana Jones e frases de efeito na ponta das suas línguas compridas e sujas, nos locais das tragédias pelas quais eles são os maiores responsáveis.
Sérgio Cabral desceu num "porto seguro" de uma nesga de praia que sobrou da Angra dos Reis e escarrou na boca dos microfones com força suficiente para atingir as telas das emissoras de TV que o seguiam diligentemente: "É a crônica de uma tragédia anunciada!".
Anunciada por quem, ó versão chinfrim de Gabriel García Márques, modelito Rio Olímpico?!? O meu amigo de fé, irmão, camarada, jornalista Remy Gorga Filho - tradutor preferido do notável escritor colombiano para a língua portuguêsa - nunca te deu essas confianças; jamais pensou que sua tradução um dia cairia em mãos tão ineptas e conspurcantes.
Sorte tua, Cabral que Remy Gorga esteja morando em Quito, no Equador. Se por aqui estivesse, ele te mandaria dobrar a língua antes de usar a orelha do livro em que García Marques anuncia no primeiro parágrafo de sua obra a morte do jovem Santiago Nasar, morto a facadas pelos gêmeos Pedro e Pablo, irmãos de Ângela Vicário - a quem o rapaz teria desonrado.
De minha parte, eu te condenaria a Cem Anos de Solidão. A condenação - sem perdão - seria em razão de que, assim como Ângela escolheu Santiago como bode expiatório do amante que lhe fez bem, tu elegeste as vítimas de Angra dos Reis para esconder o culpado pelas mortes e pelo apocalipse que te aventuraste a visitar dois dias depois que a enxurrada parou.
Cem anos de solidão... Pouco, muito pouco, para vilanias desse tipo.
Sérgio Cabral desceu num "porto seguro" de uma nesga de praia que sobrou da Angra dos Reis e escarrou na boca dos microfones com força suficiente para atingir as telas das emissoras de TV que o seguiam diligentemente: "É a crônica de uma tragédia anunciada!".
Anunciada por quem, ó versão chinfrim de Gabriel García Márques, modelito Rio Olímpico?!? O meu amigo de fé, irmão, camarada, jornalista Remy Gorga Filho - tradutor preferido do notável escritor colombiano para a língua portuguêsa - nunca te deu essas confianças; jamais pensou que sua tradução um dia cairia em mãos tão ineptas e conspurcantes.
Sorte tua, Cabral que Remy Gorga esteja morando em Quito, no Equador. Se por aqui estivesse, ele te mandaria dobrar a língua antes de usar a orelha do livro em que García Marques anuncia no primeiro parágrafo de sua obra a morte do jovem Santiago Nasar, morto a facadas pelos gêmeos Pedro e Pablo, irmãos de Ângela Vicário - a quem o rapaz teria desonrado.
De minha parte, eu te condenaria a Cem Anos de Solidão. A condenação - sem perdão - seria em razão de que, assim como Ângela escolheu Santiago como bode expiatório do amante que lhe fez bem, tu elegeste as vítimas de Angra dos Reis para esconder o culpado pelas mortes e pelo apocalipse que te aventuraste a visitar dois dias depois que a enxurrada parou.
Cem anos de solidão... Pouco, muito pouco, para vilanias desse tipo.
Nas ondas da hipocrisia
O quanto me permite de liberdade de expresão essa democracia dos calamares implantada no Brasil Da Silva, eu a tenho usado para expressar a ojeriza, a aversão que me provoca um dos piores traços do perfil de Luiz Inácio Lula da Silva: a hipocrisia.
Ele pode até ser um homem bom, mas não tem conseguido ser um homem de bem. Pessoalmente, há muitos anos, eu o conheço de uma breve entrevista radiofônica que fiz com ele lá por 1995, 96 na rádio Universidade Católica da cidade de Pelotas - uma pátria pequena que deixei lá no Sul.
Foi então, comigo e com meus ouvintes, um sindicalista simpático, extrovertido, inteligente nas respostas e no jeito de me levar a fazer as perguntas que ele queria e sabia responder. Virei plataforma de lançamento de suas idéias, como todo repórter que conheço aqui no Brasil ou de qualquer Financial Times pelo mundo afora.
Hoje, eu o conheço dos jornais, das revistas, de rádios, das TVs de todos os canais, inclusive daquela que ele criou para si mesmo e seus apóstolos e, é claro, do imperdível Café com o Presidente - fonte luminosa de todas as segundas-feiras do mais profundo humor negro de todas as nações e governos do universo.
O que percebo em Lula, desde lá até hoje, é que ele tem tido muito mais trabalho em apresentar-se como um homem de bem do que seria normal esforçar-se para ser um homem bom.
Na prática, palanque após palanque, ele acaba se enquadrando no que Francis Bacon conceitua a páginas tantas de sua obra Ornamenta Rationalia: "...o mau, quando se finge de bom, é péssimo". Tem sido assim. Desde que subiu a rampa. Com horrorosas exceções.
De todos os malfeitos - dentre os bem feitos que Lula tem cometido - nenhum é tão grande como aquele que nos enfia goela abaixo quando mais nos engana, mais trata de aparentar bondade.
Lula não precisaria ser assim, como dizia Vitor Hugo diante de um dissimulado, "um miserável hermafrodita do mal". Não precisaria, mas quem acende uma vela pra Deus e outra pro diabo, só pode ser assim.
