Para quem perdeu mais uma oportunidade de ficar calado, trocar o cargo de presidente da República pela função de cabo eleitoral, não é descer ao fundo do poço da ética e da dignidade. Nuncanessepaís alguém baixou mais o nível do que isso.
"Bichinho palanqueiro" e mantendo o nível acima da lei e da ordem nos mais altos patamares que consegue alcançar, Lula regorgou que Serra está mentindo quando acusa o ínclito e intocável PT de responsabilidade na violação do sigilo de Verônica Allende Serra.
E mantém o nível que lhe convém: “Mentira tem perna curta. Quando começam a procurar alguém para responsabilizar pelo seu próprio fracasso, a coisa fica ruim”. Bem, se é esse o caso, é preciso alguém esclarecer de uma vez por todas se Lula está agachado ou se as suas pernas é que deixam essa nítida impressão.
No mesmo padrão de elevado cabo eleitoral, Lula duvidou até mesmo da própria violação do sigilo fiscal da filha de Serra. E, se fazendo de tonto como só ele sabe, perguntou para a galera em mais um estupro à lei eleitoral: “Cadê o tal de sigilo, que não apareceu até agora? Cadê o vazamento das informações?”.
Ora, ora carambola, não me amola e manda investigar. A Polícia Federal é tão diligente quanto obediente. Logo os tucanos serão desqualificados - que nessa arte o governo é incomparável - e Lula não precisará mais passar a vergonha de ser muito melhor como cabo eleitoral de Dilma do que consegue ser presidente dos brasileiros.
Disso tudo, o que se consegue vislumbrar é o triste quadro de um Brasil governado por um cabo eleitoral, uma postulante que não consegue mandar no seu comitê de campanha, mas quer controlar o país e um tucano que não tem bico pra nada. Isso é que é nível.