MOVIMENTO “PARQUE NEWTON MENDONÇA” RECEBE APOIO DE ILUSTRES PERSONALIDADES DA CULTURA CARIOCA E BRASILEIRA
Por: Marcelo Câmara
Os músicos e compositores Sérgio Ricardo, Roberto Menescal, Tito Madi e a cantora Cris Delanno; o premiado cineasta Walter Lima Júnior, o artista plástico de fama internacional Eduardo Sued e o consagrado arquiteto Marcos Konder Neto; os jornalistas e historiadores Ruy Castro, Zuza Homem de Mello, Tárik de Souza, Ricardo Cravo Albin e Joaquim Ferreira dos Santos - estas são algumas das importantes personalidades do mundo artístico e cultural que já formalizaram seus apoios incondicionais, adesões irrestritas à proposta do jornalista e escritor Marcelo Câmara ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, para que seja denominado PARQUE NEWTON MENDONÇA o Parque da Bossa Nova, a ser construído no bairro carioca do Leblon, como homenagem à arte e à memória do pianista e compositor, falecido há cinquenta anos, primeiro e fundamental parceiro de Tom Jobim, com quem formou a mais importante parceria da Bossa Nova. Marcelo Câmara, biógrafo de Newton Mendonça, idealizou a homenagem e lidera o Movimento “Parque Newton Mendonça”.
O PARQUE NEWTON MENDONÇA é um projeto do arquiteto Jayme Lerner, espaço cultural que irá abrigar cinema, teatro, jardins, restaurante, cafés e um amplo estacionamento para veículos. A proposta da denominação foi feita por Marcelo Câmara, em outubro de 2009, ao Governo do Estado, através da Secretária Estadual de Cultura, Adriana Rattes. “Além da justa e perfeita homenagem, Newton teve uma forte ligação com o Leblon, bairro onde amou e fez boemia. Aguardo confiante, desde então, uma resposta da Secretária ou do Governador” – esclarece Câmara. Newton Mendonça (1927-1960), pianista revolucionário e compositor de vanguarda, foi o primeiro e fundamental parceiro de Tom Jobim, com quem formou a mais importante dupla da Bossa Nova.
Tom Jobim já deu nome ao aeroporto internacional do Rio (Galeão), ao entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, a várias instituições e espaços de cultura e arte da capital fluminense e em vários estados. Newton Mendonça, ao contrário, jamais foi lembrado para nomear sequer uma sala de aula na sua cidade natal ou em qualquer lugar do País. O carioca Newton Mendonça, na opinião de Câmara, é o principal compositor da estética que abalou o país na segunda metade dos anos 1950. Newton Mendonça, menino pobre e órfão, morto precocemente aos 33 anos, em 1960, deixou 35 músicas: 19 de autoria exclusiva (onze continuam inéditas), 15 com Tom (treze gravadas) e 1 com Fernando Lobo. Newton é o criador, com Tom, de clássicos como Desafinado, Samba de uma nota só, Meditação, Discussão, Caminhos cruzados, Foi a noite, Só saudade, Domingo azul do mar, entre outros, além de obras-primas exclusivas como Você morreu pra mim, Verdadeiro amor, Seu amor, você (uma das finalistas do Festival do Rio - As mais belas canções de amor, 1960), Canção do azul, Nuvem, O mar apagou, Canção do pescador (vencedora do primeiro festival de música popular brasileira de âmbito nacional, promovido pela Record, em 1960, no Guarujá, SP) e Quero você, principal tema da trilha do filme Os desafinados, de Walter Lima Júnior.
Das sete músicas de Tom Jobim com mais de dois milhões de execuções no mundo, três são resultado de uma parceria de apenas sete anos com Newton Mendonça, três são de autoria exclusiva de Tom e uma foi feita com Vinicius de Moraes. HOMENAGEM 50 ANOS DEPOIS Em mensagem dirigida às personalidades que se manifestaram publicamente de apoio à proposta da homenagem, o neto de Newton Mendonça, o jovem Victor Lopes de Mendonça e sua mãe, Rosália Lopes de Mendonça, em nome da família do compositor, agradeceram o valioso apoio daqueles artistas, historiadores e jornalistas.
O neto e a nora de Newton escreveram aos apoiadores: “A campanha, promovida e liderada por Marcelo Câmara, emociona, nos honra e enche de orgulho os familiares de Newton Mendonça, cinquenta anos após a sua morte, especialmente ao receber a sua distinta e prestigiosa adesão, quando o seu nome jamais foi gravado em qualquer logradouro, espaço ou instituição pública ou privada, apesar dos esforços anteriores do próprio Marcelo Câmara.” Victor e Rosália Mendonça destacam que, “desde 1994, ininterruptamente, o historiador e crítico Marcelo Câmara se dedica à missão de elevar e divulgar a música e a vida de Newton Mendonça, a Bossa Nova e a Música Brasileira, estando à frente de todas as iniciativas e empreendimentos artístico-culturais neste sentido”. A família registra que, em 1996, Marcelo Câmara eternizou no bronze o nome de Newton Mendonça no local onde existia o seu apartamento na Rua Prudente de Moraes, em Ipanema, onde Newton compôs grande parte de sua obra exclusiva e em parceria com Tom Jobim. No ano seguinte, o jornalista escreveu, dirigiu e apresentou, em Ipanema, o primeiro show sobre a trajetória e a obra do compositor, com os filhos de Newton – Fernando (1959-1999) e Renato Mendonça – e Antônio Nastari.
Em 2001, Marcelo Câmara escreveu o livro Caminhos cruzados – a vida e a música de Newton Mendonça (Mauad) a primeira e única biografia do artista. Idealizou e produziu, no ano seguinte, o CD Caminhos cruzados – Cris Delanno canta Newton Mendonça (Ilha Verde/Albatroz), primeiro e único registro fonográfico, com parte da obra exclusiva de Newton e raridades da parceria New-Tom.
Em 2008, roteirizou, escreveu, produziu, dirigiu e apresentou, no Vinicius Bar Show, em Ipanema, o espetáculo Caminhos cruzados – a música de Newton Mendonça, primeiro e único show profissional que divulgou a vida e as músicas de Newton Mendonça, estrelado por Alan Vergueiro, sobrinho de Newton. Por fim, a família do compositor enfatiza que “Marcelo Câmara tem sido o estudioso, o guardião e arauto, quase que quixotescamente, do pequeno e fundamental patrimônio de vanguarda e beleza deixado por Newton Mendonça para a Música e a Cultura Brasileira. Sempre, sob qualquer suporte, formato ou mídia – jornal, revista, livro, rádio, TV, cinema, vídeo, Internet, palestra, conferência, debate ou workshop – quando Newton Mendonça é lembrado, defendido e dignificado, se evidencia o seu depoimento, a sua presença em primeiro plano”.
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Marcelo Câmara
(Marcelo Nóbrega da Câmara Torres)
Jornalista, escritor, editor e consultor cultural.
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