Lula, melhor do que ninguém, sabe disso. Mas, ainda assim dissimula, engana, mente. Com a mais nua e crua sinceridade, rememorando o Lula da porta da fábrica onde talvez tenha deixado o melhor pedaço de sua vida, sinto que seria melhor para o Brasil que ele reconhecesse mais seus erros, suas falhas, coisa natural dos humanos, do que se valesse da hipocrisia para travestir-se de deus brasileiro.
Essa repulsa pelo que a política e o gosto desmedido pelo poder fizeram com o caráter de Luiz Inácio Lula da Silva, tem me levado a ser um sistemático e desorganizado crítico feroz do governo que Lula comete no Brasil.
De tal forma tem sido assim que - como antes me julgavam petista, quando atacava FHC e seu governo nhénhénhém - hoje me consideram tucano, DEMoníaco, brizoleiro ou coisa que o valha, pelo fato de deplorar o cinismo e a prepotente hipocrisia do mestre Lula e seus apóstolos. Nem isso, nem aquilo.
Por natureza, sou portador de liberdade. Sou viciado em liberdade de credo, de pensamento, de expressão.
O que mais me fere na hipocrisia é que o hipócrita mostra aos outros o caminho que eles próprios não seguem. Essa arte da dissimulação é, no entanto, tão dificil de ser identificada em um homem, pior ainda, em um líder carismático assim como Lula, que acaba se tornando invisível aos olhos "das pessoas comuns" como gosta de nos tratar o nosso presidente da sua própria República.
Ao acompanhar Lula tão de perto e assim tão à distância, acabei enveredando - reconheço agora - justamente pelo caminho que ele quer que seus críticos sigam. Lula é artimanhoso. Tem um faro notável como os de um cão-guia que leva os cegos com uma sensação de segurança e fidelidade incríveis.
Vale para ele, mais do que para nenhuma outra pessoa comum ou não-comum no mundo, o conceito do "falem mal, mas falem de mim". Ninguém na história desse país, em momento algum, através dos tempos, teve tanta exposição sob os holofotes da fama.
É ali que Lula - o epíteto de um ser marítimo - sabe navegar, com o engenho e a arte que lhe garantem não naufragar nas ondas da popularidade.
Vejo agora que, como naquela entrevista de 1900 e antigamente, estou sendo apenas um dos muitos remos que levam sua galera ao destino que ele traçou para uma das maiores e mais crédulas nações do universo. O destino que ele quer.
O Brasil é a primeira grande aventura desse, tipo assim, hodierno Marco Polo - que já conhece o mundo que, de tanto ser por ele visitado, já o reconhece de velhos tempos, de outros carnavais. Pois esse mundão tem sido a sua segunda grande odisséia. Nem Ulysses, nem Gulliver. Marco Polo que, se não foi gigante, também para pigmeu não se prestava.
Eis que me acode, alhures, uma cabeça de Medusa; solto as cobras, deixou que vocês vejam o pau e abandono, por um tempo, a nau dos insensatos da mídia que ousa cruzar os caminhos desse grande navegador da ainda um pouco nossa pátria amada, idolatrada.
Lanço agora minha âncora na beira do cais, junto à platéia que se fascina com as narrativas fantásticas dos feitos e malfeitos realizados e dos que ainda, mesmo que já inaugurados, estão à espera de suas pedras fundamentais.
Faço-o muito menos por fastio e muito mais pela fome de não ser um instrumento útil, por dimunto que o seja, para os desígnios de quem tem um talento desmedido para tirar proveito do jornalismo que tanto lhe causa azia.
E então calado, com um pé atrás da turma do gargarejo, vou acreditar que essse homem pode ser bom e ser um homem de bem. Vou ver se agüento. E nesse meio tempo, vou exercitando minha plena liberdade de credo, pensamento e expressão. Com direito até, quem sabe, a uma boa e sonora vaia - o aplauso de quem não gosta.
Acho que resisto. Vou usar o expediente de tomar sistematicamente, a cada aparição do contador de histórias, uma boa dose de Sal de Fruta Eno. É que, com fruto do mar, de uns oito anos pra cá, passei a ter azia e má-digestão.
RODAPÉ - Pare, olhe e pense só um pouquinho, você aí seu filho da pauta: fique até 2 de outubro sem falar no mestre Lula e seus apóstolos. Deixe a exposição do governo só para os organismos oficiais, o Ministério da Verdade e os horários partidários gratuitos. Deixe para eles a missão de iluminar o governo. Apague os holofotes. Aguarde apenas o que vão dizer os porta-vozes palacianos. Espere as eleições e veja no que vai dar a campanha de um poste para a Presidência da República. Faça isso, mas se sentir o perigo de ficar desempregado, volte à pauta normal.
Ele pode até ser um homem bom, mas não tem conseguido ser um homem de bem. Pessoalmente, há muitos anos, eu o conheço de uma breve entrevista radiofônica que fiz com ele lá por 1995, 96 na rádio Universidade Católica da cidade de Pelotas - uma pátria pequena que deixei lá no Sul.
Foi então, comigo e com meus ouvintes, um sindicalista simpático, extrovertido, inteligente nas respostas e no jeito de me levar a fazer as perguntas que ele queria e sabia responder. Virei plataforma de lançamento de suas idéias, como todo repórter que conheço aqui no Brasil ou de qualquer Financial Times pelo mundo afora.
Hoje, eu o conheço dos jornais, das revistas, de rádios, das TVs de todos os canais, inclusive daquela que ele criou para si mesmo e seus apóstolos e, é claro, do imperdível Café com o Presidente - fonte luminosa de todas as segundas-feiras do mais profundo humor negro de todas as nações e governos do universo.
