O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

20 de nov. de 2015

ATO FALHO DE LULA: "EU QUERO SABER SE O
DINHEIRO DO PSDB VEIO DE UMA SACRISTIA"

Sempre falando em milagre, sem dar o nome do santo, Lula fez mais uma palestra dessas suas que custam caro, mas dessa vez sem cachê e sem patrocínio de empreiteiras, no 3° Congresso da Juventude do PT, em Brasília.

O presidente de honra do partido que hoje tem mais garotada e inativos do que trabalhadores, disse na sua mais corriqueira forma impessoal que "andam dizendo que o PT acabou". E disse mais, porém, eu dou uma paradinha aqui, só para registrar que "andam dizendo" é uma pinoia, ó Seu Tramoia!


Os brasileiros, o povo todo anda dizendo. O povo todo, anda dizendo que o PT acabou, menos os petistas. E o PT acabou e não acabou sozinho; acabou porque foi usado e abusado como arma de guerra no assalto sistemático e organizado, não só aos cofres públicos, mas a todos os organismos do Estado. Pronto, falei.

E a fila anda: Lula como sempre faz, quando tem plateia amestrada e embasbacada, bravateou para a "juventude petista" dando uma ordem com feitio de apelo: "Vamos fazer uma pequena surpresa pra eles!". Paro, de novo. Stop.

Como assim "surpresa pra eles"? Eles, quem, cara pálida? Todo e qualquer brasileiro que não se deixou e nem se deixa iludir pelo canto de sereia de um polvo cada vez menor, ou só aqueles que não se deixaram comprar pela "estratégia de coalizão pela governabilidade"?

Mas, Lula é pertinaz quando tem claque organizada pela frente. Lembrou à meninada candidata a pau de galinheiro numa dessas boquinhas ricas do Estado que o PT lulático tomou para si, que para um tal "projeto de 2018" - seja lá o que isso signifique que não seja o Volta Lula - é preciso "construir" o 2016. E, mesmo sem ser dos mais chegados a um banco escolar, deu uma de professor e ensinou: "Importante lembrar que não tem 2018, se não tiver 2016".

Não, não foi ato falho saltitar o 2017. É que, se tudo sair como Lula sonha que saia em 2016, a maioria das prefeituras seria do PT. Em assim sendo, sob os governos municipais do PT, nada vai mesmo acontecer nesse país durante o ano de 2017. Claro que em 2018 também não, mas aí, o PT disfarça com as campanhas de TV e a propaganda enganosa do marqueteiro João Santana.


Depois de bancar o mestre do arremedo da Escolinha do Professor Raymundo, Lula apelou para a ironia. O Cara tem mesmo um lenço pra cada choro. Disse que "os adversários da presidente Dilma em 2014 "não souberam perder" e agora "temos que ajudar a companheira Dilma a sair da encalacrada que a oposição nos colocou depois das eleições".

Maldade. Pura maldade deixar o povo de fora nesse lance e atacar só "os adversários que não souberam perder". Caraca! Quem encalacrou o governo Dilma foi o PT, foi a Dilma, foi o Lula. Eles foram pegos com a boca na botija pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal, pela força-tarefa do juiz Sérgio Moro, coordenador da Operação Lava Jato.

Mas, Lula é assim mesmo. Não tem cura. E ainda bem que não tem cura. Do contrário ele pensaria para o bem. Mas seria por pouco tempo. Logo em seguida ele faria como fez de 2002 pra cá, quando cuspiu no discurso que o levou à Presidência desse País. Em seguidinha estaria pensando para o mal, como pensa hoje e sempre pensará.

Mas aí e já lá pelas tantas, para encerrar o discurso, Lula se traiu. Claro que nem se deu conta, mas se traiu. Perguntou como se fosse um cavaleiro de fina estampa querendo atucanar os tucanos que para a Lava jato também não são flor que se cheire: "Eu quero saber se o dinheiro do PSDB foi buscado numa sacristia! Não se pode permitir que ladrão fique chamando petista de ladrão". Ponto. Ponto quase final. Reticências, na verdade.

É que Lula é o espelho de sua própria alma. Com essa cutucada da sacristia, ele não conseguiu esconder o que lhe ia no fundo do coração: "Porra, como nós, eles também roubam e deixam roubar". E agora, sim. Ponto final. Com licencinha do Clã dos Ramil: "Deu pra mim. Baixo astral. Vou pra Porto Alegre, tchau!".

RODAPÉ - Só não quero encontrar na Rua da Praia, aquela dupla de prendas malfazejas, Manuela D'Ávila e Luciana Genro. E todos os anjos e santos me livrem e guardem de passar por Veranópolis e dar de cara com a Maria do Rosário.