Perseguida pelos fantasmas que avoam de tudo quanto é gaveta da Casa d'Irene da Presidência da República dos Calamares, Dilma não tem como usar a tesoura do jeito que gostaria na pauta desses repórteres tão curiosos quanto atrevidos que andam por aí.
Respondendo mais uma vez à lambança protagonizada pela famiglia Guerra no andar de cima do gabinete de Lula, Dilma - ao mesmo tempo que admitia a bandalheira lá dentro, tirava o corpo fora: "Eu não posso responder por ela. Eu não posso ser responsabilizada pelo que faz o filho ou parente de alguém".
Pronto! À primeira vista, uma velada admissão de que não dá mais para esconder a bagunça; a um segundo olhar, a solução simplista e corriqueira bem à moda PT quando sai de banda: para livrar-se de qualquer responsabilidade, basta indicar um ministro de cueca ou calcinha que use filhos e parentes como laranjas. Uma vez descoberta a maracutaia, o criador da criatura não pode ser responsável "pelo que faz o filho ou parente de alguém". Simples assim?
Ledo engano. Na política de hoje no Brasil da Silva, ninguém pode responder pelo que fazem os filhos e parentes de alguém, mas todo mundo é refém de todo mundo. Não se espante com o que vem por aí. Pior do que tá, não fica.
RODAPÉ - Duela a quien duela, Erenice Guerra é um dossiê ambulante para ficar desempregada por muito tempo.