O que percebo em Lula, desde lá até hoje, é que ele tem tido muito mais trabalho em apresentar-se como um homem de bem do que seria normal esforçar-se para ser um homem bom.
Na prática, palanque após palanque, ele acaba se enquadrando no que Francis Bacon conceitua a páginas tantas de sua obra Ornamenta Rationalia: "...o mau, quando se finge de bom, é péssimo". Tem sido assim. Desde que subiu a rampa. Com horrorosas exceções.
De todos os malfeitos - dentre os bem feitos que Lula tem cometido - nenhum é tão grande como aquele que nos enfia goela abaixo quando mais nos engana, mais trata de aparentar bondade.
Lula não precisaria ser assim, como dizia Vitor Hugo diante de um dissimulado, "um miserável hermafrodita do mal". Não precisaria, mas quem acende uma vela pra Deus e outra pro diabo, só pode ser assim.
Lula, melhor do que ninguém, sabe disso. Mas, ainda assim dissimula, engana, mente. Com a mais nua e crua sinceridade, rememorando o Lula da porta da fábrica onde talvez tenha deixado o melhor pedaço de sua vida, sinto que seria melhor para o Brasil que ele reconhecesse mais seus erros, suas falhas, coisa natural dos humanos, do que se valesse da hipocrisia para travestir-se de deus brasileiro.
Essa repulsa pelo que a política e o gosto desmedido pelo poder fizeram com o caráter de Luiz Inácio Lula da Silva, tem me levado a ser um sistemático e desorganizado crítico feroz do governo que Lula comete no Brasil.
De tal forma tem sido assim que - como antes me julgavam petista, quando atacava FHC e seu governo nhénhénhém - hoje me consideram tucano, DEMoníaco, brizoleiro ou coisa que o valha, pelo fato de deplorar o cinismo e a prepotente hipocrisia do mestre Lula e seus apóstolos. Nem isso, nem aquilo.
Por natureza, sou portador de liberdade. Sou viciado em liberdade de credo, de pensamento, de expressão.
O que mais me fere na hipocrisia é que o hipócrita mostra aos outros o caminho que eles próprios não seguem. Essa arte da dissimulação é, no entanto, tão dificil de ser identificada em um homem, pior ainda, em um líder carismático assim como Lula, que acaba se tornando invisível aos olhos "das pessoas comuns" como gosta de nos tratar o nosso presidente da sua própria República.
Ao acompanhar Lula tão de perto e assim tão à distância, acabei enveredando - reconheço agora - justamente pelo caminho que ele quer que seus críticos sigam. Lula é artimanhoso. Tem um faro notável como os de um cão-guia que leva os cegos com uma sensação de segurança e fidelidade incríveis.
Vale para ele, mais do que para nenhuma outra pessoa comum ou não-comum no mundo, o conceito do "falem mal, mas falem de mim". Ninguém na história desse país, em momento algum, através dos tempos, teve tanta exposição sob os holofotes da fama.
É ali que Lula - o epíteto de um ser marítimo - sabe navegar, com o engenho e a arte que lhe garantem não naufragar nas ondas da popularidade.
Vejo agora que, como naquela entrevista de 1900 e antigamente, estou sendo apenas um dos muitos remos que levam sua galera ao destino que ele traçou para uma das maiores e mais crédulas nações do universo. O destino que ele quer.
O Brasil é a primeira grande aventura desse, tipo assim, hodierno Marco Polo - que já conhece o mundo que, de tanto ser por ele visitado, já o reconhece de velhos tempos, de outros carnavais. Pois esse mundão tem sido a sua segunda grande odisséia. Nem Ulysses, nem Gulliver. Marco Polo que, se não foi gigante, também para pigmeu não se prestava.
Eis que me acode, alhures, uma cabeça de Medusa; solto as cobras, deixou que vocês vejam o pau e abandono, por um tempo, a nau dos insensatos da mídia que ousa cruzar os caminhos desse grande navegador da ainda um pouco nossa pátria amada, idolatrada.
Lanço agora minha âncora na beira do cais, junto à platéia que se fascina com as narrativas fantásticas dos feitos e malfeitos realizados e dos que ainda, mesmo que já inaugurados, estão à espera de suas pedras fundamentais.
Faço-o muito menos por fastio e muito mais pela fome de não ser um instrumento útil, por dimunto que o seja, para os desígnios de quem tem um talento desmedido para tirar proveito do jornalismo que tanto lhe causa azia.
E então calado, com um pé atrás da turma do gargarejo, vou acreditar que essse homem pode ser bom e ser um homem de bem. Vou ver se agüento. E nesse meio tempo, vou exercitando minha plena liberdade de credo, pensamento e expressão. Com direito até, quem sabe, a uma boa e sonora vaia - o aplauso de quem não gosta.
Acho que resisto. Vou usar o expediente de tomar sistematicamente, a cada aparição do contador de histórias, uma boa dose de Sal de Fruta Eno. É que, com fruto do mar, de uns oito anos pra cá, passei a ter azia e má-digestão.
RODAPÉ - Pare, olhe e pense só um pouquinho, você aí seu filho da pauta: fique até 2 de outubro sem falar no mestre Lula e seus apóstolos. Deixe a exposição do governo só para os organismos oficiais, o Ministério da Verdade e os horários partidários gratuitos. Deixe para eles a missão de iluminar o governo. Apague os holofotes. Aguarde apenas o que vão dizer os porta-vozes palacianos. Espere as eleições e veja no que vai dar a campanha de um poste para a Presidência da República. Faça isso, mas se sentir o perigo de ficar desempregado, volte à pauta normal.
