Estava eu dormitando após o almoço eis que, senão quando, de repente e não mais que de repente, me acordei com o timbre estridente e monocórdico de uma versão nacional de Hugo Chávez.
Com a cara e os trejeitos de Dilma Vana, o chavismo invadia minha sala de TV. Lendo com desenvoltura canibalista os escritos do seu improviso no telepromter da TV Lula ela, desfiava com prepotência segura, o que chama de "5 pactos".
Jogava assim, na cara dos brasileiros, uma rosário de baboseiras com ar de bravata, na certeza de que o povo pagará os patos. Saí da sala, escafedi-me.
Resolvi dormitar no quarto, na cama que é lugar quente, com fones de ouvido escutando uma velha versão de Elis Regina do abolerado "Dois pra lá, dois pra cá".
E então, sentindo o frio em minh'alma, me deixei dormir, não sem antes pegar o computador e digitar esta confissão do fundo do coração: "Acredito na justiça sempre que vejo algo parecido com o que Dilma esteve fazendo hoje com o povo brasileiro. Acredito piamente, pois a justiça não pode estar muito longe quando a mentira está tão perto".
Dilma que vá se catar. Vou tirar uma soneca e limpar a consciência de tanta e tão maldita impureza. Aqui, neste quarto, não escuto esse melancólico arremedo de passarinho brasileiro de Hugo Chávez dar um pio sequer. Se der, juro que pego meu estilingue.