Os Mandões
Deu no Jornal O Globo: Tarso Genro diz que Dilma não é mandona. O reconhecido mandão da Justiça de Lula tem plena liberdade de dizer o que bem entende. Ele já disse, por exemplo, que Cesare Battisti é um refugiado político e não o assassino comum como foi julgado e condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana, em todas as instâncias.
3 de jan. de 2010
Bola Genérica
Enquanto a janela está aberta.
Moisés Pereira
Porto Alegre
Passadas as festas sazonais, uma nova temporada começa no futebolbrasileiro e a tônica deste período são as contratações para reforçaras equipes que disputarão os próximos certames.
Logo começarão os certames regionais espremidos no calendário mascheios de aumentativos. Assim vamos para o gauchão, o paulistão, etc,etc. em busca do primeiro título do ano.
Consultando o gráfico dos sites que tratam de dispensas e contratações nos grandes clubes brasileiros não há nada espetacular em matéria de nomes de impacto quepossam empolgar e antecipar a formação de uma grande equipe para 2010. A tônica tem sido a troca de nomes nas equipes com algumas particularidades.
O Timão corintiano confia na experiência paraencarar a Libertadores e agrega ao seu elenco dos rodados Ronaldo,William e Asessandro, mais Yarley, Roberto Carlos, Tcheco e Danilo.É uma experiência que pode dar certo, especialmente em competiçõescurtas e quando prioriza-se uma competição.
O Campeão Flamengo, sem bala na agulha, e agora dirigido por uma presidente perdeu Airton e namora Vagner Love. Mantém a base, o que já é meio caminho andado.
É o mesmo caso do Inter que importou um treinador uruguaio e confia no seu elenco de 2009. O meu Grêmio negocia Max Lopes, depositou 1,5 mi de euros para comprar uma briga na justiça e tentar ganhar um trôco. O pior seria ter de ficar com a "Barbie" mais um ano. As contratações de Leandro, Hugo e Borges não chegam a entusiasmar, mas trocados por Herrera, Perea e Renato já é lucro.
O São Paulo, que tem tradição de montar grandes elencos também recorre ao veterano Marcelinho Paraíba, além de fichar Fernandinho, este sim uma promessa.
Para começar o ano essas especulações ocupam o noticiário e enquanto a janela de transferências para os mercados fortes estiver aberta, resta esperar porque qualquer Benfica da vida pode levar a todo momento nossos mais destacados "craques". No sul Sandro, Douglas Costa, Rever, estão de sobreaviso.
Fora do futebol as novidades de sempre. . . os quenianos ganharam a São Silvestre; Schumacher vai ser a novidade da Fórmula-1 de 2010; Marta vai ser a melhor do mundo no "naipe" feminino, e Dunga vai ser "campeão moral" na África.
O Vice e o Mercado Futuro
A manchete está mais para especulação do que para notícia. Diz que Hélio Costa pode ser vice de Dilma. A chamada não conta que Henrique Meirelles - que manda no Banco Central e no fazendeiro Guido Mantega - não quis ser o primeiro-amo de dona Roucheffe da Casa Civil.
E o corpo da notícia não fala que todos os passos de Hélio Costa - o antigo correspondente de guerra nas estrelas da Globo - são dados pelos campos minados de Aécio Neves. Costa depende do que o neto de Tancredo decidir de verdade.
Meirelles rechaçou os pedidos palacianos de ser vice da mãe do PAC porque no governo pós-Lula que se aproxima vai cair a máscara da economia brasileira. E a cara é feia.
Nesse futuro mercado, vamos importar o que não podemos pagar e encher o mundo lá fora só com bugigangas. Mais ou menos o avesso do que vai acontecer com a China. Bem, o que será de Meirelles... Só alguns goianos não estão se lixando para isso. (Blog Liberdade de Expressão).
E o corpo da notícia não fala que todos os passos de Hélio Costa - o antigo correspondente de guerra nas estrelas da Globo - são dados pelos campos minados de Aécio Neves. Costa depende do que o neto de Tancredo decidir de verdade.
Meirelles rechaçou os pedidos palacianos de ser vice da mãe do PAC porque no governo pós-Lula que se aproxima vai cair a máscara da economia brasileira. E a cara é feia.
Nesse futuro mercado, vamos importar o que não podemos pagar e encher o mundo lá fora só com bugigangas. Mais ou menos o avesso do que vai acontecer com a China. Bem, o que será de Meirelles... Só alguns goianos não estão se lixando para isso. (Blog Liberdade de Expressão).
2 de jan. de 2010
Cúpula Nacional da Fidelidade Canina
Essa Cúpula Nacional de Comunicação que o governo Lula realizou com seus mais fiéis seguidores, foi puro ranço. Ranço de um governo que só acredita na imprensa quando ela diz o que ele quer, o que ele patrocina. Imprensa boa, é a que serve a História Oficial. Essa não dá azia.
A liberdade de expressão é a faculdade de fazer o que a lei permite. Resguardado o conceito de que tudo aquilo que não é proibido é permitido. Ponto. O Brasil tem lei que trata disso.
Nenhum jornalista, nenhum jornal, nenhum espaço de comunicação social precisa mais do que isso. Não será, pois, o Ministério da Verdade, do apóstolo Franklin Martins que - para agradar ao mestre Lula do Brasil Da Silva, irá dizer para o país o que é liberdade de imprensa.
O que o governo precisa saber é que a liberdade é tão inevitável quanto útil ao homem, em particular e ao povo, em geral. Não venham, pois, querendo cupular a essência da liberdade de expressão a que todos têm direito, com esses trejeitos de versões que alteram as entrelinhas.
Não venham colocar perigo na liberdade que, mesmo navegando em águas instigantes e revoltas, é sempre o porto mais seguro de uma democracia.
Não será, pois, o elenco de santos do pau ôco que, por sentir-se acima do bem e do mal, irá julgar que o livre-arbítrio inerente à espécie humana não foi a abdicação da força que criou o universo, mas uma graça que o neomestre Lula do Brasil Da Silva quer conceder por inteiro aos seus ungidos apóstolos e dá-las aos bocados para quem sobrar.
Essa Cúpula Nacional de Comunicação, cupulada pelo governo e seus paus-mandados, só serviu para mostrar com toda a clareza indesejada pelos membros virís oficiais, que os caminhos da liberdade são muito mais facilmente obstruídos pelos que têm fidelidade canina aos seus senhores do que por aqueles que podem mandar.
Se esses cães fiéis do regime oficial se dessem conta de que os excessos cometidos pela liberdade de expressão fazem hodiosa a imprensa, nem pensariam em sair por aí cupulando regras e mordaças para aplicar naqueles que não pensam, nem querem pensar como eles.
Eles podem não saber, mas a sociedade sabe: a liberdade de expressão é necessária à vida das democracias, por calamares que sejam. Quem procura na liberdade, como eles andam procurando, outra coisa que não seja a liberdade... merece mesmo ser apenas o melhor amigo do homem: um cão fiel. E nada mais. (Do blog Liberdade de Expressão)
A liberdade de expressão é a faculdade de fazer o que a lei permite. Resguardado o conceito de que tudo aquilo que não é proibido é permitido. Ponto. O Brasil tem lei que trata disso.
Nenhum jornalista, nenhum jornal, nenhum espaço de comunicação social precisa mais do que isso. Não será, pois, o Ministério da Verdade, do apóstolo Franklin Martins que - para agradar ao mestre Lula do Brasil Da Silva, irá dizer para o país o que é liberdade de imprensa.
O que o governo precisa saber é que a liberdade é tão inevitável quanto útil ao homem, em particular e ao povo, em geral. Não venham, pois, querendo cupular a essência da liberdade de expressão a que todos têm direito, com esses trejeitos de versões que alteram as entrelinhas.
Não venham colocar perigo na liberdade que, mesmo navegando em águas instigantes e revoltas, é sempre o porto mais seguro de uma democracia.
Não será, pois, o elenco de santos do pau ôco que, por sentir-se acima do bem e do mal, irá julgar que o livre-arbítrio inerente à espécie humana não foi a abdicação da força que criou o universo, mas uma graça que o neomestre Lula do Brasil Da Silva quer conceder por inteiro aos seus ungidos apóstolos e dá-las aos bocados para quem sobrar.
Essa Cúpula Nacional de Comunicação, cupulada pelo governo e seus paus-mandados, só serviu para mostrar com toda a clareza indesejada pelos membros virís oficiais, que os caminhos da liberdade são muito mais facilmente obstruídos pelos que têm fidelidade canina aos seus senhores do que por aqueles que podem mandar.
Se esses cães fiéis do regime oficial se dessem conta de que os excessos cometidos pela liberdade de expressão fazem hodiosa a imprensa, nem pensariam em sair por aí cupulando regras e mordaças para aplicar naqueles que não pensam, nem querem pensar como eles.
Eles podem não saber, mas a sociedade sabe: a liberdade de expressão é necessária à vida das democracias, por calamares que sejam. Quem procura na liberdade, como eles andam procurando, outra coisa que não seja a liberdade... merece mesmo ser apenas o melhor amigo do homem: um cão fiel. E nada mais. (Do blog Liberdade de Expressão)
CPMF já!
O CUPIM E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Se não aparecer nenhuma excrescência legal até 2 de outubro, então está começando mesmo o último ano da Série Lula, O Filho do Brasil.
Se, no entanto, como acontece com naturalidade, surgir nas costas nacionais uma berruga como aquele cupim que nasce no lombo do boi zebu, pode apenas estar começando o ensaio da fita pornô Lula III.
Se for realmente o início do fim dessa novela de dois grandes e demorados capítulos, Lula do Brasil Da Silva deixará o poder, por algum tempo, amargando duas grandes frustrações: a primeira é não ter realizado o referendo popular que lhe daria o 3° mandato; a outra, o fim inexorável de sua grande paixão, a CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.
Lula até hoje não dorme direito por causa dos pesadelos que têm com aquela fragorosa derrota atravessada na garganta. É o sapo que ele não consegue engolir.
Em homenagem ao mais popular, influente, confiável, bonito e simpático presidente da História do Brasil, propõe-se em regime de urgência, urgentíssima, a recriação do Imposto do Cheque. Só para dar uma grande e final alegria ao presidente. Só para que ele não vá para casa ruminando essa mágoa de ter perdido uma parada grande para a medíocre oposição.
Não é loucura. Nem delírio pela simples liberdade, liberdade! Há razões para isso: uma delas, mestre Lula não deixaria o governo frustrado; a outra, quando começasse a ter azia, já não seria mais presidente, apenas uma pessoa comum nessa República.
É que a CPMF renasceria agora como garantia de saúde para a liberdade de expressão; ressurgiria como atestado e receita para o jornalismo impresso e eletrônico, já que tudo que cai na rede web é peixe e não morre sufocado pelo poder dos patrões, súditos dos patrocinadores.
A CPMF – entendam a importância de seu utópico renascimento – é a tábua de salvação do jornalismo impresso em jornais e revistas, falado e mostrado em rádios, telinhas e telões.
Nada mais que 0,1% dos cheques que rolam por aí seria destinado ao mundo da notícia que – internet fora dessa – chega ao inconsciente coletivo, formando opinião, com ares de grandes e incontestes fatores de transformações sociais.
O público, a sociedade, a nação seriam a salvaguarda contra a censura que o jornalismo sofre hoje a partir de suas redações, de suas reuniões de pauta, das salas dos donos dos jornais, das revistas, das emissoras de TV que – como empresas comerciais – não podem prescindir do lucro nem das vontades que seus patrocinadores determinam. Na verdade, ditam.
A liberdade de expressão é o jogo de cintura de repórteres, comentaristas, colunistas, chefes de reportagem, editores e editorias, que bailam na curva onde começa o desejo dos patrocinadores.
E ninguém tem mais charme e veneno do que o governo na hora de tirar pra dançar os proprietários de veículos de comunicação. Mais até do que veneno e charme, o governo tem a chave do cofre.
É o maior anunciante do país, em todos os mais baixos níveis da política e do “interesse nacional”: governos municipais, estaduais e federal. Tem dinheiro de sobra para fazer do noticiário a sua moeda de troca pelo que lhe importa, deseja e quer.
Patrocina consciências, pesquisas, dados, opiniões; cria paraísos a sua imagem e semelhança; compra simpatia, inaugura o que é apenas promessa; passa alhos por bugalhos; manda na isenção; influencia no emprego e desemprego de quem ouse cumprir a missão de fiscalizar, estudar e revelar a coisa pública como é a coisa pública. E assim é que é assim com todas as melhores casas do ramo.
No caso de Lula, não se guarda o menor rancor. A gente entende. Faz sentido. Ele tem azia quando lê jornais. Seu refluxo, no entanto, permanece inalterado quando lê os AI-5 que edita à granja do torto e direita em forma de medidas provisórias, sempre em nome da democracia calamar que as burras públicas podem patrocinar como selo de garantia para as três falsas verdades do Estado do Brasil da Silva: liberdade de credo, de pensamento e de expressão.
Então, no caso de não haver nenhum cupim em formação por aí, para que Lula não esteja começando seu último ano de governo com a sensação de azia, má digestão e frustração com a derrota da CPMF doendo-lhe no peito como "uma facada nas costas", propõe-se aqui e agora em caráter de urgência, urgentíssima o ressurgimento glorioso do Imposto do Cheque.
Com ele, os filhos da pauta seriam os arautos tão somente do respeitável público, ansioso de saber a verdade, angustiado pelo prazer ler notícias sem ter engulhos. Arautos dos leitores e de ninguém mais. E assim, enfim, o jornalismo opinativo com suas entrelinhas seria o soberano da verdade nua e crua, num país onde o rei não estaria nu.
CPMF já! O povo pagaria esse imposto com prazer, só para poder escolher em quem acreditar.
Enquanto jornais, revistas e TVs forem casas comerciais de informação, não há esperança de vida para a verdade-verdadeira, nem para a liberdade de expressão. Então, CPMF já!
RODAPÉ - Fosse destro, o Sanatório da Notícia daria um dedo mindinho da mão esquerda se, com a nova CPMF, os institutos de pesquisa durassem um dia a mais na vida desse país revelando pesquisas sob encomenda de seus patrocinadores oficiais.
Se não aparecer nenhuma excrescência legal até 2 de outubro, então está começando mesmo o último ano da Série Lula, O Filho do Brasil.
Se, no entanto, como acontece com naturalidade, surgir nas costas nacionais uma berruga como aquele cupim que nasce no lombo do boi zebu, pode apenas estar começando o ensaio da fita pornô Lula III.
Se for realmente o início do fim dessa novela de dois grandes e demorados capítulos, Lula do Brasil Da Silva deixará o poder, por algum tempo, amargando duas grandes frustrações: a primeira é não ter realizado o referendo popular que lhe daria o 3° mandato; a outra, o fim inexorável de sua grande paixão, a CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.
Lula até hoje não dorme direito por causa dos pesadelos que têm com aquela fragorosa derrota atravessada na garganta. É o sapo que ele não consegue engolir.
Em homenagem ao mais popular, influente, confiável, bonito e simpático presidente da História do Brasil, propõe-se em regime de urgência, urgentíssima, a recriação do Imposto do Cheque. Só para dar uma grande e final alegria ao presidente. Só para que ele não vá para casa ruminando essa mágoa de ter perdido uma parada grande para a medíocre oposição.
Não é loucura. Nem delírio pela simples liberdade, liberdade! Há razões para isso: uma delas, mestre Lula não deixaria o governo frustrado; a outra, quando começasse a ter azia, já não seria mais presidente, apenas uma pessoa comum nessa República.
É que a CPMF renasceria agora como garantia de saúde para a liberdade de expressão; ressurgiria como atestado e receita para o jornalismo impresso e eletrônico, já que tudo que cai na rede web é peixe e não morre sufocado pelo poder dos patrões, súditos dos patrocinadores.
A CPMF – entendam a importância de seu utópico renascimento – é a tábua de salvação do jornalismo impresso em jornais e revistas, falado e mostrado em rádios, telinhas e telões.
Nada mais que 0,1% dos cheques que rolam por aí seria destinado ao mundo da notícia que – internet fora dessa – chega ao inconsciente coletivo, formando opinião, com ares de grandes e incontestes fatores de transformações sociais.
O público, a sociedade, a nação seriam a salvaguarda contra a censura que o jornalismo sofre hoje a partir de suas redações, de suas reuniões de pauta, das salas dos donos dos jornais, das revistas, das emissoras de TV que – como empresas comerciais – não podem prescindir do lucro nem das vontades que seus patrocinadores determinam. Na verdade, ditam.
A liberdade de expressão é o jogo de cintura de repórteres, comentaristas, colunistas, chefes de reportagem, editores e editorias, que bailam na curva onde começa o desejo dos patrocinadores.
E ninguém tem mais charme e veneno do que o governo na hora de tirar pra dançar os proprietários de veículos de comunicação. Mais até do que veneno e charme, o governo tem a chave do cofre.
É o maior anunciante do país, em todos os mais baixos níveis da política e do “interesse nacional”: governos municipais, estaduais e federal. Tem dinheiro de sobra para fazer do noticiário a sua moeda de troca pelo que lhe importa, deseja e quer.
Patrocina consciências, pesquisas, dados, opiniões; cria paraísos a sua imagem e semelhança; compra simpatia, inaugura o que é apenas promessa; passa alhos por bugalhos; manda na isenção; influencia no emprego e desemprego de quem ouse cumprir a missão de fiscalizar, estudar e revelar a coisa pública como é a coisa pública. E assim é que é assim com todas as melhores casas do ramo.
No caso de Lula, não se guarda o menor rancor. A gente entende. Faz sentido. Ele tem azia quando lê jornais. Seu refluxo, no entanto, permanece inalterado quando lê os AI-5 que edita à granja do torto e direita em forma de medidas provisórias, sempre em nome da democracia calamar que as burras públicas podem patrocinar como selo de garantia para as três falsas verdades do Estado do Brasil da Silva: liberdade de credo, de pensamento e de expressão.
Então, no caso de não haver nenhum cupim em formação por aí, para que Lula não esteja começando seu último ano de governo com a sensação de azia, má digestão e frustração com a derrota da CPMF doendo-lhe no peito como "uma facada nas costas", propõe-se aqui e agora em caráter de urgência, urgentíssima o ressurgimento glorioso do Imposto do Cheque.
Com ele, os filhos da pauta seriam os arautos tão somente do respeitável público, ansioso de saber a verdade, angustiado pelo prazer ler notícias sem ter engulhos. Arautos dos leitores e de ninguém mais. E assim, enfim, o jornalismo opinativo com suas entrelinhas seria o soberano da verdade nua e crua, num país onde o rei não estaria nu.
CPMF já! O povo pagaria esse imposto com prazer, só para poder escolher em quem acreditar.
Enquanto jornais, revistas e TVs forem casas comerciais de informação, não há esperança de vida para a verdade-verdadeira, nem para a liberdade de expressão. Então, CPMF já!
RODAPÉ - Fosse destro, o Sanatório da Notícia daria um dedo mindinho da mão esquerda se, com a nova CPMF, os institutos de pesquisa durassem um dia a mais na vida desse país revelando pesquisas sob encomenda de seus patrocinadores oficiais.
1 de jan. de 2010
O LUTO DE ANGRA
Imagem: Site JB
O cheiro dos fogos ainda estava no ar quando a natureza se revoltou e desandou sobre o litoral carioca e Angra dos Reis desabou. A euforia pirotécnica custou aos cofres do Estado do Rio Olímpico nada menos do que R$ 15 milhões que, decerto, farão falta agora para cobrir o luto de Angra. Só não pensem que se trata de uma tragédia exclusivamente carioca: também morreram três pessoas soterradas por deslizamentos em Juiz de Fora e duas na cidade de Cunha, no interior de São Paulo.
Deu no JB:
Jovem é atingido por bala perdida durante Réveillon em Niterói
Estudante de direito, Vinícius Ferreira Ribeiro da Silva, de 19 anos, estava com a família e foi baleado no maxilar. Ele está internado no Hospital das Clínicas de Niterói, mas passa bem.
RODAPÉ - Só mesmo no Rio Olímpico alguém com um tiro no maxilar "passa bem".
RODAPÉ - Só mesmo no Rio Olímpico alguém com um tiro no maxilar "passa bem".
Hélio Costa é cotado para ser vice de Dilma
A primeira possibilidade seria de Costa ser candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, em caso de Aécio recusar ser vice de Serra.
A primeira possibilidade seria de Costa ser candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, em caso de Aécio recusar ser vice de Serra.
RODAPÉ - Hélio Costa faz assim confissão explícita de que em uma disputa pelo governo de Minas Gerais, tendo Aécio Neves por perto, chega fácil em segundo lugar. Assim é que, o seguro morreu de velho: melhor mesmo é ser vice de Dilma Rucheffe da Casa Civil.
O MAL DO PANETONE
O líder inconteste do Escândalo do Panetone, Zé Roberto Arruda não poupou desfaçatez nessa virada de ano. Torrou R$ 700 mil em fogos de artifício e cachês de músicos e artistas. Deu com os burros n'água. O circo montado à guisa de presépio foi uma presepada: tinha menos de 50 mil pessoas. Nunca os festeiros brasilienses foram tão escassos. O panetone foi a azeitona aquela que faz mal depois da feijoada e do porre de ontem.
Do jornal Correio Braziliense: Festa de ano-novo na Esplanada termina com três presos e quatro em coma alcoólico. Por absurdo que possa parecer, Arruda e seus propineiros não foram identificados nesse grupo.
O filme "Lula, O Filho do Brasil" invade o país de cima abaixo. Melhor esperar o lançamento da segunda edição o "Lula II", porque já se sabe o fim dessa aí: o mocinho fica rico, não morre e fica com, digamos, a mocinha.
Deu no JB:
RIO - As armas dos policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) que participaram da operação no Morro da Pedreira, em Costa Barros, quarta-feira de manhã, serão apreendidas e enviadas para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Na ação, morreram uma mulher e dois bandidos. O que os investigadores da 39ª DP (Pavuna) querem saber é de que arma partiram os tiros que mataram a dona de casa Tânia Maria dos Santos, de 39 anos. Ela foi atingida na cabeça enquanto cozinhava em casa. Levada para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, não resistiu.
RODAPÉ - Pronto, os policiais são inocentes.
Do jornal Correio Braziliense: Festa de ano-novo na Esplanada termina com três presos e quatro em coma alcoólico. Por absurdo que possa parecer, Arruda e seus propineiros não foram identificados nesse grupo.
O filme "Lula, O Filho do Brasil" invade o país de cima abaixo. Melhor esperar o lançamento da segunda edição o "Lula II", porque já se sabe o fim dessa aí: o mocinho fica rico, não morre e fica com, digamos, a mocinha.
Deu no JB:
RIO - As armas dos policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) que participaram da operação no Morro da Pedreira, em Costa Barros, quarta-feira de manhã, serão apreendidas e enviadas para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Na ação, morreram uma mulher e dois bandidos. O que os investigadores da 39ª DP (Pavuna) querem saber é de que arma partiram os tiros que mataram a dona de casa Tânia Maria dos Santos, de 39 anos. Ela foi atingida na cabeça enquanto cozinhava em casa. Levada para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, não resistiu.
RODAPÉ - Pronto, os policiais são inocentes.
Datafolheando
Deu e bem dado, no jornal Folha de S. Paulo:
Presidente Lula é o brasileiro mais confiável, aponta pesquisa
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a pessoa mais confiável para os brasileiros, segundo ranking com 27 personalidades elaborado pelo Datafolha, informa a reportagem de Fernando Barros de Melo (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Segundo a reportagem, Lula está à frente de apresentadores de TV como William Bonner e Silvio Santos, do padre Marcelo Rossi e de cantores como Roberto Carlos e Chico Buarque.
Os 11.258 entrevistados, de 14 a 18 de dezembro, deram nota de 0 (menos confiável) a 10 (mais confiável) às personalidades apresentadas. Lula lidera a lista, com nota média de 7,9.
Além disso, 39% dos brasileiros deram nota 10 ao presidente, contra 4% que lhe deram 0. Lula é mais admirado no Nordeste, com nota média de 8,74, contra 7,14 no Sul e 7,57 no Sudeste.
Entre os mais escolarizados e mais ricos, o presidente fica em quinto. Nesse recorte, Chico Buarque lidera, seguido por William Bonner, Caetano Veloso e Roberto Carlos.
RODAPÉ - O Brasil tem 190 milhões - ou mais - de habitantes. Quase 15 milhões são portadores de bolsa-família; outro tanto é de militantes do governo; só o PT tem mais que isso. É pouco provável que o levantamento tenha sido feito só com petistas, funcionários do governo e bolsa-familiares. Mas é bem provável, no entanto, que seja por isso mesmo que nunca uma pesquisa dessas foi feita aí na rua onde você mora há mais de 30 anos. A equipe aqui do Sanatório da Notícia acha você bem mais confiável. Mas isso não conta: você não é nenhuma personalidade aos olhos de quem continua balançando a pança e comandando a massa.
Presidente Lula é o brasileiro mais confiável, aponta pesquisa
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a pessoa mais confiável para os brasileiros, segundo ranking com 27 personalidades elaborado pelo Datafolha, informa a reportagem de Fernando Barros de Melo (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Segundo a reportagem, Lula está à frente de apresentadores de TV como William Bonner e Silvio Santos, do padre Marcelo Rossi e de cantores como Roberto Carlos e Chico Buarque.
Os 11.258 entrevistados, de 14 a 18 de dezembro, deram nota de 0 (menos confiável) a 10 (mais confiável) às personalidades apresentadas. Lula lidera a lista, com nota média de 7,9.
Além disso, 39% dos brasileiros deram nota 10 ao presidente, contra 4% que lhe deram 0. Lula é mais admirado no Nordeste, com nota média de 8,74, contra 7,14 no Sul e 7,57 no Sudeste.
Entre os mais escolarizados e mais ricos, o presidente fica em quinto. Nesse recorte, Chico Buarque lidera, seguido por William Bonner, Caetano Veloso e Roberto Carlos.
RODAPÉ - O Brasil tem 190 milhões - ou mais - de habitantes. Quase 15 milhões são portadores de bolsa-família; outro tanto é de militantes do governo; só o PT tem mais que isso. É pouco provável que o levantamento tenha sido feito só com petistas, funcionários do governo e bolsa-familiares. Mas é bem provável, no entanto, que seja por isso mesmo que nunca uma pesquisa dessas foi feita aí na rua onde você mora há mais de 30 anos. A equipe aqui do Sanatório da Notícia acha você bem mais confiável. Mas isso não conta: você não é nenhuma personalidade aos olhos de quem continua balançando a pança e comandando a massa.
Assinar:
Postagens (Atom)